° ARTURIUS TRAIÇOEIROS °

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General Khalil

Hoje é dia de levar meu bichinho para passear. Isso tem sido minha distração diária, gosto de tê-la comigo, só não sabia que as fêmeas humanas eram tão suscetíveis e essa parece apreciar me dá trabalho.
Na noite que acordei ereto, eu podia jurar que ela me causou aquilo, mas a encontrei dormindo. Só não imaginei que ela faria suas necessidades nos meus calçados.
Que fêmea petulante ou seria selvagem?

Aproveitei alguns dias que estava livre para ensiná-la a usar o local certo. Será se naquele planeta primitivo todos os habitantes faziam isso?
Não seria de estranhar, afinal são tão primitivos para nossa escala evolutiva.
Esses dias, também a tenho levado para passear. Ela fica mais feliz quando estar ao ar livre.
A escolha da vez, foi as proximidades do oceano e por coincidência, encontro o príncipe por lá.

— Majestade, imaginei que já estava viajando a trabalho.

— Meu irmão tem sido meu trabalho ultimamente...

Dou um sorriso meio de lado. Sei perfeitamente do que ele está falando.
A fêmea híbrida tem causado muitos contratempos ao nosso governante.
E agora que ela se tornara oficialmente a princesa de Heneida, as coisas se complicaram muito.
A conversa com o príncipe fluía de forma despreocupada.

— E quanto a vossa majestade? Pelo que vejo não está sozinho...

— Hum...é apenas uma serva! Por sua causa e por causa do meu irmão, estive curioso acerca das fêmeas humanas e consegui uma para mim, mas até agora, não vejo nada demais nela, exceto sua beleza.

É nesse momento, que percebo que nenhuma das duas está sob nossas vistas.

— Não acredito! Elas estão tentando fugir de nós?– o príncipe fala com sua calma habitual.

Já estou até imaginando os castigos que darei ao meu bichinho.
Seguimos na direção que elas estavam, à passos largos.

— Socorroooooo!– o grito da fêmea chega aos nossos ouvidos como um bramido.

Agora estamos correndo e a cena que nos deparamos logo adiante, faz o fluido vital em minhas veias ferver.
Meu bichinho está no ombro de um arturiano sendo agredida, enquanto a outra fêmea está no chão, inconsciente.
Hórus se dirige a ela e a pega no colo, ao passo que eu me dirijo aos Arturius à minha frente.

— Ponha essa fêmea no chão, AGORA!– exijo em postura de ataque.

— General? – ele me olha confuso.

— Faça o que digo...

— Mas senhor, essa fêmea não é marcada...– ele tenta se explicar, sabendo que todos os colonos são marcados para fins de controle populacional.

— Essa fêmea me pertence! Coloque-a no chão devagar, enquanto ainda mantém todos os seus braços.– ameaço perdendo a paciência, porque agora vi que meu bichinho está chorando.

Nisso, Hórus se aproxima com sua fêmea no colo e seu semblante mudou drasticamente para algo mortal.

— Ainda tens dúvidas sobre o que deve fazer?– ele pergunta para o arturiano, enquanto o outro já se afastou ligeiramente da possível zona de embate.

Ele assente e põe a fêmea no chão, conforme exigi e ela corre para meus braços, enterrando seu rosto em meu peito. Ela emite um barulho, parecendo soluçar.

— Isso não ficará assim!– o príncipe fala dando uma rápida olhada nas escoriações em sua fêmea — Tentaram nos roubar em nossos domínios e podem esperar sanções por esse delito. Agora saiam daqui!

Outro Mundo: Contos AlienígenasOnde histórias criam vida. Descubra agora