° ATIÇANDO A FERA °

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Lívia

Ao me virar e me deparar com aqueles olhos ametistas me fuzilando, tremi na base.
E não, não foi de tesão.
Eu preferia arrancar meu próprio braço com os dentes do que dar pra esse alien desgraçado.
Fiquei muda por um instante, pensando no que dizer quando ele me pergunta o que estou fazendo ali.
Faço minha melhor cara de garota frágil e respondo a ele o que vai me perguntando.
Preciso atraí-lo para minha armadilha e pelo visto, não será nada fácil.

É sério, quando cheguei perto dele que fiz carinho em sua face, minha vontade era dá um sôco nele e pior ainda foi quando o beijei.
Era bastante óbvio que ele não sabia o que estava fazendo. O beijo era apenas superficial.
Subitamente ele me afasta e o modo como o faz me deixa apavorada.

— NUNCA MAIS FAÇA ISSO!

Senti um estremecimento, até quis recuar, mas já não tinha mais volta no que eu havia decido, por isso, permaneço firme.

— Então, não sou atraente aos olhos do meu senhor?– tomei coragem.

— Estás estranha, fêmea! O que pretende com isso?– Inquiriu muito bravo.

— Só desejo uma resposta!

Minha próxima ação deixou minha biles na garganta.
Baixo o vestido até a cintura, expondo meus seios para ele.

— Ora, recomponha-se! – ele ordena desviando o olhar.

— Não enquanto não me responder! Acaso não me acha atraente?

Quero chutar o traseiro desse alien maldito.
Sinto minha respiração arfar quando ele se aproxima à passos largos.
Mas ao contrário do que imaginei, ele tenta puxar meu vestido para cima, para me cobrir.
Inferno!
Será se esse alien não gosta de mulher?!
Vai ver é por isso que fazem filhos por inseminação.
Só que não desisto e pego a mão dele e ponho sobre um dos meus seios.

Merda!
Meu peito parece uma bolinha de ping pong naquela mão grande e olhe que não tenho peitos pequenos.
Ótimo!
Parece que ele teve alguma reação, ao menos de curiosidade, porque o infeliz está acariciando meus preciosos.

— Isso está indo longe demais !– disse como se voltasse a si e voltou a se sentar na cama— Saia daqui imediatamente!– ele brada.

Paralisei ali mesmo.
Droga, o que faço? Eu sei o que me aguarda se eu sair daqui sem dá um fim nesse miserável.
O que me deu forças para insistir mais uma vez.

— Não me mande ir embora, meu senhor! Não assim, tão desejosa de tê-lo.

Ai, que ódio!

Ele puxou meu braço abruptamente, fazendo-me inclinar em sua direção.

— Será que não entende, fêmea? Eu exijo que me deixe sozinho.

— É isso mesmo que desejas?– questiono tentando seduzi-lo, mas nem pra isso sirvo.

Tento me lembrar de como a vaca da Susan fazia isso; minha vontade era fugir dali, mas sei que seria impossível, ele me mataria se eu ousasse.
E já que eu estava no fogo, faço um movimento rápido e sento em seu colo, escarranchada.
Sinto minha intimidade diretamente contra a dele, que pulsou em resposta. Fiquei enojada com a possibilidade dele estar ficando excitado.
Faltou nomes para xingá-lo em pensamento.

— Posso sentir o quanto o meu senhor me deseja!- sussurro em seu ouvido e aproveito para dar uma mordiscada em seu lóbulo.

As mãos do infeliz foram para minha cintura e então, baixo o roupão dele e esfrego meus peitos em seu tórax nu, enquanto beijo seu pescoço. Ao menos, não tem a pele fria feito cobra.
Minha atenção vai para a espada à frente. Preciso alcançá-la.
A essa altura, a excitação dele está duramente pressionada contra minha intimidade e ele deixa escapar um gemido quando o beijo novamente.
Passo a língua em seus lábios e ele me dá passagem em sua boca.
Automaticamente o empurro e deito em seu peito nu, que seria uma magnífica visão se eu estivesse afim.

Minha sorte é que ele não tentou ir para minha intimidade, senão veria que estou muito longe de ficar excitada.
Ele mantém os olhos fechados, enquanto o provoco com a língua e mordisco  seus lábios.
Susan me disse que homens achavam isso excitante e pelo visto, ela tinha razão. 

Aproveito esse breve momento de distração e consigo pegar a espada.
Então, ergo meu tronco rapidamente e a enfio em seu peito, onde imagino que seja o coração.
Ele arregala os olhos no susto, o que me faz pôr todo o meu peso na arma e enfiá-la até a base.

— Eu te odeio!– grito fora de mim, enquanto pulo de cima dele e arrumo a roupa em meu corpo — Nunca sentiria desejo por um ser tão repulsivo!– eu dizia enquanto passava a mão na boca, na verdade eu queria me lavar com creolina — Morre desgraçado!

Ele estava de olhos fechados e empurro seu ombro com o dedo. Ele não se move. Puxo um lençol e jogo sobre o corpo, mas ficou estranho com parte da espada apontando em cima.
Eu quero que pensem que está dormindo, enquanto me mando daqui.
Desço o pano um pouco e arranco a arma do seu peito, que está impregnada de fluido azulado, limpo na lateral da cama e ponho de volta no lugar.
Então, volto a cobrí-lo até o ombro.

Perfeito.

Estou orgulhosa de mim. Matei meu primeiro alien.
Agora é hora de cair fora.

— Adeus, imbecil!– desdenho indo na direção da porta.

Mas não chego lá.
Quando me dou conta, ele está atrás de mim e a espada em meu pescoço.
Tapei a boca pra não gritar de susto.
Assombração!
Olho para cima e seus olhos ameaçadores pairam sobre mim.
Como Maressa diria, estou fudida e não vai ser num bom sentido.

— Aonde vais com tanta pressa?– aquela voz de trovão ecoa pelo quarto.

— Não pode ser...

— Achou mesmo que me mataria com um golpe tão insignificante?- ele questiona sombriamente, andando à minha volta.

— Monstro, me mata logo...

— Não, ainda não! – Ele diz afastando uma mecha do meu cabelo do meu ombro e baixando o vestido ali.— Fêmea insolente, tu me despertaste para algo perigoso e agora temos um impasse.

— Que impasse?– interrogo temendo a resposta.

— Desejo matá-la e também possuí-la!– ele fala segurando meu queixo e puxando para cima.

— Por favor, me deixe ir! – tentei barganhar— Sou inútil pra você...

—Deixá-la ir?– ele ri — Já me decidi: primeiro a possuirei e depois a matarei.

O infeliz me puxa pelo braço e começo a gritar.

— Me mate, me mate! Prefiro morrer a me deitar com um monstro.

— Tu vais morrer, mas não agora.

Sou jogada na cama e vejo o roupão dele ir para o chão.
Inferno!
O desgraçado é todo gigante e ele está bem pronto pra se enfiar em mim até na alma, porque nem isso escaparia.
Salto da cama igual um gato e tomo distância dele.

— Prefiro morrer!– grito de novo.

— Não há como fugir de mim!

Recuo alguns passos e volto minha atenção para a sacada. Corro naquela direção e me lanço contra a proteção que parecia um vidro blindado ou campo de força.
A coisa se espatifa e caio ao pé de um parapeito com dor pipocando em meu corpo por toda parte.
Eu estava toda machucada, mas não me dou por vencida e subo no parapeito.

— Antes a morte!

— O que pensa fazer? – ele desdenha.

— Faça bom proveito do meu corpo, canalha! – digo e me jogo para a morte certa.

Outro Mundo: Contos AlienígenasOnde histórias criam vida. Descubra agora