Capítulo 8

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PRISCILLA NARRANDO...

Estou fora a dois meses e a dois meses não consigo falar com a Natalie. Ela não me atende. Sei das minhas filhas através da babá e da cozinheira. Soube agora que a Nathalia Diorio melhor amiga dela está na minha casa também. Sinto falta das minhas três meninas e sinto falta do meu filho. Eu precisava ir, eu não conseguia respirar, eu não conseguia existir. Eu fui embora, e não perguntei o que ela achava o que ela pensava. Eu precisava partir. Uma parte enorme de mim foi embora quando o Gabriel faleceu, e eu não sabia explicar o que eu estava sentindo com isso. O Iraque... Era tudo tão triste, e as crianças eram o que mais me preocupava. Junto com um grupo de fuzileiros, protegíamos um campo de refugiados. Embora defendêssemos os Estados Unidos, cuidávamos dos negligenciados pelo sistema. Nem todos eram a favor disso, então fazíamos um pouco as escondidas. No caso, as escondidas do governo. Eu poderia ser morta por isso, mas enquanto não conseguíssemos manter aquelas crianças seguras, não ficaríamos em paz. Desde que cheguei estou trabalhando nisso, em tirá-los dali e eu e mais um grupo estávamos quase conseguindo isso. Me apeguei muito a uma garotinha chamada Ranya ela tem 2 anos e foi gravemente ferida. Ela foi levada para um posto medico americano e foi atendida. O estado dela é grave. Ela não fala uma só palavra, mas interage com os olhos, aperta minha mão. Eu a vejo todos os dias. Consegui numa folga minha comprar alguns bichinhos de pelúcia pra ela e uma cobertinha bem colorida. Tudo ali era tão cinza, tão sem cor.

Eu: Como ela tá hoje?

XX: Não está reagindo a medicação como gostaríamos, mas está estável. Trocamos a traqueotomia dela, pra ela ficar mais confortável.

Eu: Trouxe pra ela. Alguns bichinhos de pelúcia e um cobertor.

XX: Vai ser bom pra ela, ter algo colorido. – sorriu de leve. Fui até lá.

Eu: Oi princesa da tia – ela sorriu de leve. – Tudo bem? – dei um beijo nela. – Olha o que a tia trouxe pra você. – abri o cobertor – É rosa cheio de estrelinhas e arco íris. – ela sorriu e arregalou os olhinhos. – Gostou? – a cobri. Eu falava a língua dela. – Trouxe outra coisa. É pra te fazer companhia tá? - Tirei o urso de pelúcia maior e alguns pequenos. Ela sorriu ainda mais e abraçou a todos sem dar conta porque eram muitos. – Acho que você gostou né? – a beijei. Fiquei com ela ali, até que ela dormisse. Depois de 15 dias ela já falava, começava a melhorar. Eu gostava tanto dela, minha vontade era de adotá-la. Em breve ela poderá ir para o abrigo. Eu sentia muita falta das minhas filhas e a Ranya me lembrava muito minhas meninas. A Natalie ainda não tinha voltado a falar comigo, e eu estava louca de saudade dela. Em 15 dias volto para os EUA. Quando voltei para o alojamento um casal me procurou. Elas eram fuzileiras se conheceram na linha de frente e estão casadas a 4 anos. Elas tem 35 anos já, uma vida estruturadas e moram em Wisconsin, numa cidade a uns 40 minutos da minha cidade.

Makaila: Priscilla?

Eu: Oi – sorri.

Lesley: Podemos falar com você um instante? – sorriu.

Eu: Claro – elas sentaram de frente pra mim. – Aconteceu alguma coisa?

Makaila: A gente quer te contar uma coisa.

Eu: O que?

Lesley: Pedimos dispensa.

Eu: Sério? – elas amavam as missões. – Porque? – achei estranho.

Makaila: Decidimos ter um filho, já temos 35 anos. Então pedimos para ficar de fora dos combates, e ficar na nossa cidade, ou no administrativo. Eu consegui ficar no patrulhamento na cidade, e a Less vai ficar no administrativo.

NATIESE EM: NO AMOR E NA GUERRAOnde histórias criam vida. Descubra agora