Dirigi até Copacabana e entrei num prédio, o porteiro não estava, como sempre. Se for o mesmo da minha juventude, ele não mudou nadinha. Subi até o sétimo andar e toquei a campainha do apartemento 702.
XX: Já vai... – a voz ecoou de dentro do apartamento. A porta logo se abriu. – Priscilla?
Eu: Oi Lohana... – sorri de leve.
Lohana: Que surpresa...Entra.
Eu: Desculpa vir sem avisar.
Lohana: Tudo bem.
Eu: Seu porteiro não estava lá embaixo.
Lohana: Como sempre. – riu. – O que faz aqui?
Eu: Preciso conversar – suspirei.
Lohana: Vinho?
Eu: A essa hora da tarde?
Lohana: Toda hora é hora para um bom vinho. – ela pegou as taças e o vinho, uma tábua de frios e veio para a sala. – E o que faz no Rio, voltou para o Brasil?
Eu: Na verdade eu fugi pra cá. Cheguei hoje cedo.
Lohana: Fugiu por que? Não matou sua esposa não né? Eu não quero ser presa como cúmplice.
Eu: Não, ela está viva. Eu fugi para não brigar mais e para me entender. Entender meus sentimentos. Muita coisa aconteceu nos últimos tempos. – contei tudo a ela.
Lohana: E achou uma boa ideia fugir da sua mulher?
Eu: Eu não pensei em nada, eu só queria deixar tudo e respirar, eu não respiro a meses, eu estou cansada, eu estou magoada por tudo isso, tudo agora vira briga, vira discussão e eu não me casei pra isso... – era a primeira vez que eu falava assim.
Lohana: E por que não falou isso para a sua mulher?
Eu: Por que tudo vira briga e bate boca, por isso.
Lohana: Entendo... – a gente passou a tarde e o começo da noite bebendo. Tomamos quatro garrafas de vinho eu estava péssima.
Eu: Eu preciso ir embora...
Lohana: Você está bêbada, não vai dirigir assim. Precisa de um banho, vamos...
Eu: Eu estou bem.
Lohana: Não está... Vem... – eu a puxei e a beijei. Eu beijei minha ex namorada. Sim, Lohana foi minha namorada do colégio, e quando terminamos nos tornamos amigas. Ela foi a primeira pessoa que eu amei, eu gostei muito dela. Acho que a única pessoa no mundo que gostei mais que gostei dela é a minha esposa. Natalie não tinha nada contra, mas também não tinha nada a favor. Respeitava nossa amizade e eu passei dos limites. – Priscilla, para... Você está bêbada e eu não vou me aproveitar disso. Você é casada e a essa hora sua mulher está com suas filhas em Chicago morrendo de preocupação. Vamos tomar banho, vem...
Eu: Eu deixei um bilhete – falei meio grogue...
Lohana: E no bilhete dizia?
Eu: Preciso de um tempo, te amo.
Lohana: Nossa, grande bilhete Priscilla. Vamos tomar um banho logo - quando me dei conta já era o dia seguinte de manhã, minha cabeça estava explodindo, eu usava uma camisola que não era minha, me lembrei que estava na casa da Lohana. Peguei meu celular e no meu chip do Brasil tinha dezenas de chamadas e mensagens e uma das mensagens era da Natalie.
Preciso de um tempo, te amo... É esse o bilhete que você me deixa depois de gritar comigo por eu tentar entender o que você queria fazer e não me incluiu ai eu fico feito uma louca atrás de você e descubro você no Brasil... No Brasil e na casa da sua ex namorada Priscilla? É isso que você faz depois de uma briga nossa? Foge para o Brasil e para a casa da sua ex e quando eu finalmente te encontro, quem atende o telefone é ela? Não precisa voltar pra casa ok? Não chega perto de mim e nem das minhas filhas. Adeus...
Eu: Merda... Lohana, porque você atendeu meu celular, era a Natalie.
Lohana: Eu não sabia que era ela. O celular não parava de tocar e era número privado eu achei que fosse sua mãe preocupada e era ela. Ela não disse nada, só que já sabia quem era e desligou na minha cara. Eu não disse nada.
Eu: Que merda... – coloquei minhas roupas e fui embora sem dizer nada. Quando cheguei minha mãe estava nervosa.
Mãe: Onde você estava? Já ia colocar a polícia atrás de você.
Eu: Estava na Lohana.
Mãe: Você está maluca? Sua mulher ligou umas mil vezes querendo saber de você. Eu não sabia mais o que dizer e você vai pra casa da sua ex. Está querendo acabar com seu casamento Priscilla? – falou nervosa.
Eu: Eu vou voltar pra casa. – entrei no quarto fazendo as malas.
Mãe: Como assim Priscilla você chegou ontem.
Eu: Eu preciso resolver com a minha mulher, eu não posso deixa-la pensando que eu sai e a abandonei com as minhas filhas – peguei tudo pedi um uber e fui para o aeroporto. Fui nos guichês de todas as companhias aéreas e só tinha passagem para o dia seguinte as 7:15 da manhã. Eu fiquei num hotel, não queria encarar minha mãe me dando sermão e dando a opinião dela de quanta loucura era eu querer ter outro filho depois de perder o meu para o câncer. Tentei ligar pra Natalie, mas só caia na caixa postal e em casa ninguém atendia. Aquilo estava me deixando nervosa. No dia seguinte cedo eu embarquei e cheguei as 21:15 do horário do Brasil e 19:15 do horário de Chicago. Peguei meu carro no estacionamento paguei a taxa de estacionamento e fui pra casa.
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Priscilla beijou a ex... Natalie sabe onde ela está... Priscilla voltou pra casa... E agora, como será esse reencontro?
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NATIESE EM: NO AMOR E NA GUERRA
FanficMoro no estado de Illinois na grande cidade de Chicago, nos Estados Unidos. Meu nome é Natalie Kate Smith de Almeida, tenho 33 anos, sou engenheira aeronáutica da Air Force dos EUA. Moro num bairro bem tranquilo com grandes casas, praças, parques e...