Capítulo 2

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12 DE MARÇO...PARTIDA DO GABRIEL...

Era quinta feira, tava um dia frio, nublado. Tia Alisson, meus pais, minha irmã, a mãe e o irmão da Priscilla estavam em Chicago há uma semana e nos ajudava com a Melanie e a Sophie para pudéssemos cuidar do nosso menino. Estávamos indo e voltando de hospital a 4 meses, e eu principalmente por amamentar a Sophie que era e é só um bebezinho. A um menos de um mês doutora Amber Austin oncologista da pediatria do Children's Chicago Hospital nos informou que mais nada poderia ser feito pelo nosso filho. Aquilo nos arrasou. Era mais ou menos 17 horas. A Natalie estava deitada na cama ao lado do nosso filho. O quarto 412 do CCH era nossa segunda casa desde que descobrimos a doença dele. O quarto tinha desenhos na parede, brinquedos espalhados, e ele estava coberto pela mantinha que ele mais amava, que era de dinossauros. Ele estava em estado comicial a dois dias. Pri passou o dia todo naquela cama abraçada com ele, chorando em silêncio. Eu andava de um lado para o outro, me sentava no sofá e observava aqueles brinquedos que ele não brincava mais a duas semanas quando seu estado começou a agravar.

Eu: Amor, precisa comer alguma coisa.

Pri: Eu estou bem. – respondeu rapidamente.

Eu: Você não come nada desde ontem Priscilla. Por favor, vamos sair um pouco desse quarto.

Pri: Não... O meu filho está morrendo. Eu não vou sair daqui – falou nervosa.

Eu: O nosso filho Priscilla... O nosso filho – deixei cair uma lágrima. – Você precisa comer, antes que passe mal. E por tudo que já vamos passar, eu não tenho forças pra te segurar sozinha. – eu estava esgotada, muito cansada. Sai um pouco do quarto a Amber estava vindo.

Amber: Oi... Você está bem? – eu me sentei na cadeira do corredor.

Eu: Um pouco cansada – suspirei.

Vivian: Eu vou pedir pra alguém te examinar tá?

Eu: Não precisa, eu vou ficar bem.

Amber: Natalie eu não posso deixar seu mal estar de lado. Eu sei que estão num momento bem difícil, mas passar mal agora não vai ajudar. – me levou ao pronto socorro e voltou para ver meu filho.

XX: Sua pressão está um pouco alta e você está um pouco desidratada tá. Vou te medicar e colocar no soro para hidratar. - ela me medicou e logo trouxeram um lanche para mim. Eu fechei os olhos por alguns momentos e fiquei me lembrando de todos os momentos com o Gabriel, as risadas dele, o carinho dele comigo, ele pedindo colo, me ouvindo contar histórias, jogando bola daquele jeitinho desastrado dele igual a mim. A dor que eu sentia na alma era gigantesca. Eu não queria perder meu filho, não era justo comigo, com a Priscilla, mas também não era justo com ele. Logo a médica voltou e minha pressão tinha melhorado. Eu sentiria um pouco de tontura então pediu para que eu fosse devagar. Eu desci e quando cheguei no quarto, minha sogra e meu cunhado estavam lá, meus pais também estavam.

Mãe: Oi filha onde estava? - me abraçou.

Eu: Fui dar uma volta. Como ele tá Amber?

Amber: Foi examinada? – me desmentiu.

Pri: O que houve? Amor você está bem? – por alguns instantes ela saiu daquela bolha que ela estava a dias.

Eu: Sim, eu estou bem, fui medicada, me alimentei, eu estou bem agora. Como ele está?

Amber: Ele não responde mais. As respostas dele são mínimas, são apenas nas mãos e nos pés. Sinto muito dizer, mas ele não passa dessa noite. – a Pri o abraçou mais forte e chorou.

NATIESE EM: NO AMOR E NA GUERRAOnde histórias criam vida. Descubra agora