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Nota da autora: eita bbs esse capítulo daquele jeito

Era uma das tardes menos belas que já havia visto por ali. Um cinza carregado cobria muito dos resquícios azuis da imensidão acima no céu. Porem, o clima ainda era abafado e o vento, quase escasso. Uma fenda de luz fraca do sol entrava pela janela e clareava um pequeno contorno. Você desligou a TV quando viu mais uma notícia ser divulgada. Rolou pelo tapete, tomando certo cuidado para não esmagar o livro de literatura clássica que Levi havia obrigado a ler. Permitiu seu corpo esparramar pelo tapete e seus cabelos espalharem pelo tecido felpudo. Suspirou alto e sorriu brevemente quando um pequeno belga pousou na janela, cantarolando uma aliciante melodia.

Engatinhou até perto da janela, silenciosamente para que o pássaro não fugisse. Observando-o de perto, admirou as penas amareladas que mesclavam as amarronzadas. Voltando a mesma posição de antes, porem agora perto da janela e debaixo daquela pouca luz solar, fechou os olhos e tentou ignorar o chão rígido incomodando suas costas. Apenas apreciando o canto do pequeno pássaro.

Em algum momento, ouviu o bichinho bater asas e, antes mesmo de abrir os olhos, a luz que lhe iluminava desapareceu, dando lugar a sombra. Você abriu os olhos apenas para encontrar um sorriso tênue de Erwin, olhando para você enquanto fazia sombra por seu enorme corpo.

— Você o assustou. - Reclamou pelo pássaro.

— Sinto muito. Ele estava fazendo-lhe companhia?

— Estava. E o sol também. - Resmungou. — Está tampando-o.

Erwin exclamou um "Oh" e afastou-se da janela, fazendo com que a luz voltasse a iluminar seu rosto.

— Não lhe ouvi entrando.

— Fui silencioso.

— Não o suficiente para fazer o passarinho ficar. - Fingiu uma careta de descontentamento.

— Bem, podemos ir vê-los de perto...

— O que esta sugerindo? - Ergueu brevemente o tronco, apoiando-se em seus cotovelos.

— Ah, pensei em fazermos algo para passar o tempo. - Erwin reencostou-se num canto da parede. O sorriso gentil nunca deixando seus lábios. — Não está ocupada, está?

— Claro, eu sempre tenho tanto para fazer! - Zombou, revirando os olhos. — Você não trabalha?

— Eu posso tirar algumas horas.

— Se eu for, poderei comer bolo de sobremesa no jantar?

— Posso providenciar isso.

— Bem, quem sou eu para negar bolo... A onde vamos?

— Não é longe...

{...}

Você estava, no mínimo, desconfiada. Não que não confiasse em Erwin, claro. Mas parecia tudo meio estranho. Algum tipo de voz interna lhe dizia que aquela não era a melhor coisa que vocês poderiam fazer.

— Tem certeza que podemos fazer isso? - Você perguntou, enquanto afastava um galho de seu caminho. — Isso não é... Sei lá, crime?

— Não faríamos se fosse. - Silenciosamente, você questionou se era realmente a melhor pessoa para considerar a frase "não cometer crimes".

— Seria mais fácil usar uma arma.

— Por que eu teria permissão para porte de armas? - Erwin ia na frente, abrindo o caminho pela mata.

De fato não era longe. Seguindo o caminho por trás do jardim, o terreno Smith se expandia por mais alguns hectares de mata. Não tinha certeza de onde Erwin queria chegar exatamente.

She's A Killer- Erwin Smith X LeitoraOnde histórias criam vida. Descubra agora