° UMA FÊMEA PERIGOSA °

5K 542 121
                                    

Hámmon

Depois de ter anunciado a fêmea híbrida como minha noiva, senti o descontentamento de alguns conselheiros, mas eu não devia nada a eles e tudo seria como determinei e eles teriam que lidar com isso.
Não ocultei deles a verdade sobre a descendência dela e era isso que os estava incomodando.

— Meu senhor, não é prudente ter a princesa de Heneida em prisão! – Myros me avisa.— E se o regente descobrir?

É óbvio que ele sabia que ela havia sido um presente ofertado por meu general Khalil.
As fofocas da corte eram inevitáveis.

— Princesa?– Desdenho — Ela é só uma híbrida como tantas outras pela galáxia!

— Sim, mas é herdeira do regente...– ele insiste.- Sugiro cautela!

— Basta! Está questionando minha autoridade? – Irrito-me.

— De modo algum, majestade! Estou apenas cumprindo meu dever para com o império.

— Seu dever é primeiramente comigo! Mas não se preocupe, sei o que estou fazendo. Além do mais, o regente não ousaria nos atacar para resgatar uma híbrida!– falo de forma cortante.

Ele não discute mais o assunto, embora eu possa ver sua frustração.

Conforme os dias se passaram, levei a fêmea para algumas províncias, eu precisava apresentá-la como noiva, como manda a tradição.
Claro que tudo isso só me aborrecia.
Mas quanto mais tempo demorasse, melhor seria minha vingança contra ela.

Naquela manhã, fui pego com a notícia de que ela havia escapado.
Não posso acreditar que ela recuperou a memória.
Mandei sentinelas em seu encalço, até que fui informado de que ela estava no cais. Fui para lá com uma fúria não habitual.

— Minha senhora, por que fez isso? não devia andar por aqui sozinha!

Ouço a dama lhe perguntar.

— Por acaso sou prisioneira do imperador?

A pergunta tem uma irritação pungente.

— De modo algum! – digo me aproximando.

— O modo como me tratam me diz o contrário.

Faço um sinal dispensando todos ao redor e tomo a mão dela entre as minhas.

— Minha pequena fêmea, o que a está desagradando?

Minha vontade era jogá-la no oceano e não enfeitiçá-la.

— Perdão! acho que estou nervosa com o dia de amanhã.

— É natural!– falo beijando sua mão, acrescentando uma dose a mais de feitiço- Não quero que se sinta minha prisioneira, mas deves convir que até um homem poderoso como eu tem muitos inimigos.

— Sim! tens razão, meu senhor! Se me permite, voltarei para os meus aposentos, estou indisposta!

— Faça isso!

Assim que ela saiu, gritei para os sentinelas:

-Que isso não se repita ou darei cabo de suas vidas com minhas próprias mãos.

—Sim, senhor!– responderam em uníssono.

Mais tarde, meu irmão e ministro de relações externas chegou.
Ele viera de longe, muito longe e até imagino o porquê dele ter largado seu trabalho fora da nossa galáxia só para estar aqui hoje, sendo que não o chamei de volta.

— As notícias correm, não é?–ironizo.

— Sério que não fui convidado para a união do meu único irmão. Soube que uma híbrida fez o poderoso Hámmon perder o bom senso.

Outro Mundo: Contos AlienígenasOnde histórias criam vida. Descubra agora