Capítulo 91

461 44 3
                                    

NATALIE NARRANDO...

Meu filho nasceu e ele era perfeito. Ele era tão pequeno e tão lindo que eu não me cansava de olhar para ele. Priscilla parecia um sol de tanto que brilhava. Ela estava tão feliz que não se continha. As meninas queriam ajudar o tempo todo, eu acabei comprando duas bonecas que trocam fraldas, dão mamadeiras, senão o pequeno Noah não teriam sossego com as irmãs querendo trocá-lo a cada cinco minutos. Ele dormia muito bem, mamava muito e dormia todo esparramado de tão cheio que estava. Uma semana depois da chegada dele, meu cunhado com a esposa chegaram. Eles ficaram apaixonados com o sobrinho.

Minha sogra não telefonou, não mandou uma mensagem não disse nada. Priscilla não dizia nada, mas de alguma forma doía nela tudo isso, só que ela deixava a felicidade falar mais alto. Duas semanas mais tarde meus pais assinaram o contrato da casa, vão morar na rua de trás da nossa casa. Eles estavam felizes, era uma casa linda, grande, os cachorros estavam adorando e os gatos também. As meninas adoravam ir para casa da vovó e do vovô. Elas estavam super bem com o irmãozinho, achávamos que rolaria aquele ciúme extremo, mas não rolou. Priscilla tinha muito leite e o Noah mamava bastante. No dia 15 de julho começou a escolinha da Sophie, e eu e a Pri a levamos para o primeiro dia e como a Mel, ela simplesmente foi... Sem olhar para trás e quando voltou falava feito uma maritaca de como a professora era legal de como os amigos eram legais. Sophie era ligada no 220 literalmente. O primeiro mês do nosso filho foi bem tranquilo e o segundo não foi diferente. O casamento da Diorio que tinha sido adiado por conta de algumas burocracias, aconteceu no jardim da minha casa e foi lindo, simples, singelo e com muito amor. Minha sogra não ligou, não quis mais saber da Priscilla nem das netas e menos ainda do novo neto. A Pri não dizia nada, mas eu sabia o quanto isso estava ferindo o coração dela. Minha mãe tem sido minha mãe e mãe dela também. As duas são muito companheiras, conversam sobre tudo, trocam ideias, opiniões, a Pri tira mil duvidas com a minha mãe e eu fico tão feliz com isso. O Noah é tão bonzinho, tão tranquilo. Fizemos alguns exames nele, dentre eles, um mapeamento de genoma para saber se ele tem o gene do câncer como o Gabriel e ele não tem. Subi para ver a Pri e ela estava amamentando e chorando.

Eu: Oi...

Pri: Oi... – sorriu de leve deixando a lágrima cair. Me sentei no puff onde ela apoiava seus pés.

Eu: Você está bem?

Pri: Estou sim.

Eu: O que está pensando?

Pri: Se a gente tivesse feito esse mapeamento com no Gabriel quando ele nasceu, ele estaria com a gente hoje?

Eu: Amor, não é natural uma criança nascer e os pais já pedirem um mapeamento de genoma dele para saber se tem câncer se não houve casos na família. Foi uma coisa que não pensamos, porque realmente não tinha necessidade. As coisas acontecem porque tem que acontecer amor. E aconteceu com nosso filho e tivemos a oportunidade de já investigar no nosso bebê, e nas meninas quando aconteceu com ele para prevenir e estarmos preparadas para qualquer coisa. Graças a Deus os três não tem o gene amor, nós não temos. A alteração genética aconteceu só com o Gabriel. – ela fazia o Noah arrotar. Ela o colocou no berço em seguida e foi para o nosso quarto e eu fui atrás. Ela deixou escapar um choro dolorido e alto colocando as mãos no rosto e se ajoelhando. O choro ganhou força e eu me assustei. Eu me ajoelhei do lado dela e a abracei – Amor...

Pri:Eu sinto tanta saudade do meu filho que dói demais. Eu quero meu filho devolta, eu quero meu garotinho alegre de volta – soluçava. Eu comecei a chorar e a abracei. Eunão tinha o que falar. Ela sentia dor, eu sabia como doía, mas nela eu sabiaque era dez vezes mais forte que a minha e a minha não é nada fácil. O vazioque o Gabriel nos deixou era enorme. A chegada do Noah nos trouxe muitafelicidade, mas também nos mostrou o quanto o Gabriel fazia falta todos osdias. O puerpério da Priscilla estava sendo difícil nessa questão desentimentos. Ela vinha falando muito do Gabriel e sonhando muito com eletambém. Ela parecia reviver com o Noah, o nascimento do Gabriel e isso pareciamachuca-la de alguma forma. Ela chorou um bom tempo e foi dormir um poucoestava cansada. Eu sai do quarto dei uma olhada no meu filho, ele dormiatranquilo. Desci e fui ver o que a Anna tinha deixado para o jantar. Olhei ahora, eu tinha que buscar a Sophie na escola. Mel estava em casa, ela agora vaipara a escola as 8:30 e volta as 13:30 e eu deixo a Sophie na escola as 13horas e a busco as 17 horas. Então quando vou levar a Sophie já vou para aescola da Mel que é do outro lado da rua. Era o mesmo grupo escolar, mas umprédio era de um lado da escola e o outro prédio era do outro lado da rua. Erauma escola muito grande e tinham muitos alunos, então dividiam em dois prédios.Eu esperava alguns minutos para pegá-la e quando eu não tinha tempo, a Marcelleia busca-la. Mas fazíamos questão, eu e a Priscilla de pelo menos leva-las aescola. 

NATIESE EM: NO AMOR E NA GUERRAOnde histórias criam vida. Descubra agora