Surpresa!

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Quando Júlio chegou na varanda, Leandro estava sentado na espreguiçadeira, em frente á piscina.

Usava uma blusa social branca com a metade do peito desabotoada e uma bermuda caqui que ajudavam a revelar as pernas, como estavam sobre a espreguiçadeira, as coxas peludas ficavam visíveis. Júlio desejava tocá-las, durante dias se sentia mal com as rejeições do marido.

Imaginou beijando-as, deslizando as mãos sobre elas, sentindo a maciez e o  calor da sua pele.

Leandro não percebeu que estava sendo observado. Mirava para o azul das águas da piscina com um olhar apático e a tristeza estampada na bela face. 

O que Júlio mais desejava era penetrar na sua mente e voltar a ser o dono do seu coração, que estava trancado para ele. Leandro se mostrava frio. Evitava ao máximo ficar próximo do marido. Sempre que Júlio chegava num cômodo, ele se retirava. Já não fazia mais as refeições na sala de jantar, optava pela cozinha ou no quarto de hóspedes que dormia ultimamente, quarto esse que teve que arrumar só.

No dia seguinte que Vanessa retornara do hospital, pediu a Patrícia para prepará-lo para ele. Júlio passou pelo corredor no momento e não gostou nada da mudança de quarto de Leandro.

_ Você não vai dormir em lugar nenhum que não seja no nosso quarto.

Leandro o ignorou.

_ Patrícia, me faça um favor de trocar as roupas de cama e levar as minhas coisas?

Patrícia pegou os travesseiros de Leandro para atender ao pedido do patrão.

_ Deixa essas merdas aí!_ Júlio gritou a assustando._ Quem paga o seu salário sou eu! Então, quem manda nesta porra desta casa sou eu! 

_ Sim, senhor._ Patrícia pôs os travesseiros de volta na cama de cabeça baixa. Ela se sentia angustiada por ver Leandro naquela situação, mas precisava manter o seu emprego. 

Leandro se esforçou para manter a calma. A cada dia que passava sob o mesmo teto que Júlio, Leandro se via mergulhado num mar de tristeza, com os pés atados, lutando para chegar á superfície.

_ Pode deixar, Patrícia. Eu mesmo levo. Você pode cuidar do almoço. Daqui a pouco, a Vanessa vai chegar do colégio.

_ Tudo bem. 

Patrícia engolia o choro. Temia sofrer algum tipo de represália de Júlio. 

Leandro pegou os travesseiros, mas levou um susto com Júlio os retirou dos seus braços e jogou na cama. 

_ O seu lugar é aqui comigo. Nós somos casados. 

Para não iniciar uma discussão, Leandro saiu do quarto, indo se trancar na biblioteca ficando lá até que Júlio saísse de casa.

O advogado fazia o que podia para tentar se reconciliar com o marido. Trocou os gestos grosseiros e impaciente por gentilezas.

Entrou no quarto de hóspedes e acordou Leandro com um beijo no rosto e entregou uma bandeja de café da manhã.

_ Meu amor, eu tô sentindo tanto a sua falta. Eu te amo demais. É doloroso demais te ver e não poder te tocar. Me perdoe por tudo que eu te fiz? Prometo fazer de tudo para melhorar a nossa situação. 

Leandro o olhava inexpressivo. Nada dizia e só o observava.

_ Amor, vamos aproveitar que o carnaval está chegando e vamos viajar? Ter um momento só nosso. Podemos ir para aonde você quiser, dentro ou fora do Brasil, você escolhe, meu amor. Eu te amo demais!

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