She's A Killer- Erwin Smith X Leitora

26.

Nota da autora: hoje é aquele lindo dia de tomar uma dose de depressão :)

Naquela tarde, ao voltarem para casa, Erwin e você trocaram algumas palavras. Aquele beijo estranho e repentino foi falsamente ignorado quando o foco do assunto foi algo que ambos sabiam que precisavam resolver. Porém, mentalmente, ambos repetiam a cena e tentavam não perder toda a sua atenção e focar apenas naquele momento em específico. O clima não era dos melhores, obviamente. Mas o silêncio deu-se principalmente pelo fato de ambos estarem imersos de mais em seus próprios pensamentos. Você não entrou junto a ele. Decidiu pegar a porta dos fundos, que daria no corredor para a cozinha. Encontrou por lá Nicolo e Sasha, que preparavam o jantar. Nanaba não estava trabalhando hoje e você lamentou por isso. Você não ficou muito conversando com o casal, de qualquer forma.

Correu a casa em busca de Isabel e a encontrou conversando com Levi na biblioteca. Pediu licença para roubá-la por alguns minutos. No corredor, você deu-lhe um abraço. Inicialmente, a ruiva espantou-se pela carícia repentina. Era algo que ela não esperava que você iniciasse, mas rapidamente embrulhou-a em seus braços e se afundou em você.

— Que bicho te mordeu? - Sussurrou ela. Voz abafada em seu pescoço.

— Não atrapalhe. - Você sorriu. — Obrigada, Isabel...

— O que fiz exatamente para estar recebendo sua gratidão?

— Por ser minha amiga.

— Eu em... Você está estranha. Devemos chamar a Doutora Hange? - Brincou enquanto se afastava. Você afagou-a nos cabelos e recebeu um daqueles sorrisos calorosamente infantil, que lhe irritava tanto. Certamente você sentiria falta daquilo.

À noite, Levi e Erwin estavam com você para o jantar. As vezes ocorria de jantar sozinha, com um deles e, se o dia fosse favorável, os dois. Nunca rendia muita conversa pois realmente temiam que Levi quebrasse um copo na cabeça de quem ousasse faltar com modos a mesa. Mas, naquela noite em específico, vocês conversaram sobre o início da nova estação, notícias que corriam por Herade e até mesmo descobriu que Erwin fez aula de piano na adolescência, mas o único que realmente aprendeu a tocar, foi Levi. Então, quando Erwin queria ouvir música, Levi sempre tocava para ele.

Ah, você também ganhou o bolo na sobremesa. Baunilha, com uma grossa camada de chocolate e chantily. Fez questão de mergulhar o dedo no creme e sujar as bochechas de Levi. Pensou que o homem certamente jogaria todo bolo em você, mas ao invés disso, viu-o gargalhar pela primeira vez. Devolvendo um pouco de chantily para seu rosto também. Logo, Erwin também teve seu rosto sujado e uma pequena e infantil guerra de chantily foi iniciada. Antes de Levi retomar sua seriedade rotineira e sua aversão por sujeira e a obrigasse ir diretamente para o banho. Seu coração apertou um pouco no peito, neste momento.

Quando Levi foi até seu quarto verificá-la e desejar boa noite, como fazia todos os dias, você permitiu roubar um abraço do homem também. Disse ser acerto de contas, afinal ele já havia feito isso uma vez antes também.

{...}

Beiravam as três da manhã quando Erwin entrou no quarto. A bolsa que carregava em suas mãos já estava preparada a algum tempo. Mesmo assim, ele ainda não sabia que não tinha se preparado para realmente entrega-la. Deixou-a em cima da cômoda, ao lado da cama. Um par de roupas - que não eram vestidos ou nada que não servisse para dar mobilidade. -, um celular descartável com um único número gravado nele e algumas muitas notas de dinheiro, alinhadas juntas por um elástico.

O plano era deixar a bolsa e sair o mais rápido possível, mas não é como se Erwin pudesse resistir quando a viu dormir tão pacificamente. Agarrada a um travesseiro como se sua vida dependesse disso, você suspirava. Seus cabelos formavam um tapete por cima do outro travesseiro e uma coberta grossa e quente lhe cobria até a cintura. Erwin puxou-a um pouco mais, até seus ombros e deslizou a ponta dos dedos levemente por suas bochechas. A pele tão macia e fria. Você nunca estava muito quente, de qualquer forma.