Capítulo 11

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Oi pessoal tudo bem com vocês? E ai o que estão achando da história até agora?

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PRISCILLA NARRANDO...

Dor... Confusão... Mais dor... Que lugar é esse? O que está acontecendo? Eu acordei com muita dor num lugar que parecia um hospital abandonado. Eu tentei levantar e não conseguia... A dor era muito grande. Um homem apareceu. Era iraquiano... Eu me assustei procurei meu fuzil e não encontrei.

XX: Tudo bem... Você está segura aqui...

Eu: Quem é você? Que lugar é esse? Ai... – eu sentia muita dor.

XX: Lembra seu nome? – eu pensei. Eu não conseguia me lembrar. Depois de alguns segundos eu lembrei.

Eu: Priscilla. Eu sou uma fuzileira.

XX: Não. Você é Primeira Tenente... Está aqui na sua identificação. – me mostrou.

Eu: O que eu estou fazendo aqui? Quem é você?

XX: Eu sou Malik Zadan. Eu era da zona verde do exército iraquiano.

Eu: Eu fui... eu fui sequestrada?

XX: Não, não... A gente ajudou você. Se alguém te encontrasse sem ser da sua tropa, você seria morta.

Eu: O que aconteceu?

XX: Você e sua tropa foi pega numa emboscada. Todos morreram você caiu num barranco. Conseguimos resgatar você... usa aliança, você é casada?

Eu: Não sei... Devo ser... – olhei pra minha mão. – Eu estou com dor de cabeça.

XX: Vou te dar alguma coisa. – ele me deu um remédio.

Eu: Eu fui operada?

XX: Sim você foi. Você levou 5 tiros. Achamos que você não iria sobreviver, ficou apagada por 8 dias.

Eu: Oito dias? Meu Deus... – eu estava muito confusa.

XX: Vou trazer alguma coisa pra comer... – ele saiu. Olhei em volta, parecia um hospital ou ambulatório abandonado. Eu não estava entendendo nada. Oito dias apagada, cinco tiros, primeira tenente, sou casada. Porque eu não conseguia me lembrar que sou casada? Toquei na minha cabeça, que doía e estava enfaixada. Eu devo ter levado um tiro na cabeça. Tirei minha aliança e tinha um nome de uma mulher. Eu era casada com uma mulher? Porque eu não conseguia me lembrar disso? Logo ele voltou com mais 5 pessoas. Eu estava com medo.

Malik: Essa é Zendaia, ela é médica e operou você junto comigo. Esses são, Faruk, Mohamed, Zadur e Samira.

Samira: Trouxe uma sopa para você precisa recuperar sua energia – me ajudou a me sentar e eu comecei a comer.

Zendaia: Ela não deve estar entendendo nada.

Zadur: Deixa ela comer primeiro depois explicamos tudo a ela. – eu acabei de comer, tomei a água.

Eu: Me expliquem o que está acontecendo? Eu sou tenente do exército americano, levei cinco tiros, vocês são iraquianos e me ajudaram, eu sou casada com uma mulher e não me lembro quem é minha esposa. Me lembro vagamente ser da Army e do Exército americano e sou brasileira, mas não me lembro de ter uma esposa. – eu estava ansiosa.

Zendaia: Calma... Você levou um dos tiros na cabeça, pode ser isso. Mas não acredito que seja permanente. Você acabou de acordar. Você levou 5 tiros, sendo 1 na cabeça, 2 nas costas, 1 na perna e 1 no abdome. Alguns entraram saíram, e outros retiramos. Você perdeu muito sangue, e por pouco não morreu.

Eu: Vocês são do exército iraquiano? – eles se entre olharam.

Samira: Não mais... Éramos do mesmo grupo. Éramos em 15 pessoas e 9 morreram.

Eu: O exército americano atacou vocês...

Zadur: Não... O iraquiano...

Eu: Mas... Como... Como assim?

Malik: Espalharam minas em diversos lugares e numa vigilância como a que você estava fazendo com seus soldados, um de nós pisou na mina e outras três explodiram. Nove morreram e nós seis sobrevivemos com ferimentos por estilhaços de explosivos.

Mohamed: Eu perdi minha esposa, a Zendaia perdeu o noivo... Perdemos amigos... Isso tudo porque eles não cuidaram de nós, e nos mandaram para uma zona minada por eles e apenas se desculparam e nos ofereceram uma recompensa depois. Pedimos dispensa e obviamente aceitaram. Esse hospital é na área abandonada da cidade, ninguém vem aqui a uns 3 anos, mas está bem conservado. Conseguimos remédios, tudo que fosse necessário para cuidar de pessoas feridas.

Eu: Mas não podiam fazer vigilância se são médicos.

Zadur: Mas fazíamos. Zendaia, eu, Malik e Samira somos médicos e fazíamos vigilância sempre. Já salvamos muitos americanos nesse pequeno hospital abandonado. Muita criança ferida.

Eu: Nunca foram descobertos?

Malik: Sim. O general sabe. Mas finge que não sabe. O filho dele morreu no dia que a mina explodiu. Como acha que conseguimos os remédios para cirurgias? Com a ajuda dele. Ele não vem aqui, quando precisamos de algo entramos em contato bem escondido e é entregue na nossa casa. E ele não pergunta quem é tratado, mas ele sabe que não importa se é americano se é iraquiano, a gente salva. Porque pra eles não importou se éramos americanos ou se éramos um deles quando nos explodiram.

Samira: Ele sabe também que protegem um pequeno grupo de crianças órfãs.

Eu: Quem?

Samira: Vocês...

Eu: Protegemos?

Samira: Sim. Você é uma delas.

Eu: Sou? Eu não consigo me lembrar. Que droga... – falei irritada.

Samira: Sim... Você é... Duas de vocês adotaram a Ranya, uma garotinha órfã que foi ferida gravemente. Quando voltamos para resgatá-la você disse que cuidaria dela e logo conseguimos informações de que ela estava se recuperando e duas moças tinham a adotado e agora ela mora nos EUA e está bem e é muito amada. – eu sorri de leve. Eu não me lembrava mas era bom saber que uma criança teve um final feliz.

Eu: Então, por isso me resgataram? Quanto tempo estou apagada? – acho que eles já disseram, mas eu estava confusa.

Mohamed: Oito dias. É... Vimos você caída no barranco, achávamos que estava morta, mas ainda respirava e a trouxemos pra cá. Sua farda está aqui um tanto destruída, mas tem aqui sua identificação e duas fotos. Devem ser sua família... – ele me deu as fotos. Quando vi a foto de um garotinho me senti sugada pra vários momentos que passavam rapidamente na minha mente e quando vi a foto da mulher e das meninas fiquei sem ar. Eu me lembrava...
Eu: Esse... Esse menino é meu filho Gabriel. Ele morreu a alguns meses de câncer ele tinha seis anos. Meu Deus – coloquei a mão no peito. Como aquilo doía...

Zendaia: E a mulher com as meninas você se lembra delas?

Eu: Acho que ela é a minha esposa e as meninas são minhas filhas. Eu... Eu não consigo respirar... – Samira colocou a máscara de oxigênio em mim.

Samira: Calma... Fomos rápidos demais fica calma... – eu dormi pouco depois...

NATIESE EM: NO AMOR E NA GUERRAOnde histórias criam vida. Descubra agora