10 DE JANEIRO...
Estava trabalhando quando recebi a visita da Mel.
Mel: Oi mamãe.
Eu: Mel? Você aqui a essa hora? Não era para estar em aula filha?
Mel: Era. Mas o professor sofreu um acidente e rompeu todos os ligamentos do pé e precisou de uma cirurgia de reconstrução de ligamentos que deve durar cerca de 4 horas. O tempo de recuperação é bem longo, talvez uns 30 dias para começar a colocar o pé no chão – ela divagava. Era uma característica do autista e do asperger também, explicar tudo em detalhes. Grande parte, era divagação quando se tratava da Mel. – Então como eu tinha um tempo livre eu resolvi passar aqui na loja. Levei 7 minutos para convencer seu segurança de que eu era sua filha. – ajeitou o óculos no rosto e eu ri.
Eu: É que você nunca vem aqui né filha. – me levantei e foi até ela a abraçando apertado e segundos depois ela já reclamou.
Mel: Está me abraçando demais mamãe.
Eu: Oh, me desculpe.
Mel: Muito contato é desnecessário.
Eu: É, eu sei... – suspirei. A gente sabia lidar com isso muito bem, mas as vezes dava vontade de ficar abraçadinha com ela por horas, mas ela mal ficava abraçada com a gente por 20 segundos.
Mel: O Bryan me ligou.
Eu: É? E ai?
Mel: Pediu uma chance, quer voltar.
Eu: E você?
Mel: Eu não sou idiota né mamãe. – eu ri. Bryan foi o primeiro namorado da Mel. Ele era boa pessoa, mas era um tanto mala sem alça. Ele entendia o autismo da Mel, mas com o tempo ele começou a fazer coisas para tirá-la da sua zona de conforto e isso a fazia ter constantes crises de nervos e de choro quando ela não conseguia controlar o nervosismo e a ansiedade dela.
Ela decidiu por fim, terminar o namoro, que não fazia nada bem a ela e Priscilla e eu adoramos isso. – Eu não quero ser tirada do meu conforto, da minha estabilidade por causa de uma pessoa que não sabe lidar comigo. Eu prefiro ficar sozinha e equilibrada do que ter uma pessoa do meu lado e não ter paz.
Eu: Nossa... Quantos anos você tem hein mocinha? – ri.
Mel: Eu já sou praticamente uma adulta mamãe. Faço 21 anos em 82 dias.
Eu: Eu sei minha adulta...
Mel: Está muito ocupada? Queria comprar um presente pra mamãe.
Eu: Só preciso terminar de assinar esses papeis e a gente vai – sorri pra ela e ela se sentou no sofá e ligou a televisão. Terminei de assinar os papeis e sai com ela. Fomos ao shopping ali na rua da Macy's mesmo. Fomos em algumas lojas e ela logo achou o presente que ela queria dar a mãe dela. Eu comprei um presente também e quando saímos, ela me chamou para comer um hambúrguer. Hambúrguer e batata frita é o que a deixa calma é o que a deixa feliz quando está chateada. Embora faça mal comer com frequência, sempre que podia, ela comia.
Mel: Aquela ali não é a Sophie? – ela saia de uma loja.
Eu: É sim... Ela está matando aula... Filha da mãe...
Mel: Tecnicamente ela é sim.
Eu: Sophie... – ela deu um pulo.
Sophie: Ai que susto mãe. – me deu um beijo no rosto – Oi Mel – deu um beijo nela. – O que estão fazendo aqui?
Eu: Viemos comprar um presente pra sua mãe e vamos comer um hambúrguer agora, e você o que faz aqui?
Sophie: O mesmo – levantou a sacola – Minha aula acabou mais cedo e eu vim comprar um presente pra ela, porque amanhã eu tenho aula de manhã e a tarde e não vou ter tempo.
Eu: Vamos comer então... – fomos para Shake Shack uma hamburgueria maravilhosa que tem lá. A gente comeu conversando e fomos embora. – Você vai pra casa Mel?
Mel: Sim. Está de carro Sophie?
Sophie: Estou. Tchau mamãe. Tchau Mel.
Mel: Tchau. – Mel foi comigo para a Macy's o carro dela estava lá. Mel é uma excelente motorista. Quando ela coloca na cabeça que não é um bom dia para dirigir, ela não sai de casa com o carro dela de jeito nenhum. – Tchau mamãe.
Eu: Tchau amor. Cuidado tá?
Mel: Tá. Eu te mando mensagem quando chegar.
Eu: Ok. Te amo.
Mel: Te amo. – ela foi embora e eu entrei. Fui embora no fim da tarde, os carros estavam na garagem então todos estavam em casa. Sophie estava saindo.
Eu: Onde vai?
Sophie: Sair com uns amigos.
Eu: Está nevando muito e hoje é quinta feira, amanhã você tem aula.
Sophie: Eu não vou chegar tarde mãe.
Eu: Sophie...
Sophie: Eu não vou chegar tarde e nem vou beber.
Eu: Meia noite em casa.
Sophie: Eu não sou criança.
Eu: Você tem 18 anos e de acordo com a lei americana você não pode beber e você é criança sim, então meia noite em casa e não me testa que eu ainda te faço fazer um teste de bafômetro quando chegar. – falei brava.
Sophie: Ta bom – rolou os olhos e saiu.
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NATIESE EM: NO AMOR E NA GUERRA
FanficMoro no estado de Illinois na grande cidade de Chicago, nos Estados Unidos. Meu nome é Natalie Kate Smith de Almeida, tenho 33 anos, sou engenheira aeronáutica da Air Force dos EUA. Moro num bairro bem tranquilo com grandes casas, praças, parques e...