° AMEAÇA DE RUPTURA °

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Capitão Yillaweh/ Heneida

Não sei o que deu em mim para trazer essa fêmea para o meu domicílio, mas não pude evitar, já que ela não tinha para onde ir e eu não podia deixá-la no palácio, ainda mais com tantos guerreiros vindos de outros sistemas planetários e alguns nem tão amigáveis assim e que adorariam encontrar uma humana desavisada por aí.
Além do que, o general Griwinshay poderia querer pegá-la de volta.

— Minha casa é sua casa agora!– digo fazendo-a entrar.

— Nem sei como agradecer! Juro que não vou incomodar, você pode me deixar em qualquer cantinho, não vou dar trabalho, prometo.

— És minha convidada, portanto, ficará no meu melhor dormitório.

— Ah... obrigada, de verdade!

Não posso acreditar; a fêmea está chorando.

— Está tudo bem! Não precisa agradecer!

Providenciei tudo que ela precisava para ficar bem acomodada e depois retornei aos meus afazeres.
Confesso que foi um enorme prazer matar o general Griwinshay e fiz questão que ele soubesse o motivo de eu estar fazendo aquilo.
Só que o torneio guardava mais surpresas para mim: a princesa me surpreendeu muito com sua evolução no treinamento marcial, mas daí a se disfarçar e entrar numa disputa interplanetária, não era algo esperado.
Eu simplesmente não podia lutar com ela, jamais correria o risco de machucá-la, então desisti da luta.

No fim, ela foi descoberta e quando Hámmon intercedeu em seu favor, fiquei com receio de que quisesse lhe fazer mal, só que ele não fez, o que me deixou muito cismado.
E agora, essa decisão de última hora da princesa, que resolveu partir com ele.
Eu estava ciente de que ele a havia tomado por imperatriz, mesmo que de uma forma tortuosa, só não imaginei que ela decidiria voltar para Alzihah.

A questão agora é que a nave levando os dois desaparecera do nosso radar e os ânimos ficaram muito exaltados por conta disso. A nave não chegou ao seu destino e o príncipe Hórus, agora imperador interino, estava nos acusando de dar fim ao seu soberano.
Tínhamos diante de nós uma ameaça iminente de guerra e se isso acontecesse, muitas dinastias estariam ameaçadas.

Contudo, Hórus se acalmou quando soube que Hámmon estava levando a princesa consigo; certamente deve ter entendido a importância que ela tinha para nós e que jamais colocaríamos sua vida em risco.

O que mais causava estranheza era o fato da nave perdida ter se tornado indetectável, o que nos obrigou a ampliar nosso campo de busca e convocarmos nossos aliados para nos ajudar.
Mais tarde, descobrimos nossos oficiais mortos, aqueles que deveriam estar na escolta.
O regente estava possesso e mal conseguíamos lidar com ele. Não era para menos, havíamos sido traídos dentro do nosso território e a gravidade ainda era pior por terem levado o imperador e sua companheira como prisioneiros. Porque do modo como a coisa se desenrolava, fora isso que acontecera.

Além disso, havia outro impasse: tínhamos que investigar nossos recentes convidados do torneio. Todos eram suspeitos de traição. Hámmon era um inimigo que muitos queriam liquidar.
No meio desse pandemônio, meu humor não estava dos melhores e após um dia exaustivo de buscas sem resultados, retorno para meu domicílio e vou direto para os meus aposentos tomar um banho relaxante.

Eu precisava relaxar com urgência ou sairia no soco com aqueles soberanos e guerreiros ofendidos por estarem sendo investigados.
Como habitual, saio da unidade de limpeza sem colocar roupa alguma e desço direto para a área de refeição.

Maldição!

Depois de tanta coisa exaustiva no meu dia, terminei esquecendo que a fêmea humana estava aqui.

Outro Mundo: Contos AlienígenasOnde histórias criam vida. Descubra agora