Uma careta profunda tomou sua face quando mais um gole quente desceu por sua garganta. Levi a obrigara a tomar chá preto, alegando que a cafeína deixaria seu cérebro em alerta. O gosto amargo e mal acentuado não a agradava, ao contrário de que parecia agradar muito o homem.
— Você vai fazer careta toda vez que colocar na boca?
— Claro! Isso é horrível! - Levou a boca mais um daqueles abacates que Levi também havia trago junto ao chá. Nunca imaginou que um ovo cozido dentro de um abacate poderia ser tão saboroso. Mas, na realidade, qualquer coisa que disfarçasse o gosto daquela coisa que Levi chamara de "melhor chá", lhe seria extremamente divino.
— É para você focar mais. Então tome!
A três dias Levi estava tentando enfiar a matéria de advérbios na sua cabeça. Aquilo era definitivamente mais fácil na prática do que na teoria. Advérbio, locuções adverbiais, circunstâncias, tempo, lugar, modo... Você já estava se arrependendo de ter aceitado Levi como seu professor.
Outro gole no chá. Outra careta. Outro pedaço de abacate mordido. E mais um murmúrio seu, reclamando do quanto aquilo era chato. Levi revirando os olhos novamente.
Você quase glorifica aos deuses quando a porta da sala de jantar foi aberta. Alegra-se mais ainda ao ver a figura de Erwin adentrando o cômodo. Com sorte, ele pediria a Levi que o acompanhasse em algum trabalho e assim você teria algum tempo de trégua. Reparou que Erwin usava roupas menos formais desta vez. Calças de linho preta e uma blusa de botões na cor de chumbo, largada para fora da calça. Erwin ficava bem em roupas casuais. Melhor dizendo, Erwin ficaria bem até enrolado em panos de chão, mas isso você não precisava frisar.
— Pelo visto estamos concentrados por aqui? - Brinca o homem ao se aproximar da mesa. Os olhos correndo pela pilha de livros que ocupava parte da superfície, os lápis que repousavam no apoio e você com a cara afundada nas folhas de um caderno. Sua cabeça se move levemente na direção dele, que lhe dá um sorriso ao perceber o desespero momentâneo em seus olhos, quase como se gritasse para que a tirasse dali, ou levasse Levi.
— Se estiver falando dela, está completamente errado. - Levi reclama. — Essa pirralha está tudo, menos concentrada!
— Argh, a quantas horas estamos aqui? - Você volta afundar a face nos papéis, sentindo a aspereza característica incomodar seus poros.
— Não o bastante para que você tenha aprendido o suficiente para pararmos. - Erwin tem que prender o riso com o comentário ressentido do outro.
Voltando a olhar ternamente para você, Erwin pausa a mão sobre sua cabeça. Você se assusta um pouco com o contato repentino, erguendo sua cabeça outra vez. A mão de Erwin ainda permanece em seus fios, parecendo não incomodado.
— Levante-se. Nós estamos saindo. - Tanto você quanto Levi assumem expressões surpresas. Levi, porque jamais imaginara que o homem resolveria lhe tirar da casa. Você, pois Erwin nunca havia sugerido uma saída antes.
— Como? - O outro homem questionou.
— Que caras são essas? - Ele parece realmente divertido. — [Nome], já almoçou? - Você assente. — Então vamos logo, temos que voltar antes do anoitecer.
Os olhos estreitos de Levi variavam entre olhar para você ou para Erwin. Ele deixava claro a sua surpresa e, talvez, seu descontentamento com aquela situação. Você não tinha certeza do último, mas ele estava claramente incomodado. Não poderia tirar a razão dele, de qualquer forma. Estava provavelmente ponderando a chance de, longe da segurança da casa Smith, você acabasse por tentar uma fuga e que acometesse atacá-los, ou algo do tipo.
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She's A Killer- Erwin Smith X Leitora
FanfictionNum mundo onde quem você é se define pela tribo em que você nasce, [Nome] teve o azar de nascer na pior delas. Se vê capturada por militares e obrigada a servir a trabalho escravo. Só não esperava que iria servir justamente a uma pessoa importante e...