EXTENDED BONUS 8

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São Paulo era minha última escala e meu destino era o Rio de Janeiro. Um taxi me pegou as 5 horas da manhã no hotel e meu voo saiu as 7 horas em ponto. Foram pouco mais de 9 horas de voo, passei pela imigração expliquei o que estava fazendo no Brasil, achei que minhas mães já tinham me descoberto. Sai de Houston as 7 da manhã e cheguei em São Paulo as 15:50 do horário de Houston e 17:50 do horário do Brasil. Fiquei duas horas esperando, então embarquei para o Rio as 20 horas e as 21:10 desembarquei no Rio de Janeiro. Peguei minhas malas passei numa loja comprei um chip do Brasil para o meu telefone e o liguei novamente. E tinha trocado dólares em Houston por real então estava tranquila. Achei melhor não alugar carro, eu nunca dirigi no Brasil e a última vez que vim ao Brasil eu tinha 13 anos fiquei na casa dos meus tios Felipe e Maísa. Peguei um uber até o endereço que eu tinha e chegando lá me anunciaram na portaria e me deixaram entrar. Eu paguei o motorista, ele me ajudou com as malas e logo a porta se abriu.

XX: Sophie?

Eu: Oi vó Patrícia. – suspirei. Sim, eu fui para a casa da minha avó que eu não tinha contato desde pequena.

Vó: Meu Deus... O que faz aqui? – ela estava assustada e me abraçou – Como você está linda.

Eu: Obrigada. – eu comecei a chorar.

Vó: Está tudo bem. Entra... Vamos entrar – me ajudou com as malas e entramos na casa dela. Eu não me lembrava da casa dela porque quando estive lá eu era um bebê. Era bem decorada, bem bonita. – Vamos subir com essas malas, você toma um banho e me conta o que está acontecendo ok?

Eu: Tá... – subimos para um quarto de hospedes bem bonito e confortável. Ela trouxe toalhas me explicou como funcionava o chuveiro.

Vó: Vai tomar um banho enquanto eu troco os lençóis porque esses estão aqui a muito tempo. – eu peguei um pijama e uma calcinha na mala, estava calor no Rio, era verão no Brasil. 20 minutos depois sai do banho renovada e de pijama. – Que tal uma pizza?

Eu: Boa ideia – sorri.

Vó: Gosta de que?

Eu: Qualquer uma. Eu amo pizza. – ela pediu pizza pra gente.

Vó: Chega em 40 minutos. Agora me diz o que aconteceu?

Eu: Eu fugi de casa vó.

Vó: E porquê? – contei tudo a ela, quando me dei conta já estava chorando. Contei tudo sobre a bebida, sobre a maconha, sobre o que a tia Emilly me contou de quando eu era um bebê e de como eu me sentia sendo a filha do meio. – Sophie – ela suspirou. – Suas mães não amam você menos, só porque você é filha do meio e elas passaram por um grande inferno quando o Gabriel adoeceu e faleceu. Elas passaram por muitas coisas na época, mas elas deram todo amor e carinho a você. Talvez sua tia não tenha usado bem as palavras. Ela nunca usou bem as palavras. Eu nunca usei bem as palavras. Mas de uma coisa eu tenho certeza, suas mães amam você como elas amam seus irmãos. Todo o tempo que elas tinham, elas passavam com você e com a sua irmã e logo em seguida com seu irmão. Sei que vocês viajaram muito quando pequenos, conheceram vários lugares, elas sempre fizeram tudo para ver vocês felizes. Eu perdi tudo isso a infância de vocês, a convivência com a minha filha por ignorância minha por ser destemperada por ser ignorante e eu me arrependo disso todos os dias. Não vou julgar suas mães quanto ao que elas fizeram com você, e não vou julgar você quanto ao que você sente e o que fez para sufocar isso. Mas a gente vai para terapia ok? Eu vou marcar pra você e vou te levar. Vamos lidar com esse monte de sentimentos ai dentro antes que esses sentimentos machuquem você de maneira que você não consiga reparar.

Eu: Tá bom vovó. Eu posso ficar aqui?

Vó: É claro que pode meu amor. – sorriu. – Suas mães sabem que você está aqui?

Eu: Não. Eu fiz varias escalas pra elas não descobrirem. Não fala nada por favor.

Vó: Por enquanto eu vou manter o segredo, mas não poderá esconder por muito tempo, elas podem estar preocupadas com você ok?

Eu: Tá. Eu vou fazer minhas aulas na faculdade, online essas semanas. – contei tudo que fiz pra sair de Chicago. A Pizza chegou a gente sentou para comer e logo eu fui dormir eu estava exausta. Acordei no dia seguinte era umas 9 da manhã tomei um banho, em Chicago era 7 da manhã eu tinha aula as 9 da manhã de Chicago. Desci tomei café, minha avó tinha saído e subi de novo. Liguei o VPN do meu computador senão minhas mães me encontrariam fácil. Aproveitei e mandei um e-mail pra Mel dizendo que eu estava bem e que eu faria aula online. Fiz aula até as 14 horas. Minha avó chegou com almoço pra mim, ela não tinha cozinheira, já que era só ela.

Vó: Fez aula?

Eu: Acabou agora.

Vó: Seu tio vem aqui hoje no fim da tarde tomar café comigo.

Eu: Eu não vou sair do quarto. Se ele me ver aqui, ele vai avisar minha mãe na hora.

Vó: Tem certeza que quer fazer isso?

Eu: Tenho. – ouvi meu tio chegando, me tranquei no quarto. Ele foi embora duas horas depois. Recebi um alerta no meu e-mail que minha conta bancaria foi bloqueada. A conta que minha família abriu. E meu cartão de credito também. Minhas mães estavam fazendo isso para me deixarem sem dinheiro e eu voltar pra casa onde quer que eu estivesse. Abri meu e-mail e tinha um e-mail da Mel.

Sophie, onde você está? Nossas mães estão desesperadas atrás de você. A mamãe (Pri) Foi atrás de você em Fort Lauderdale. Ela vai colocar a polícia atrás de você. Você ficou maluca? O que pensa que está fazendo? A mãe não para de chorar preocupada com você. Recebemos o seu exame de drogas não precisava de nada disso, para com essa besteira. Volta pra casa.

Eu respondi...

Eu estou bem Mel, não se preocupe. E fale para elas que não precisa desse circo não. Eu estou assistindo aula, estudando normalmente, me alimentando, dormindo. Não estou bebendo e nem usando nada, já que elas me tratam como uma viciada sem conserto. Eu estou com a única pessoa que até agora não me julgou. Não se preocupe.

Eu jantei com a minha avó, ela queria saber tudo sobre mim, sobre a Mel e o Noah, como a mamãe, filha dela estava. Então depois do jantar nos sentamos na área da piscina e eu resolvi perguntar.

Eu: Vó, porque nunca mais procurou a mamãe? E nem a gente?

Vó: Por que eu sou orgulhosa demais para isso. Eu vi sua mãe quando eu sofri um infarto e eu a expulsei do hospital. Eu fui tão idiota. Eu não entendia o autismo da Mel, eu não entendia o fato dela querer ter outro filho depois do sofrimento que foi, a perda do Gabriel. Então eu fui egoísta e estupida com ela. Eu tentei muitas vezes me aproximar, mas eu não queria iniciar uma nova briga, uma nova guerra e nem tirá-la da paz dela então eu fiquei longe.

Eu: Não tem vontade de se aproximar de novo de conversar com ela de pedir perdão por ter sido assim e voltar a conviver com a gente?

Vó: Claro que tenho Sophie, sempre tive, mas eu conheço sua mãe o bastante para saber que ela não me perdoaria. Eu tenho 73 anos, sua mãe tem 51 e ela tem o meu gênio embora ela me abomine.

Eu: Eu acho que ela tem mágoa vó. Ela veio te ver quando ficou doente e a senhora a expulsou, disse que não era pra ela ter vindo. Isso doeu nela. Por isso ela não veio mais aqui, ela não entrou mais em contato a senhora não a queria e nem nos queria. – ela deixou cair uma lágrima.

Vó: Eu errei muito Sophie e eu reconheço isso todos os dias. Eu me privei de conviver com meus netos com a minha filha por ignorância e isso me machuca muito. Em algum momento eu vou conseguir me aproximar e pedir perdão a sua mãe por tudo isso, por toda a dor que eu causei nela.

Eu: Eu sei que vai vó... – meu tio ligou pra ela falando que minhas mães estavam desesperadas atrás de mim. 

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O que acham da postura da Patrícia?  Acham que ela mudou? Acham que ela está errada em ajudar a Sophie nesse sumiço pelo menos por enquanto como ela disse?

NATIESE EM: NO AMOR E NA GUERRAOnde histórias criam vida. Descubra agora