Capítulo 33

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Logo a campainha tocou e pouco depois a Priscilla veio.

Pri: Amor...

Eu: Oi? O que é isso? Quem era? – lia um papel.

Pri: A gente tem uma audiência em três dias na corte de Chicago as 13:45, sobre a guarda da Sophie.

Eu: Deixa ver. – peguei o papel e li. – Liga para o Adam vê se ele está em casa e se pode vir aqui explicar isso pra gente. – ela ligou e 10 minutos depois ele chegou.

Adam: Olá...

Eu: Oi Adam, obrigada por vir. Recebemos isso agora pouco. – ele pegou e leu. – Por que uma audiência? Isso nunca foi mencionado. – perguntei preocupada.

Adam: Eles retiraram a Sophie legalmente de vocês e vocês passaram por avaliação psicológica e por algumas entrevistas e vistorias com assistentes sociais. Agora a corte vai dar o parecer favorável ou não a vocês sobre a guarda da Sophie.

Eu: Eles sumiram a mais de uma semana. Não me deixaram ver minha filha, não falaram mais nada, não vieram mais aqui eu não estou entendendo nada, eu não posso perder a minha filha – já tremia nervosa.

Adam: Natalie, fica calma... Normalmente quando é assim, quando eles somem, é porque não tem nada de errado para julgar. Eles vieram aqui duas ou três vezes, foram no hospital falaram com vocês e vocês falaram com os psicólogos determinados por eles separadamente a casa passou por vistoria. Se vocês oferecessem risco, eles bateriam aqui na porta todos os dias ou pelo menos a cada dois dias. Isso pode ser um ótimo sinal. Fiquem tranquilas. Mas posso adiantar que, se vocês estiverem com algum problema interno entre as duas, melhor resolverem antes de entrarem na corte, porque quando colocarem os pés lá, já terão pessoas vigiando cada olhar, cada piscada que derem. Se estiverem se estranhando ainda, resolvam. Sejam um casal harmonioso que está ansiando pela volta da filha de vocês, porque eles podem mudar de ideia em cima da hora também – ele nos explicou como funcionava essas reuniões de guarda, não era necessário a presença de um advogado. Logo ele foi embora, o tempo fechou e começou a chover. Entramos com a Mel dei um banho nela estava toda suja de areia.

Mel: Mamãe?

Eu: Oi amor?

Mel: E Sosô? – era a primeira vez que ela perguntava da irmã.

Eu: A Sosô está dodói filha, mas ela logo vai ficar bem e vai voltar pra casa. – ela não perguntou mais e voltou a brincar com os brinquedinhos de banho dela. Logo a troquei, e descemos. A Anna estava de folga então eu fiz o almoço e a gente comeu juntas, nós três. O dia da audiência chegou, a gente não dormiu nada a noite. Eram três da manhã e estávamos acordadas. – Amor?

Pri: Hum?

Eu: Me perdoa ser tão dura com você.

Pri: Me perdoa ter deixado tudo isso acontecer. Eu juro que eu não queria...

Eu: Eu sei que não. – me aproximei dela e a beijei calmamente – Eu te amo, e eu sei que você jamais machucaria ou deixaria uma de nossas filhas se machucarem de propósito. A gente precisa lidar com tudo que aconteceu nas nossas vidas, ou isso vai nos consumir. A gente não conversa mais como antes, a gente não sorri, a gente não faz amor, a gente não está sendo uma família. Antes tínhamos o medo do exército nos separar e agora a gente não tem mais o exército pra isso e estamos nos perdendo e não e justo.

Pri: Não... Não é...

Eu: Eu te amo muito.

Pri: Eu te amo, muito – nos beijamos longamente. Ficamos trocando carinho até dormirmos. De manhã acordamos exaustas tomamos banho juntas a ajudei a colocar a bota ortopédica de novo nos trocamos e fomos tomar café. A Mel dormia com uma mamadeira na mão na cama dela, a Marcelle já tinha chegado.

Eu: Bom dia Marcelle, bom dia Anna.

Marcelle: Bom dia.

Anna: Bom dia... - me sentei. A Pri logo as cumprimentou e se sentou também.

Marcelle: Dona Priscilla, dona Natalie eu sei que hoje é um dia importante, mas eu queria conversar com vocês duas.

Eu: O que houve?

Marcelle: Como sabem, eu faço faculdade a noite e me formo em dois anos.

Eu: Sim, está com algum problema?

Marcelle: Meu pai foi transferido para Wisconsin e se mudam em dois meses pra lá e eu não quero largar a faculdade e nem meu emprego porque o emprego é quem paga a minha faculdade e ainda me sobra um bom dinheiro pra fazer minhas coisas o que não dava pra fazer como babá diarista. Não posso ir e voltar todos os dias pra Wisconsin então eu queria saber se eu posso ficar aqui durante a semana. Vi que tem uma edícula que não utilizam e se permitirem que eu fique lá durante a semana podem até diminuir meu salário.

Eu: Por mim tudo bem você pode ficar na edícula sim.

Pri: Não vamos diminuir seu salário não ok? Seu horário continua o mesmo quando precisar sair mais cedo você nos avisa sem problemas, a gente não tem esses dramas não, só precisa nos avisar com antecedência. Eu vou providenciar a limpeza da edícula a organização de lá e você fica o tempo que precisar.

Eu: Isso mesmo. A gente vai providenciar um carro pra você também, para atender as necessidades da Mel, e provavelmente vai dividí-lo com a babá da Sophie durante o dia, mas a noite se quiser usá-lo para ir a faculdade ou sair com os amigos ou ir para Wisconsin você pode usá-lo.

Marcelle: Obrigada, eu nem sei como agradecer – sorriu emocionada.

Eu: Você nos ajuda muito Marcelle, você é muito importante para nós, a Melzinha te adora, e a gente só vai retribuir tudo que você faz por nós. – sorri. Eu trabalhei de casa, a Priscilla organizou algumas coisas no site da loja pra mim, ela estava me ajudando com isso a alguns dias para ocupar a mente dela também. Logo deu a hora do almoço, a gente comeu se trocou e saímos. 

NATIESE EM: NO AMOR E NA GUERRAOnde histórias criam vida. Descubra agora