Capítulo 40

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No sábado a tarde saímos com as meninas, fomos passear um pouco, estava frio, bem frio.

Eu: Amor, a gente precisa comprar roupas de frio. Para nós e para as meninas.

Pri: Sim, e dar uma renovada nos edredons e cobertores. Precisamos tirar os cobertores do quarto da Mel, por causa da hipersensibilidade tátil.

Eu: Sim. Ela chorou bastante a noite por causa do cobertor, e a pediatra disse que poderia acontecer.

Pri: Vamos sair semana que vem pra ver isso, comprar os presentes de natal também. Seus pais virão para o Natal?

Eu: Sim. Minha irmã vai adiantar a vinda dela, chega no dia 22 de dezembro. Meu irmão vem com a esposa e o filho. E sua mãe vai vir?

Pri: Não. Ela quer que a gente vá para lá.

Eu: Mas amor, pode ter uma nevasca, não podemos arriscar ficar sem um natal aqui para as meninas, sem nada preparado e chegar no aeroporto e ter o voo cancelado.

Pri: Eu sei, e eu falei pra ela. Eu falei pra ela vir, trazer minha avó meus tios com meus primos. A casa é imensa, tem quartos suficientes para todos. É mais fácil eles virem do que a gente ir. Vai ser muito difícil a gente conseguir voar pra lá.

Eu: É verdade. Sua mãe está sendo cabeça dura por causa da nossa briga pela Mel.

Pri: É eu sei que é por isso, mas você tinha razão, ela errou. – conversamos muito sobre tudo isso, ela ia tentar falar com a mãe de novo. Não faltava muito para o natal e se demorassem, não conseguiriam voo para Chicago antes do natal. A minha família já tinha comprado passagens. Meus pais chegam dia 20, minha irmã e meu irmão com a esposa e o filho no dia 22. Na quarta feira eu e Priscilla fomos resolver a questão das roupas de frio para nós e para as meninas na Macy's mesmo. As roupas de cama para toda casa. E fomos pra casa. Já começava a nevar bem de leve. A noite a Pri ia para o centro servir o jantar.

Eu: Amor, precisamos comprar as lenhas para a lareira, vamos ter que estocar.

Pri: Eu compro amanhã. Ainda tem dois sacos lá em casa.

Eu: Sim, mas precisamos comprar mais. Vamos comprar o peru para o natal também porque de última hora vai ser difícil encontrar.

Pri: Sim, vamos nos adiantar com tudo para a ceia. – chegamos em casa, vimos um carro do exército parando no final da rua.

Eu: Pri... Olha...

Pri: É a casa do Rochester's. – descemos do carro e fomos para a calçada a Julie saiu.

Julie: Oi... É nos Rochester's.

Pri: Vamos lá... – fomos até o final da rua. Cada passo que a gente dava, parecia uma eternidade. A casa deles ficava a umas 10 casas depois da nossa. Encontramos Adam, Jocelin, os Filmors, os Johnsons, a Paty. Todos saíram de suas casas e fomos nos encontrando no caminho e no momento exato Jofrey e Evelyn abriam a porta. Evelyn começava a chorar se apoiando no marido.

XX: Senhor e Senhora Rochester, eu sou o Capelão Oficial James McCarter do Exército Americano esse é o Soldado Michel Sleiman. Podemos conversar um minuto?

Evelyn: Meu filho... É o meu filho não é? – foi caindo. Eu por instinto fui até ela e a segurei.

Eu: A gente está aqui.

Capelão: Podemos entrar?

Jofrey: Sim, por favor... – entramos e eu sentei a Evelyn e peguei um copo de água pra ela.

Capelão: Senhor Rochester, senhora Rochester, o fuzileiro James Rochester foi ferido em combate ontem pela manhã. Ele foi socorrido e operado, mas infelizmente ele veio a óbito hoje as 14:42 do horário de Chicago.

Evelyn: Não... Meu filho não... – abraçou o marido.

Capelão: Sentimos muito pela perda de vocês. O traslado do corpo será feito em dois dias, e chegará as 08 da manhã, um carro virá busca-los para o desembarque do corpo no aeroporto. – falou tudo aquilo que eles sempre dizem e logo foram embora. A gente ficou lá. Eu não dizia nada, eu não tinha palavras. A Pri também não dizia nada pra ela, mas fazia contatos no exército para saber dos fatos e como tudo aconteceria. Ela deixou tudo anotado para eles. Ficamos com eles até os familiares chegarem e fomos para casa. Era triste aquilo, doía... todas as casas tinham uma bandeira dos Estados Unidos na entrada. Todos nós as colocamos a meio mastro em sinal de luto e respeito por eles. Era um misto de sentimentos. Estávamos aliviadas de não estarmos no exército mais e de saber que nossas filhas não passariam por isso. No dia que o corpo chegou, todos nós acompanhamos o casal Rochester e sua família ao aeroporto. O velório foi curto e o corpo seria cremado. O natal dos Rochester's seria muito triste. Sabíamos o que eles estavam sentindo. No dia seguinte preparamos o jantar e levamos para eles. Cada vizinho fez comida num dia. Os americanos tem isso, de cozinhar para os vizinhos quando perdem um familiar, mandar flores, cuidar da roupa suja, da casa.

Eu: Amor, precisamos comprar aquela proteção da lareira, pra evitar que a Sophie chegue perto, ou a gente ainda vai encontrar essa criança carbonizada. – ri.

Pri: Já resolvi, chega depois de manhã. – A noite fui fazer compras e logo voltei pra casa. Eu e Priscilla revezávamos na ajuda no centro comunitário. O casal Rochester pediu para cuidar do jantar de natal para os carentes. Eles não queriam ir para casa de parentes e nem fazer nada. Então eles e mais algumas pessoas se despuseram a fazer isso. Meus pais chegaram, fui busca-los no aeroporto e logo chegamos em casa.

Eu: Mel olha quem chegou... A vovó e o vovô... – a Mel os encarou alguns segundos e veio para o meu colo. Eu a peguei. – Fala oi filha.

Mãe:Eu amor da vovó tudo bem? Que saudade de você... – pegou na mãozinha dela e ela foi para o coloda minha mãe. Os dois brincaram com ela e a Sophie um pouco e foram descansar.Dois dias depois meus irmãos chegaram, fui busca-los no aeroporto, e no dia 23minha sogra, meu cunhado e a avó da Pri chegaram. A noiva do Felipe viria parao réveillon. Patrícia não falou muito comigo, a Mel não chegou perto dela.Patrícia criticou nossa ajuda no abrigo e a Priscilla lógico que rebateu a mãedela de todas as formas. Nossa ceia foi muito gostosa, a Diorio estava conosco,minha tia Alisson estava conosco, apesar de não ter mais o Gabriel conosco,fica o conforto de que ele não está aqui sofrendo, sentindo dores ou ligado amáquinas. 

NATIESE EM: NO AMOR E NA GUERRAOnde histórias criam vida. Descubra agora