Havia três coisas que você definitivamente não esperava encontrar pela amanhã. A primeira era, abrir os olhos e ver muito azul, diferente dos tons claros e simplistas de seu quarto; segundo, sentir ao invés do rotineiro amontoado de travesseiros e almofadas com o calor agradável de cobertores felpudos, um calor corporal escaldante e que a fizera soar enojadamente e a sensação de pele colada a sua; terceiro, o olhar depreciativo de Levi, lhe encarando incrédulo sob algum tipo de julgamento pela qual a razão era desconhecida por você.
— Levi... O que esta fazendo aqui? Eu perdi a hora do café outra vez? - Apesar do calor um pouco exagerado e da esquisita sensação de algo agarrado a você, o estado desvanecido do sono ainda dominava seu corpo, então mal abriu os olhos para já fecha-los outra vez, resmungando a Levi alguma coisa que você mesma não deu muita atenção.
— Não, mas parece que eu perdi a hora que alguém me explica o que merda vocês estavam fazendo aqui? - Levi lhe deu carinhosamente um tapa na nuca, que a fez dar um salto e bater a mão no "colchão" em baixo de você.
Se assustou outra vez quando ouviu o "colchão" resmungar. Colchões não fazem barulho, pelo menos não deveriam fazer, a não ser que estivesse protagonizando um filme de terror e não se lembra-se. Outro ponto é que aquilo era firme de mais para ser um colchão. Geralmente acordava sentindo-se no paraíso por conta da agradável qualidade daquilo e não com uma estranha dor no abdômen, como se estivesse dormido em cima de algo meio rígido.
Outro ponto: seus travesseiros definitivamente não se assemelhavam a duas coisas montanhosas e grandes. Coisa essa que você estava com a cara confortavelmente enfiada até agora. Quando pode finalmente erguer a cabeça e se dar conta de onde estava deitada, deuses! Você desejou tanto o papel no filme de terror!
— Que droga? - As memórias da madrugada rapidamente invadiram sua mente. Você que procurou aquilo, mas não imaginava que iria tão longe. — Levi! Tire-me daqui! Me ajude a sair!
— Oh, deuses! Eu não aguento mais separar vocês quando, os deuses sabem como, vão se embolar juntos na mesma cama! - Um puxão nada delicado que praticamente a arremessa no chão, lhe tira de cima da figura adormecida de Erwin. — Ele tem sono pesado. - Explica Levi após sua expressão de indignação pelo tratamento recebido.
— Que merda! O que eu estava... - Tentando se levantar no chão, acabou por dar a Levi um murmúrio de reclamação por conta da sensação dolorida que dilatou em seu joelho pelo arremesso a dureza do chão.
— Você que deveria me dizer! Como raios veio parar aqui?
— Olha, realmente não...
— Aliás, você não vai dizer nada agora! - Levi decide, agarrando suas mãos e lhe puxando para a porta. — Estamos com problemas e precisarei de Erwin. Vá para o seu quarto, tranque a porta e, em nome dos deuses, não saia de lá até que um de nós diga que pode!
— Ei, o que está acontecendo, Levi? - Você sabia que Erwin tinha muitas empresas em seu nome. Era recorrente que sempre tivesse problemas que necessitassem da atenção dele e isso não era nada surpreendente. A questão é que você não tinha absolutamente nada haver com esses problemas, então definitivamente não era nada relacionado ao trabalho de Erwin. Afinal, finanças ou funcionários rebeldes não exigiriam que você estivesse trancada em seu quarto como um fugitivo em perigo.
— [Nome], você é sempre uma boa garota e faz o que dissemos. Entre lá e saia quando dizer que pode. - Levi tinha aquela expressão levemente enfurecida misturada com uma linha tênue de preocupação. Você já havia visto isso antes, no dia em que Erwin foi ferido na praia. — Farlan será o único a bater, além de mim ou Erwin e você me prometa que não abrirá para nenhum outro.
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She's A Killer- Erwin Smith X Leitora
FanfictionNum mundo onde quem você é se define pela tribo em que você nasce, [Nome] teve o azar de nascer na pior delas. Se vê capturada por militares e obrigada a servir a trabalho escravo. Só não esperava que iria servir justamente a uma pessoa importante e...