EXTENDED BONUS 12

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Eu entrei em casa tirei minha bota e o casaco coloquei minha mala no chão junto com a bolsa e fui para sala, minha mãe Priscilla estava lá.

Eu: Oi mãe.

Mãe: Onde você estava? – já perguntou de cara com o semblante sério e assustado ao mesmo tempo.

Vó Paty: Ela estava na minha casa. – apareceu.

Mãe: Mãe? – a olhou assustada. – O que faz aqui? – perguntou muito assustada.

Vó Paty: Eu vim trazer minha neta pra casa e vim conversar com você.

Mãe: Eu não tenho nada pra falar com você. E o que você estava fazendo na casa dela Sophie? – falou brava.

Eu: Ela foi a única pessoa que eu pensei em ir e eu sabia que seria acolhida. No fundo eu sabia, e eu fui. – deixei cair uma lágrima – Está tudo errado mãe, tudo. Vocês não se falam a 15 anos, a gente não para de brigar. Eu sei que eu estou sendo uma adolescente idiota pra você, mas você não olha pra mim, você está ocupada demais sendo mãe do Noah e da Melanie e sendo general. E eu? Como eu fico?

Mãe: E achou uma boa ideia mesmo fazer tudo que você tem feito e ainda por cima fugir para o Brasil?

Eu: Não achei legal não mãe, mas acredite, essa semana que eu passei lá eu aprendi muita coisa. Com ela... Eu errei mãe, eu sou adolescente eu erro e faço coisas estupidas e além dos limites, e eu estou com vergonha de tudo isso – já chorava - Mas você ficou cega em cima de mim, parecia que iria me matar debaixo daquele chuveiro. Eu só consigo me lembrar da agua gelada e das suas mãos no meu pescoço.

Mãe: Você despreza cada ordem, cada regra que sua mãe e eu damos a você e aos seus irmãos. Você faz questão de fazer isso Sophie. Você tem tudo, você é amada, você estuda numa das melhores universidades de Chicago. Filha, a mamãe e eu fazemos tudo por você e seus irmãos. A gente pode não ter sido tão presentes na sua vida ou na vida dos seus irmãos, mas nós te amamos mais que tudo. O tempo que a gente teve e tem a gente dedicou e dedica mais a vocês que ao nosso casamento que também precisa de cuidados. Você não pode fazer o que te da na telha Sophie, você é uma criança.

Eu: Mamãe eu... Eu não sou mais uma criança. Vocês se esforçam tanto pela Mel e pelo Noah e acham que eu não preciso de vocês.

Mãe: Isso não é verdade filha. – falou sentida.

Eu: É verdade sim mãe. A Mel é autista e vocês acham que ela precisa de super proteção 24 horas, mas ela não precisa. Poxa, ela é mega inteligente, ela tem memória fotográfica, ela estuda medicina. Ela não vai se quebrar a qualquer momento e vocês a tratam como se fosse se partir ao meio. Ela surta as vezes, mas nada como deitar no chão ou comer um hambúrguer não resolva. E o Noah – ri – O Noah é desapegado de vocês, e super apegado ao vovô e a vovó. Ele gosta de fazer várias coisas diferentes, ele gosta de ver os amigos, a ficante dele que é igual a ele, e ele não é de cristal, e vocês o tratam como se ele fosse um. Ele não é o Gabriel mãe. – solucei. – E eu? Eu sempre fui mais independente, mas isso não quer dizer que eu não precise de ajuda as vezes, que eu não queria um colo ou um carinho as vezes. Vocês sabiam que eu estava namorando um garoto da faculdade e ele foi um tremendo babaca comigo e isso me magoou muito então eu terminei com ele e fiquei mal por semanas? – ela me a encarou assustada. - É... Você não sabia. A mamãe não sabia... Porque vocês acham que eu não preciso de vocês então não se preocupam em me perguntar nada. – ouvi um soluço vindo da escada. Minha mãe Natalie estava sentada ali ouvindo tudo sem dizer nada.

Eu: Mãe – olhei pra minha mãe chorando – Vocês sempre me trataram como a exceção. A única que vocês não precisavam se preocupar, o alívio, e esqueceram que eu tenho um coração, que eu me machuco, que eu tenho medo, que eu tenho dúvidas, que eu faço merda, que eu choro, que eu me dou mal na faculdade. E vocês só me olham quando eu bebo, ou fumo maconha, ou chego depois do horário em casa. Por que essa é a única maneira de vocês me enxergarem.

NATIESE EM: NO AMOR E NA GUERRAOnde histórias criam vida. Descubra agora