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Nota da autora: esse capítulo tá um lixo! me perdoem!


Teu coração encontrava-se disparado no peito. Quase como se o espaço fosse pequeno demais. Era uma das piores ansiedades que já havia sentido na vida. Seguir pela avenida, terceira direita, primeira esquerda, segunda esquerda. Repetia o caminho mentalmente muito mais vezes do que seria necessário. Você já conhecia o caminho, afinal.

Miser ainda era a mesma. Sempre seria. Quando deixou os limites do Aether já era a tarde e tempo depois, conseguiu carona por Hefastos. Retornar a sua terra depois de tantas semanas parecia irreal. Meses atrás, quando fugia do incêndio do Clã Maria, com os pensamentos nublados, você quase podia jurar que não retornaria jamais a Miser. Apesar da promessa a si mesma de reencontrar seus garotos, não tinha a certeza do que Nile faria a você quando a capturasse.

Estar de volta era estranho. As ruas continuavam estreitas e vazias. Os prédios ainda eram cinzas e feios. A iluminação era escassa e precária. O cheiro de lamúria no ar ainda era presente. Aquela era sua casa. Sua terra. Mas talvez o tempo que passou vivendo no Aether, se banhando em mordomias que noventa por cento dos Filhos do Fogo jamais conheceriam, bagunçou sua mente. Você sentia-se estranhamente deslocada. Pensava que, apesar de tudo de ruim que existia em Miser, você se sentiria bem em estar de volta num local que "era seu". Mas não era assim que se sentia. Definitivamente não.

Você não estava com medo. Conhecia todos os cantos e ainda podia muito bem contar com suas habilidades de combate corpo-a-corpo. A questão é que, por muitos anos, você pertenceu a algo. Você tinha o Clã Maria como trabalho e família. Vivia por aquilo. Mas agora, não havia mais nada. Nem aliados, nem clã, nem nada para se encarregar. Você tinha tanta certeza que queria voltar, mas agora que voltou, o que faria se não havia mais nada?

— Marley, eu voltei. - Murmurou ao bater no portão do edifício. Diferente de muitos clãs que viviam as sombras, o Clã Marley era num edifício consideravelmente simples.

Apesar de, aparentemente ser apenas um edifício residencial, ali algumas pessoas eram abrigadas e ajudadas. Bem menos gente do que havia em Maria, mas ainda era algum punhado de cabeças para alimentar. Além do mais, era um aliado confiável e, principalmente, era com quem você havia deixado a responsabilidade de suas quatro crianças.

Apesar de parecer sem muita segurança, você teve certeza de ver Galliard nas sombras quando se aproximou do pequeno prédio. Reconheceu bem os olhos espantados que lhe encararam na escuridão noturna. Com certeza os outros já teriam sido avisados.

— E-eu... Eu não posso acreditar! - Seus olhos caíram para baixo para encontrar a mulher curvada, quando a porta foi aberta. As mãos claramente trêmulas e o rosto embranquecido como se houvesse acabado de ver um fantasma.

— Olá, Pieck!

{...}

Apesar do incômodo inicial, a sensação que sentia agora era algo semelhante à o conforto de um lar. Pieck praticamente chorou quando a viu outra vez, dando-lhe longos abraços apertados e murmurando agradecimentos aos deuses por terem trago-a de volta "para casa". A mulher a arrastou para dentro alegremente. Todos os olhares a encarando como se tivessem assistindo a um próprio deus em forma física. Levou uma dúzia de cumprimentos, elogios sobre a boa aparência saudável e muitos apertos de mãos, acompanhados de comentários como: "sabíamos que alguém como você não seria presa.", "nunca duvidamos que você voltaria!", "certamente não há alguém mais forte que você.".

— É bom vê-la outra vez, [Nome].

— Igualmente, Galliard. - Cumprimentou o homem com um aperto de mão.

She's A Killer- Erwin Smith X LeitoraOnde histórias criam vida. Descubra agora