Desirée
Acho que estou com outro baita problema aqui. Ainda nem assimilei tudo o que aconteceu nos últimos dias.
Primeiro fui Abduzida do acampamento por aliens nanicos, depois vendida num leilão para um monstrengo de quatro braços, que aparentemente não gostou do fato de eu ter olhos de cores diferentes e desistiu de me estuprar, o que foi um alívio para mim. Só lamento pela outra garota que não teve a mesma sorte.
Então, fui jogada numa nave e descartada aqui, onde fui achada por crianças.Recebi abrigo, mas pelo visto, isso está ameaçado.
Vejo a movimentação do povo; eles parecem amedrontados. Ouço repetidas batidas de portas e sou instruída a me esconder, aliás, todos estão se escondendo.
Depois de alguns minutos de silêncio, Martin entra no quarto onde estou escondida e o modo como me olha me deixa apavorada.
Não é um olhar de raiva nem nada disso, é só um olhar de culpa.— Sinto muito, Desirée... N-Não tenho escolha, se não a entregar, todos nós pagaremos...
— Oh, meu Deus...
— Por favor, perdoe-me!
Assenti vagarosamente e ele fez sinal para que o seguisse.
— Nunca nenhum deles veio aqui, exceto os soldados...
Ele parecia se desculpar e por mais que eu quisesse gritar com ele, não podia culpá-lo por estar com medo. Logo mais a frente entendi a razão de seu temor.
Havia um alien enorme parado no meio do pátio com braços cruzados nas costas de forma despreocupada.
Não posso negar que a criatura era um belo exemplar masculino e mesmo eu sendo modelo, com 1.80 de altura, ele ultrapassava facilmente minha estatura. Aliás, eu parecia nanica perto dele.
Se o monstrengo de quatro braços me causou medo, esse, apesar da bela aparência, me causava mais medo ainda.
E o modo como me encarou me fez ter calafrios.— Ela virá comigo!– ouço sua voz grave e Martin automaticamente se encolhe ao meu lado.
Quis sair correndo, mas acho que o homem ao meu lado percebeu minha atenção e cochichou:
— Não faça nada estúpido...
Respiro fundo e termino proferindo minha indignação:
— Se for pra me estuprar, melhor me matar logo!
O alien arqueia uma sobrancelha para mim, não sei se em desdém pelo que falei ou pronto para me estraçalhar.
— Venha fêmea tola! Não tenho intenção de machucá-la, a não ser que me peça...
Ele fala isso de forma natural, como se não estivesse dizendo nada demais.
— Eles não se relacionam com mulheres!– Martin sussurra em meu ouvido.
Arregalo os olhos. Não sei se sinto alívio ou decepção com a novidade.
Aliás, por que me sinto assim?
Como não tem remédio mesmo, termino por seguí-lo, antes dando uma rápida olhada para trás e vendo rostos preocupados nas janelas.
Aceno em despedida e logo mais a frente tem uma nave de pequeno porte, onde sou "convidada" a entrar.
Ótimo! Lá vou eu, de novo!Fico imaginando que tipo de sorte as outras garotas tiveram.
A que fora comprada junto comigo era a Jéssica e pouco nos conhecíamos.
As que eu era mais próxima eram Maressa e Susan.
Espero que todas estejam bem.
Espero que eu também fique bem!A viagem durou alguns minutos apenas e lá estava eu seguindo o alien para uma grande construção a perder-se de vista; parecia um palácio super moderno.
Fui conduzida por um corredor e ao longe avisto outro alien que consegue ser ainda maior e mais temível do que o que estou do lado.
Ele para e nos olha de esguelha.
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Outro Mundo: Contos Alienígenas
FantasyNem toda luz no céu é uma estrela cadente, portanto, cuidado ao sair a noite para lugares ermos. Você pode acabar à venda num leilão alienígena. Sim, aliens existem e eles são de todos os tamanhos, formas e cores, mas cuidado com aqueles que são mai...