10.

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— Merda, Erwin! Acorde seu bastardo!

Levou alguns segundos para que as pálpebras realmente se erguessem e descobrissem as orbes azuis, estas que brilharam com a luz forte que clareava o quarto. O homem sentiu um tipo de dor esquisita sobre o próprio corpo. Uma espécie de incômodo, como se estivesse dormindo embaixo de algo um pouco pesado. Além do mais, estava com um pouco de frio. Pode perceber de cara que não estava com nenhuma coberta e, pelo barulho de vento que ecoava, a janela estaria aberta. Levou mais algum tempo para perceber que estava claro demais para ser seu próprio quarto. O homem sempre fazia questão de acordar quando o sol ainda não estava alto o bastante para que estivesse claro daquela forma. Estranhou ainda mais quando, em seu campo de visão, viu a figura de Levi com uma expressão um tanto quanto desesperada. Encarando-o como se houvera o pegado num flagra.

— Levi? Bom dia. O que está fazendo em meu quarto tão cedo?

— Não se mexa! - Falou duro, mas baixo. — Que merda está a fazer aqui?

Erwin ainda demorou uma lentidão desgraçada, como Levi pontuava mentalmente, para levantar a cabeça e uma parte do tronco e ver que aquele, definitivamente, não era seu quarto e, principalmente, a razão de estar sentindo um peso nada familiar sobre seu corpo.

— Oh, céus! Pelos deuses!

— Qual parte de "não se mexa", você não entendeu? Vai acordá-la!

— Fale baixo, homem! O que faremos se ela acabar por despertar agora?

Abraçada ao corpo de Erwin, estava você. Numa calma absurda, enquanto dormia profundamente. Parecia um daqueles coalas agarradas a galhos para descansar. Erwin queria se levantar, mas os próprios braços estavam em volta de seu corpo, justamente mantendo-a naquela posição.

— Solte a menina, seu monstro!

— Acalme-se! Se eu a soltar de repente, acabará por acordar.

Com todo cuidado que pode, Erwin desenrolou os braços e fez um sinal para que Levi o ajudasse. O homem moreno era um tanto mais delicado que ele. Geralmente era Levi que manuseava as peças mais caras ou quebráveis da casa, em mais uma de suas limpezas incessantes, então estava familiarizado a manter delicadeza na ponta de seus dedos. Levi gentilmente levantou seus braços que repousavam no abdômen de Erwin e empurrou-te para o lado. Ambos espremeram os olhos quando ouviram você resmungar alguma coisa, com a esperança de que acordasse. Ao contrário, você só deu as costas a eles e pareceu continuar cerrada no sono.

Ambos os homens suspiraram em alívio quando Erwin finalmente estava longe o bastante de você para que pudesse se levantar. Assim que o fez, Levi praticamente o arrastou para fora do quarto, ainda fechando a porta com cuidado ao saírem. Sabia que você sempre mantinha a porta fechada quando dormia e era melhor que mantivesse isso. Atravessaram o corredor até o quarto de Erwin, que na realidade era ao lado, adentrando o cômodo. Erwin com uma expressão desesperada pelo sermão que levaria e Levi preparando-se para dar este sermão.

— Perdeu o juízo, homem? - Levi mal deu tempo para que a porta fosse trancada e já começou. — Se ela tivesse acordado antes? O que faria? Viu como ficou na sua primeira noite aqui. O que teria pensando se simplesmente acordasse com você agarrado a ela?

— Bem, não foi exatamente isso que aconteceu... - Erwin estava até com um ar um pouco divertido, apesar do desespero. O que só irritava o baixinho ainda mais.

— O que é isso, Erwin? É algum tipo pervertido agora? O que aconteceu com todo aquele papo de...

— Ei! Pode parar por aí! Que os deuses nos livrem de tamanha perversidade. Jamais teria a tocado de forma íntima, ou qualquer outra pessoa, sem devido consentimento. - O loiro ia em direção ao próprio armário, para que escolhesse algo para substituir o pijama casual e pudesse iniciar aquele dia de alguma forma minimamente normal.

She's A Killer- Erwin Smith X LeitoraOnde histórias criam vida. Descubra agora