Capítulo 30

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Tessa Gallagher

Caminho até o carro e abro a porta enquanto vejo um dos caras que trabalha no aeroporto colocar minha mala no porta malas. Quero ir embora daqui o mais rápido possível.

-Ei.- Mattias segura a porta e eu respiro fundo.- O que combinamos?

-Eu não quero fazer o que combinamos.- falo com raiva.- Eu quero ir para a minha casa e descansar.

-Então deixa que eu deixo você.- ele explica.

-Não, eu não quero.- entro no carro e fecho a porta.

Mattias fica parado do lado de fora e lembro o que ele falou ontem, é provável mesmo que eu seja tudo que ele falou. Mas dói pensar que ele acha isso de mim, mesmo que ele tenha dito isso na hora da raiva.

Albert entra no carro e eu coloco a bolsa no colo enquanto ele coloca a mão dentro do bolso do casaco. Fico surpresa quando ele tira um colar que eu sei muito bem de quem era.

-Reconhece?- pergunta.

-Era do meu pai.- murmuro.

-Ele falou que você gostava dele.- Albert sorri quando coloca na minha mão.- Me deu para quando você me achasse, apesar de não querer que isso acontecesse.

-Por que ele pensou em fazer isso?- coloco as mãos no colo e olho para Albert.- Como ele pensou que fosse uma boa ideia?

-Aí que está, Tessa.- Albert comprime os lábios.- Sempre foi um negócio de família. Seu pai fazia isso, mas antes era o seu avô, e o seu bisavô, e assim vai...

-Se era um negócio de família, por que eu só estou sabendo agora?- aperto o colar na minha mão.

-Porque quando você nasceu, seu pai não quis isso para você.- explica.- Então tirou tudo que ligava vocês aos negócios mais sombrios.

-E agora?- passo o dedo pelo pingente de ouro.- Vamos ter que voltar com os negócios?

-O ideal, seria que sim.- ele assente.- Você não imagina o quanto isso fatura. Por mês.

-Não quero dinheiro.- balanço a cabeça.

-Você pode alugar um jatinho?- ele aponta.- Com esses negócios, vai poder comprar um aeroporto.

-Já falei que não quero isso.- o encaro.- É ilegal, todo esse dinheiro...

-Não, o dinheiro é legal.- ele fala simples.- Depois que passam para você, passa a ser legal.

-Então, eu só preciso vender casas?- viro o rosto e olho de novo para a corrente.

-Em parte, sim, precisa deixar disponível sua lista de imóveis como faria para qualquer um.- ele explica.- Mas também tem que estar disposta a ter conversas e conhecer eles, quando quiserem.

-Não me parece nada diferente do que eu faço agora.- falo simples.

-Mas, é.- Albert assente.- Você terá seguranças grande parte do seu dia, suas irmãs terão seguranças. Você estará segura para fazer seus negócios, mas tem que saber que todas as pessoas que você gostam estarão em perigo.

-Eu conto para elas? Para as minhas irmãs?- pergunto.

-Isso é você quem sabe.- ele mexe a cabeça.- É você quem decide tudo isso que eu lhe falei.

-É muita coisa para pensar.- admito.

-Então pense enquanto arranjo a equipe.- ele me acalma e paramos na frente do hotel.- Ligo para você quando estiver tudo pronto.

-Ok.- vejo ele preparar as coisas.- Obrigada, Albert.

-Não tem problema.- ele me observa.- E me chame de Albby.

Tessa Gallagher - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora