O encontro

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_ É um prazer, finalmente, te conhecer, Leandro._ "Abner" disse com um sorriso simpático, estendo a mão para cumprimentá-lo.
Correr e se trancar no quarto seria uma boa opção para que Leandro não precisasse lidar o constrangimento. Contudo, sabia que essa não era a atitude adequada a ser tomada por um adulto  educado.
Devolveu o cumprimento fazendo o falso Abner sentir a frieza das suas mãos. A vergonha lhe queimava a cara e causava uma secura incomoda na garganta.
_ Eu sinto muito pela noite de natal. Não era a minha intenção causar algum transtorno ao senhores. Contudo, Júlio me disse que não haveria problema se eu o ligasse.
Leandro sentiu um leve enjôo. Estava tão envergonhado que os olhos lacrimejavam.
_ Eu que...que..._ a voz saia fraca._ Eu que peço desculpas pelo meu descontrole. Sinto muito. Muito mesmo.
_ Sem problemas! Vamos deixar no passado. O senhor está pálido! Está se sentindo bem? Não precisa se constranger com o que aconteceu.
_ Meu amor, eu pensei em te avisar do jantar que marquei com os meus clientes. Como você não estava em casa e nem respondia as minhas mensagens... não tive tempo. Foi uma reunião marcada de última hora. Graças ao anjo da Lorena, que providenciou tudo às pressas.

Á mesa, cada som dos talheres se tornaram uma tortura para Leandro. A tensão o impedia de tocar na comida. Enquanto todos conversaram sobre assustos profissionais, os quais Leandro era completamente ignorante, a sua mente estava a mil. Sentia vergonha pelo escândalo que armou ao telefone, pensava no quanto Júlio estaria chateado com ele. Tudo era turbulência em sua mente.
Dimitri! Lembrou do doce nome que o fez o sorrir e agora o faz gelar de medo! E se Júlio descobrisse? Afinal, ele ia exigir uma explicação pela sua ausência em casa.
"Será que Júlio chegou ontem?! Meu deus! O que vou dizer a ele?! Ah, socorro! Eu só queria desaparecer neste momento!"

A despedida do casal era uma incógnita para Leandro. Ele não sabia se ficava aliviado por não precisar mais olhar para "Abner", ou se temia os interrogatórios do marido.
_ Tá mais calmo, coração?_ Júlio perguntou o abraçando por trás e beijando o seu pescoço._ Agora posso ter novamente o meu maridinho dócil de volta e mandar a fera ciumenta para o raio que o parta?
Júlio o virou de frente para si e o abraçou.
_ Me desculpe não ter te avisado antes do jantar. Eu quis fazer uma surpresa.
Leandro ergueu a cabeça e fechou os olhos, sentindo os dedos de Júlio percorrer o seu rosto. Não tinha coragem de encara-lo. Temia que o seu olhar denunciasse a sua traição.
Sentiu os lábios beijados. Abriu a boca para receber a língua quente de Júlio.
_ Coração, eu te amo muito. Só você é dono do meu pau. Espero que isso fique bem claro.
Leandro sentiu a mão ser levada ao membro de Júlio, esfregava-a por cima da calça social._ Espero que eu também seja o único dono do seu delicioso corpinho._ Júlio advertiu beijando os ombros do companheiro.
Assustado, Leandro arregalou os olhos. Sentindo o medo gelar o seu corpo.
_ Por que você está dizendo isso? Está duvidando da minha fidelidade, Júlio_Leandro o olhava expressando estar ofendido. Contudo, a dissimulação não amenizava a sua tensão.
_ De jeito nenhum, coração! Eu jamais cogitaria isso de ti. Eu te conheço muito bem. Sei que é um anjo!
Júlio tocou com as duas mãos no pescoço de Leandro. Apertava-o levemente, deixando Leandro assustado.
_ Eu jamais duvidaria da sua honestidade, coração. Você é uma jóia rara... é único. E também não é o tipo de homem que gosta de aventuras perigosas. Eu sei que você tem amor a vida.
Júlio substituiu o aperto do pescoço por beijos.
_Só confesso que fiquei preocupado contigo. Cheguei em casa e não te encontrei, minha vida. Eu estava louco para te dar um beijinho. Aonde você estava, coração?
Leandro abaixou a cabeça quase chorando. Júlio ergueu a sua cabeça. Segurava a sua face e olhava de um jeito carinhoso.
_ Eu preciso de uma resposta, amor meu.
O coração batia a mil, os lábios tremiam e as lágrimas não suportaram ser contidas.
_ Eu vou ser sincero para você, Júlio.
_ Diga.
_ Eu estive com a Val. Eu estava arrasado pensando que você estava viajando com o seu amante. A Vanessa não estava em casa e eu me senti carente. Procurei a minha amiga e ela me convidou para passar o fim de semana no sítio dos pais dela. Aceitei... Eu sei que você não quer que tenho contato com a Val, mas eu precisava arejar a minha cabeça. Se quiser pode ligar para os pais dela e confirmar.
_ Mas de jeito nenhum! Eu confio nas palavras do meu maridinho. Não vou me prestar a essa papel ridículo._ Júlio o acariciou e sorriu._ Eu estava com tanta saudade! Agora é definitivo. Declarei férias para curtir o fim do ano com os meus dois grandes amores. Sou todinho seu, coração. Amanhã mesmo vou alugar um iate e vamos para Angra. Quero ter uma viagem romântica com o grande amor da minha vida.
'Agora vamos lá para o banheiro. O que mais preciso é foder gostoso contigo naquela banheira.'

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