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Nota: eu acho esse capítulo tão lindo... não sei porque...


- O Senhor Smith é, certamente, muito gentil com você!

O sol já se despedia nos céus. Tons de brasa se misturavam com o azul profundo. A brisa era quase totalmente escassa e as nuvens, inexistentes. O fundo de mata que cercava a propriedade Smith já possuía tons mais escuros, em contraste com os do céu. Era um belo pôr-do-sol, se fosse para admirar, afinal.

- Nunca disse que não era.

- Também nunca duvidei que fosse. - Isabel guiava vocês até um canteiro de durantas que cercavam um dos caminhos que ligavam as saídas até a casa. Ao longe, poderia ver dois homens trabalhando nas plantas. - Apesar de que sei que não há gentileza que possa tornar seu trabalho mais agradável...

- O que?

- Ah, eu sinto muito! Não deveria falar sobre isso! - A mulher levou as mãos a boca, mostrando-se assustada com seu próprio comentário. - Desculpe, é realmente um assunto delicado para...

- Que tipo de coisa você acha que eu faço, Isabel? - Ergueu uma sobrancelha.

- Eu... Não que... Ah, acho...

- Eu não sou uma escrava sexual, Isabel. Se é isso que esta pensando...

- Não? - Agora ela parecia ainda mais chocada. - Mas nós pensávamos que...

- Pensaram errado, oras! - Você definitivamente não queria entrar nesse assunto, principalmente pela ideia insistente em sua mente de que a garota só estaria sendo legal com você para conseguir informações, sabe-se lá para que. - Quando digo que Erwin é bom para mim, digo em todos os sentidos possíveis. Ele nunca me fez nada...

- Oh! Então peço mais desculpas ainda! Nunca deveria ter insinuado algo desse gênero! Oh Deuses! É do Senhor Smith que estamos falando! É óbvio que ele nunca...

- Está bem. Já chega. Não vamos estragar isso.

- Desculpe-me, outra vez... - Agora a ruiva parecia um tanto acanhada. Talvez de culpa. Talvez de nervoso. Não dava para saber. - É só que, você nunca pareceu fazer nada e, bem... Imaginávamos que teria sido traga para...

- Ser escrava. - Ela arregalou levemente os olhos com suas palavras diretas. - Sim, foi para isso mesmo. Mas Erwin não é um daqueles homens cabotinos e repulsivos da alta classe. Ele apenas cuida de mim.

- Isso é, com certeza, algo a se esperar de um bom homem como Smith...

Antes que pudessem prosseguir o assunto, um dos homens que cuidavam das plantas percebeu a presença de vocês.

- Isa! Oi! Venha até aqui! - A mão balançava ligeiramente no ar, acenando alegremente em sua direção. Isabel praticamente saltou ao acenar de volta, agarrando sua mão e fazendo-a correr até lá. Não pode deixar de notar que seus pés não doeram nem um pouco durante a corrida. Isso era tão fodidamente bom! Significava que seu corpo já estava completamente curado outra vez. - Ei, senhor Magnólia, sua filha veio nos ver!

- Ah, pensei que Isabel não estaria vindo trabalhar nos jardins hoje. - O homem mais velho era baixo e tinha uma barba rala no rosto. Na cabeça, resquícios do que um dia foi um cabelo ruivo, como o de Isabel, agora já era um tom de louro-acobreado. O outro homem era bem mais novo, porém ainda parecia mais velho que você e Isabel. Era alto e tinha cabelos loiros arrumados de uma maneira esquisita. Ambos tinham nas mãos tesouras de jardinagem. Os galhos caídos no chão eram a prova de que estavam podando as durantas.

- Não vim trabalhar, papai. Hoje estou só dando uma volta com minha amiga antes de leva-la de volta. - Isabel cantarolou alegremente. Você sentiu uma leve onda de felicidade ao ouvir a mulher lhe apresentar como amiga, por mais que soubesse que não era isso que eram exatamente, por conta do curto tempo de convívio. Mas já era algo.

She's A Killer- Erwin Smith X LeitoraOnde histórias criam vida. Descubra agora