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Nota da autora: Hey gatinhes! A moça aqui esqueceu completamente de publicar atualização (e olha que eu disse que postaria capítulo novo todo dia??). Enfim, aqui tá uns capítulos porque tô empolgada! E obrigada por cada leitura :)


Água morna se arrastava por sua pele. Você nem se lembrava da última vez que tomou um banho decente. As pontas de seus dedos alisavam seus tornozelos, puxando-os para mais perto de si. Seus olhos corriam pela camada fina de espuma que se formava na superfície da banheira. O cheiro de sabonete perfumado, lavanda intensa, invadia suas narinas. Era agradável.

— Ai!

— Perdão. Seu cabelo está cheio de nós. - O homem de cabelos escuros não havia saído do seu lado. Desde que abriram sua gaiola e a tiraram de lá, até quando a carregaram até este banheiro. O homem loiro, Erwin, havia saído, dizendo que lhe daria privacidade, mas ele não.

Ele havia tirado os trapos que você vestia e tinha lhe colocado na água. Havia esfregado cada parte de ti com uma esponja macia e um sabão cheiroso e até tinha tomado cuidado ao passar pelas partes onde sua pele estava machucada demais. Agora, ele penteava seu cabelo e tentava alinhar a bagunça em seus fios. Em circunstâncias normais, jamais deixaria um desconhecido chegar a tal ponto. Mas em seu estado atual, você se surpreenderia muito se conseguisse pelo menos ficar de pé.

— Não são os nós... - Você murmurou. Havia um espelho na frente de si. Você evitava olhar. Não queria ver seu reflexo num estado tão patético. Machucada e humilhada. Essa não era você e não queria ver qual era a outra coisa ali. Mas, desviou o olhar ao vidro mesmo assim, quando sentiu as mãos do homem largarem seus fios quando você falou. Queria ver seu rosto. Ele estava com uma expressão de espanto.

— Pelos deuses! Você pode falar! Isso é maravilhoso! - Não o respondeu. É óbvio que podia falar, mas não o fez. Todo esse tempo que estava lá, você não falava nada. Estava esperando que o pior viesse a qualquer momento e essas pessoas não mereciam suas palavras. De qualquer forma, eles nem se importariam com elas. Pelo menos, não deveriam se importar. Só não entendia o porquê do homem parecer mais relaxado agora que ouvira sua voz. — Pensei que pudessem ter literalmente cortado sua língua, mas não podia pedir que abrisse a boca para que eu verificasse...

— Por que cortariam minha língua? - Foi a vez do homem não a responder. Você não sabia disso, mas Levi se recordou do momento em que Nile disse que você não faria barulho se Erwin quisesse usá-la, por isso mantinha o receio de que poderiam ter dado um jeito de mutá-la. Você resolveu não perguntar. — Minha cabeça dói...

— Você tem um corte bem aqui, criança. - Ele para a mão levemente sobre um ponto perto de sua testa. — Não é nada profundo. Vai cicatrizar em breve. Sinto muito pela escova estar machucando.

Ele retomou o trabalho com as mechas. Desta vez, com mais cuidado quando se aproximava de mais da região cortada. Você estava confusa. Um tanto confusa. Esperava tudo, menos um banho delicado ao chegar na casa de seus novos donos. De qualquer forma, não esperava que isso fosse durar muito. Você estava um caco e, se quisessem usá-la, precisariam que estivesse decente.

— Qual o seu nome, criança? - O homem perguntou, sem desviar o olhar da mecha que desembaraçava. Você não sabia se ele estava falando sério.

— [Nome]...

— É bonito. O meu é Levi.

Você sabia. Sabia quem Levi era e sabia quem Erwin era. Sabia também em que casa você estava e a que família pertencia o símbolo cruelmente marcado em seu braço com brasa ardente. E, principalmente, você sabia a quem você pertencia agora. Os Smiths. Você já ouvira falar deles muitas vezes, apesar de, até então, nunca ter visto suas faces. Uma das famílias mais fortes do país. Filhos do Céu. Aqueles que tinham empresas por todo o país e possuíam boas terras em Herade.

She's A Killer- Erwin Smith X LeitoraOnde histórias criam vida. Descubra agora