Tessa Gallagher - Livro 1

Capítulo 32

Tessa Gallagher

Fecho a porta do escritório e passo a tranca para minha mãe não ir se intrometer onde não é chamada. Então me viro e cruzo os braços enquanto encosto o corpo na porta, Mattias deixa a sacola na poltrona para virar e ficar de frente para mim.

Mordo a bochecha e Mattias começa a se aproximar de mim, troco o peso do meu corpo de uma perna para a outra e então ele percebe que está na hora de parar antes de me tocar.

-Me desculpa.- é a primeira coisa que ele fala.- Eu não fui justo, não levei em conta tudo o que aconteceu e o que você passou antes.

-Você não deveria.- balanço a cabeça.- Não deveria ficar pisando em ovos comigo, você deveria ter um relacionamento em que a garota não seja...

-Você me deu dez minutos.- Mattias sorri e eu comprimo os lábios.- Eu gosto de você, Tessa, gosto tanto de você que me odeio por deixar você assim.- ele aponta para mim.- Eu quero que você fique bem e sei que você fica bem comigo.- ele dá mais um passo e toca meu braço.- Você fica bem comigo, não fica?

-Fico.- assinto.

-Então é tudo isso que preciso saber.- ele acaricia meus braços e seu sorriso me faz ficar animada.- Mas eu vou falar o que estou sentindo, ok?

-Ok.- minha voz sai rouca.

-Você é a mulher mais incrível que eu já conheci.- ele afasta uma mecha do meu rosto e segura minha nuca.- Eu adoro estar com você e quero estar com você todo o tempo, não só para transar, mas por que eu gosto de conversar com você.

-Mattias...

-Eu fui um puta idiota, eu chamei você de atirada e quebrada.- ele fala mais rápido.- Mas você não é nenhuma dessas coisas, você só está aprendendo a viver com alguém que queira seu bem e isso não é normal para você.- explica.- Você não é atirada, na verdade, eu me atiraria em você toda hora, se pudesse. E também não é quebrada, quer dizer, quem não é....

-Mattias.- sorrio.

-O que?- ele percebe que falou demais.

-Eu também gosto de conversar com você.- admito e o sorriso dele aumenta.

-Isso é bom.- o dedão dele acaricia minha bochecha.- Falar de vez em quando é bom.

-E eu...- mordo o lábio e observo os olhos dele.- Eu gosto de você.

-Gosta?- levanta as sobrancelhas.

-É.- assinto e ver ele sorrir assim me faz ficar feliz.- Mas não se anima tanto.

-Tarde demais.- ele sussurra perto dos meus lábios.- Já fiquei animado.

Sorrio quando ele desce suas mãos até minha cintura e me coloca contra a porta com mais força. Passo os braços pelos ombros de Mattias e ele pressiona o corpo contra o meu, consigo sentir todos os músculos do corpo dele pressionando o meu corpo.

Subo uma perna pela dele e Mattias desce as mãos até minhas coxas, solto um gemido rouco contra os lábios dele quando me coloca no colo com força. Aperto minhas mãos em seus ombros quando ele aperta minha bunda e movo meus lábios contra os dele como se eu não fizesse isso há anos.

-Não, não.- ele aperta minha cintura e afasta os lábios do meu.- Eu preciso te dar uma coisa.

-O que?- fico curiosa.

-Espera.- ele me coloca no chão e me puxa.

-Achei que era algo sexual.- falo enquanto ele me senta em uma cadeira.

-Você sempre fica esperando sexo?- ele pega a sacola.

-É um ótimo presente.- mexo os ombros.

-Não vai achar isso depois disso.- ele coloca no meu colo.

Tiro a caixa de veludo vermelho de dentro da bolsa e apoio em meu colo, levo os dedos até o fecho dourado da caixa e mordo meu lábio com força quando abro a caixa, vejo o colar na minha frente e não acredito no que estou vendo.

É um colar de diamantes, são pequenos mas bem juntos e parecem que formam um colar grosso de diamantes. É tão lindo e brilhante que parece que meus olhos vão explodir se eu continuar olhando para aquilo.

-Você...

-Comprei naquele leilão.- explica.

-Sério?- passo os dedos pelas jóias.

-Sim, é seu.- Mattias me observa e deixo a caixa em cima da mesa.

-Não precisava ter comprado isso.- fico olhando para o colar de longe.

-Deveria colocar para ver se gostou.- ele fala.

-Não, já sei exatamente onde vou usar pela primeira vez.- meus olhos ainda parecem estar doendo.

-Onde?- Mattias parece surpreso.

-Aniversário da minha mãe.- sorrio lentamente.

-Quer roubar a cena.- ele percebe.

-É, quase isso.- assinto.- Então...

Levanto para ficar na frente dele e nossos olhos se encontram, Mattias tem um sorriso tão sereno nós lábios que isso me faz sorrir de verdade. Então sinto as mãos dele nos meus quadris e logo estamos colados mais uma vez.

-Quer ir comigo e estragar a festa de aniversário da minha mãe?- acaricio os braços musculosos dele.

-Parece bem problemático.- ele pensa em voz alta.- Eu quero.

Rio alto e ele segura meu rosto antes de me beijar, nossos lábios se colam de novo e me sinto nas nuvens. Subo minhas mãos pelos braços dele e os passo por seus ombros, fecho a caixa em cima da mesa antes de ele me colocar sentada.

Os dedos de Mattias entram dentro da minha camisa e minha pele se incendeia quando sinto a ponta dos dedos dele me provocando. Gemo contra seus lábios e ele leva uma mão até meu seio.

Coloco a cabeça para trás e ele solta um ruído rouco de satisfação quando lambe meu pescoço. Aperto minhas pernas envolta dos quadris dele e levo uma das mãos até sua nuca, arranho a pele dele e Mattias me aperta com mais força.

-Mattias.- gemo.

-Peter está me esperando lá fora.- ele fala contra meu pescoço.

-Isso era para me excitar?- pergunto e ele ri alto se afastando.

-Não, desculpa, tenho que ir.- ele beija meus lábios de novo.- Mas amanhã vai ter sexo de reconciliação.

-Parece bom, vou anotar na minha agenda.- ajeito minha blusa.

-E aproveita para levar algumas roupas lá pra casa.- ele explica.- Não vou mais emprestar minhas coisas.

-Claro.- sorrio quando ele me puxa para o chão.- Vou te deixar lá fora.

Puxo ele pelos corredores e tomo cuidado para não chamar a atenção da minha mãe, então abro a porta da frente e vejo Peter sentado nas escadas da casa.

-E aí?- ele levanta e nos observa.- Tudo bem? Está tudo bem? Digam que está tudo bem.

-Está tudo bem e você é metido.- falo calma.

-Graças a Deus.- ele respira fundo.- Eu já tava me sentindo uma criança entre o divórcio dos pais.

-Você é muito dramático.- balanço a cabeça.

-Vamos.- Mattias ri.- Tchau.- beija meus lábios.

-Tchau.- vejo os dois indo para o carro.- Direto para casa!

Peter ri alto e Mattias assente, os dois entram no carro e encosto meu corpo na porta enquanto vejo eles indo embora. Coloco uma mecha atrás da orelha e percebo que estou sorrindo de verdade.

Já está claro que tenho que ficar com Mattias para sorrir, e está bem claro que eu não posso mais largar ele. Não sei o que estou fazendo, só seu que preciso ficar com Mattias.

Preciso ficar com ele.