° OS DEMÔNIOS ESTÃO SOLTOS °

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Lívia/Haaliyah

Durante a madrugada senti uma brisa gelada me atormentar e me tirar do meu precioso sono; desperto atordoada e vejo uma estranha névoa penetrar pelas frestas da porta.
Subitamente, o príncipe Hyank se materializa na minha frente, mostrando duas presas enormes e reluzentes.
O susto me faz recuar na cama e é então que sinto braços fortes me agarrarem e me segurarem.

- Hámmon?! Solte-me...por favor...- Suplico.

- Vamos lá príncipe, use-a para seu alimento!- o infeliz dizia.

- NÃOOOOO! - Gritei desesperada quando ele se aproximou numa velocidade surreal.

De repente, rolei e cai da cama...

Graças a Deus! Eu só estava tendo um pesadelo.
Foi aí que ouvi alguém bater na porta; fui atender a contra gosto.

- Sim?- fiquei bem confusa ao me deparar com um guarda.

- Vossa alteza estava gritando e temi por sua segurança.

Que vergonha Senhor! Fiz tanto escândalo assim?

- Eu estou bem, só tive pesadelos...- respondo sem graça.

- Se precisares, não hesite em chamar.

Assim que ele saiu retornei para minha cama, mas quem conta que consegui dormir?
Como conseguir me livrar do imperador mais cedo? Bom, dei sorte, coisa rara de acontecer! Minha mãe apareceu para me dá boa noite e ele se mandou sem que ela o visse.
Se tive coragem de contar o ocorrido a ela? Jamais. Temi que ele descontasse em Maressa se eu o entregasse.

Depois que minha mãe saiu, tranquei tudo e me encolhi na cama sem conseguir dormir, com medo dele aparecer de novo e olhe que não sou de ter medo. A questão é que eu havia provocado a libido daquele alien e não tinha ideia do que ele seria capaz de fazer comigo. Se fosse só um homem comum, eu já teria lidado com ele.

Outra coisa que agradeço em preces, foi o fato das noites aqui serem muito longas, senão eu não teria descansado nada. Pelo que entendi, um ano aqui equivale a quatro anos terrestres. Deve ser por isso que demorei tanto para me adaptar, tive que criar uma rotina bem diferente da que vivia na Terra.

Pela manhã, Khepere me acordou. Ela saiu abrindo tudo que era de cortina. Como ela entrou? Simples, sendo minha serva pessoal, ela era a única que tinha a chave.

— Senhora, o desjejum com os soberanos...

— Diga que estou doente, aliás diga que morri...– falo enfiando a cabeça embaixo do travesseiro.

— Haaliyah, levante-se!– Agora era minha mãe — Você conseguiu se abster do jantar, mas seu avô não abrirá mão de vê-la no desjejum. Não dá mais para enganar os soberanos.

— Sim, mamãe...se insiste...

Tive de me arrumar a contragosto e seguir para a sala de refeições. Hámmon parecia estar a espreita e assim que me viu chegar, ergueu-se e solicitou gentilmente:

— Sente-se ao meu lado alteza!

Desta vez, não tive como negar e me sentei.
O príncipe Hyank ficara à minha frente e não parava de me encarar, o que me deixou muito desconfortável.
Mal toquei na refeição, estava sem apetite.

— Coma princesa, vais precisar!

Meu marido, para todos os efeitos, sussurra em meu ouvido. Só não tenho um maldito engasgo ao ouvir a insinuação, porque eu não estava com nada na boca.
Assim que aquela tortura terminou, corri para o quarto e arrastei Khepere comigo.

Outro Mundo: Contos AlienígenasOnde histórias criam vida. Descubra agora