Mattias O'Connell
-Mattias?- alguém chama lá embaixo.- Você tá em casa? Mattias?
-Como você entrou?- pergunto descendo as escadas e vendo Peter.
-Ah.- ele olha para mim e esconde alguma coisa no bolso.- Eu...
-Você tem a chave?- fico na defensiva.
-Não, é que...- ele coça a nuca.- Eu sei arrombar portas.
-Você sabe arrombar portas.- repito.- Isso não me deixa menos preocupado.
-É um dom.- ele explica.
-É crime.- falo rindo.
-Algumas mulheres piram com isso.- ele se gaba.
-É, e depois ligam para a polícia.- pego meu blazer.
-Idiota.- ele cruza os braços.
É a primeira vez que vejo Peter de terno, ele está com a gravata frouxa e a gola está errada, mas acho que ele vai ajeitar depois, pelo menos espero que ajeite depois.
-Por que não respondeu ontem?- ele pergunta enquanto caminha comigo até o elevador.- Tinha umas italianas no bar, perdeu muito.
-Eu estava resolvendo uns problemas.- explico encostando meu corpo e vendo ele apertar o botão da garagem.- Italianas, é?
-Sim.- ele assente rindo.- Como eu disse, perdeu muito. Que problemas eram?
-Nada demais.- balanço a cabeça.- Você tá sempre no bar? Ontem estava no bar, anteontem também fomos no bar...
-É, eu gosto de beber.- ele mexe a cabeça.- Mas eu não sou um alcoólatra ou algo do tipo.
-Tem certeza?- levanto as sobrancelhas.
-Sim, já experimentei ficar um dia todo sem beber e foi de boa.- ele balança a cabeça.- Só gosto de beber mesmo.
-E das garotas.- acrescento.
-Isso, as garotas.- ele parece pensativo.- Você nem tanto, né?
-Eu sou mais de relacionamento.- explico.
-Mas não sai, então como acha que vai arranjar um?- pergunta.
-Sabe, eu podia mandar você para o hospital.- digo.
-Ah, não, ninguém soca esse rostinho lindo.- ele toca o queixo.
-Sério?- fico surpreso.
-Sim.- o elevador abre e saímos.- Menos quando eu pego alguma casada por engano, aí os maridos vem com fogo no rabo.
-Casadas? Sério?- abro a porta do carro.
-Eu não fico perguntando enquanto transo, O'Connell.- ele fala óbvio enquanto entramos no carro.
-Claro.- assinto e entramos.
Dou a partida e acelero de uma vez, aperto o botão da garagem e logo estou na rua, vou na direção da avenida principal, preciso entrar nela antes de entrar na rua residencial.
-Será que lá tem comida?- ele franze as sobrancelhas.- Tô sem comer desde hoje de manhã.
-Acho que sim, é uma festa.- mexo os ombros.
-Corrigindo, festa de rico.- ele mexe as mãos.- As comidas são do tamanho de um átomo.
-Você reclama muito, não é?- acelero mais.
-Só quando tô com fome.- explica.
Sorrio com raiva e viro na entrada da rua residencial, sei que a casa de Tessa é umas das mãos afastadas e apenas acelero tentando não ficar ansioso por ver ela.
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Tessa Gallagher - Livro 1
RomanceTessa Gallagher é de uma família bem rica de Chicago, os negócios do pai dela são do ramo imobiliário e eles são uma das famílias mais respeitadas e, ao mesmo tempo, temida. Mas, aos sete anos ela perdeu o pai. Ele a deixou com a mãe narcisista e co...