Capítulo 28

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Obs: A próxima história não vai ser sofrida não tá kkkkkkkk ou vai...

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PRISCILLA NARRANDO...

Minha filha na UTI por minha causa, por meu descuido. Assistente social em cima de nós, guarda da Sophie com conselho tutelar e o estado. Era tudo tão surreal pra mim, eu só conseguia me sentir a pior pessoa do mundo no meio disso tudo. Decidi ir para o Brasil, me afastar antes que eu acabasse machucando alguém de maneira irreversível. A Natalie surtou comigo por isso. Eu estava fugindo, mais uma vez para a decepção e raiva dela. Não nos falamos o dia todo. Brinquei com Melanie o dia inteiro, fiquei no jardim com ela enquanto ela brincava, e minha mente estava na Sophie. No dia seguinte Natalie saiu de manha de novo sem falar comigo. A babá chegou e eu pedi um táxi e fui até a minha terapeuta. Ela me indicou um grupo de apoio, seria a noite.

Eu: Natalie? – ela estava dando banho na Melanie.

Nat: Oi? – respondeu sem me olhar.

Eu: Vou sair tá?

Nat: Ok. – ela nem perguntou onde eu ia. Eu sai, o táxi estava me esperando. Eu ainda não dirigia por causa da perna. Logo cheguei a um prédio de 4 andares no centro da cidade. Entrei e tinham cerca de 10 pessoas ali. Logo uma mulher tocou meu ombro.

XX: Oi... Boa noite.

Eu: Boa noite – retribui o sorriso.

XX: Meu nome é Taylor, sou a psicóloga do grupo, seja bem vinda.

Eu: Priscilla Pugliese. Obrigada.

XX: Vamos nos sentar – todos se sentaram. – Boa noite pessoal.

Todos: Boa noite.

XX: Então... Hoje temos 3 pessoas novas no grupo, apresentem-se por favor.

XXX: Boa noite, meu nome é Ann Marie Carter, eu perdi uma perna numa emboscada no Paquistão. Passei 6 meses no hospital até me recuperar totalmente das feridas. Recebi indicação desse grupo, porque eu não consigo falar sobre isso com a minha família, não consigo desabafar com pessoas próximas a mim, com aqueles olhares de pena em cima de mim.

Taylor: Bem vinda Ann, aqui não temos pena de ninguém e o grupo tem o objetivo de ajudar a curar as feridas internas, as mentes que muitas vezes, não conseguimos expor para família. É diferente conversar com quem já sofreu um trauma e com quem viu tudo de fora. Você pode dizer o que quiser, a hora que quiser que vamos ouvi-la e juntos vamos buscar soluções para que tudo fique melhor. Quer nos contar agora como foi tudo? Se não quiser, e quiser só ouvir as historias o dia a dia de cada um, está tudo bem. Você fala o dia e a hora que se sentir mais a vontade tudo bem?

Ann: Obrigada. Prefiro só ouvir por hora. – sorriu de leve.

Taylor: Tudo bem... – retribuiu o sorriso – Pode se apresentar por favor? – falou para outra mulher.

XX: Meu nome é Julie Porter Chevalier, eu perdi meu marido no Iraque há 3 semanas. – começou a chorar.

Taylor: Tudo bem. No seu tempo tá... – a abraçou.

XX: Nós temos 4 filhos, um menino de 10 anos, um de 7, uma menina de 3 e uma de 1 aninho. As duas não entendem ainda, acho que é muito abstrato pra elas. Tentei explicar pra elas, mas a de 3 anos ainda chama pelo pai. Não tem sido fácil pra mim. Taylor: Nós entendemos. Passar por uma perda, é horrível em todos os sentidos e ainda mais assim, num confronto e com filhos pequenos – aquilo me tocou. Poderia ser a Natalie ali. Ela contou a historia deles e como tudo aconteceu. Logo foi minha vez.

NATIESE EM: NO AMOR E NA GUERRAOnde histórias criam vida. Descubra agora