° MUNDO HOSTIL °

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Hámmon

Os oficiais do príncipe Hyank não estavam brincando quanto a ameaça de acabar comigo, então, como uma medida protetiva, afastei minha fêmea para o lado e tomei sua frente e antes deles, disparei minha arma. Eles não ficaram atrás e dispararam junto, mas no final, apenas eu e a princesa estávamos de pé.
No entanto, não consegui assumir o controle da nave, já que todos os controles estavam avariados.
Entramos na atmosfera de Lynaih e a nave desgovernou. Terminamos colidindo com as montanhas geladas.

Há muito custo consegui salvar a vida da princesa e a carreguei para fora e por um terreno ingrime e gelado por muito tempo.
Foi muito difícil encontrar abrigo naquele lugar desconhecido. Mas consegui chegar numa antiga instalação dos nativos.
Ela estava inconsciente e congelando de frio, então, fiz uma fogueira improvisada para ajudar a nos aquecer.

— Como se sente? –Pergunto quando ela abre os olhos atordoada.

— Dolorida, mas não é da sua conta!

Ela é ríspida comigo; nada de novo.

— Há alguma parte sua que necessite mais atenção?

— Não! Onde estamos?

— Lynaih!

— Isso eu sei! Estou me referindo a esse abrigo...

— É uma instalação dos nativos, os primeiros habitantes de Lynaih! – ela me encara com uma expressão curiosa e explico — A raça do príncipe é uma raça de conquistadores. Eles viajam de planeta em planeta e aniquilam seus habitantes e apossam de tudo, e quando não sobra mais nada, partem para uma nova conquista. Inclusive, os humanos teriam sido uma conquista formidável, se a tentativa deles de colonizar o planeta Terra não tivesse sido um fracasso. No sol do seu planeta eles descobriram seu ponto fraco...

— Hum... Escapamos dele, mas não de monstros como você!

Não dou importância ao que ela fala e ela passa a me ignorar, mas sigo seus passos de perto quando a vejo sair das acomodações para uma área aberta. Percebo sua surpresa quando ela percebe que estamos numa casa de árvore, ou no que sobrou dela.
Mas essa fêmea é mesmo muito imprudente. Ela se recosta no parapeito de madeira totalmente gasto pelo tempo e este rompe com seu peso.
Como estou muito próximo, consigo agarrá-la sem dificuldade.

— Ah, meu Deus! Isso é muito alto, nem dá para ver o chão, estamos acima dos penhascos e eu quero descer! – ela resmunga.

— Não podemos! A noite está chegando e precisamos desse abrigo, lá fora não teremos chances de sobreviver.

Ela se afasta de mim e corre para dentro.

— Tudo isso é culpa sua! Eu era bem feliz antes de saber que extraterrestres existiam. Agora se eu não morrer sugada por um vampiro medonho, morrerei de fome ou de frio.

Depois de berrar essas palavras em meu ouvido, ela se senta num canto curvada aos joelhos.
Acabo de me lembrar que vi frutos nessas árvores e servirá para saciá-la.
Saio em silêncio e faço a coleta rapidamente para não deixá-la muito tempo sozinha.
Ao retornar, ela está cochilando e mais que isso, em perigo.
Lanço mão da minha adaga e me abaixo junto dela, que se assusta e desperta.

— Não se mexa! – aviso.

— Resolveu me matar de uma vez?

Fiz de conta que não a ouvia e acertei meu alvo num movimento rápido. Eu conhecia bem aquele bicho esquisito. Dou fim a ele e o afasto para longe.

— O que era aquilo?

Ela me questiona quando volto limpando minha lâmina.

— São o equivalente aos répteis peçonhentos da Terra, só que milhares de anos mais evoluídos e letais.

— Ah...

— Não vai me agradecer?

— Eu não te pedi nada!

— Certo! Coma isso, o sabor é muito agradável, apesar da aparência. – falo mostrando o fruto que trouxe.

A cara de nojo que ela faz é bem divertida de se ver, porém não se nega a comer e vejo seu semblante mudar para surpreso.

— Você não vai comer também?

— Não estou com fome! Fique à vontade!

— É bom que sobra mais pra mim...

Sorrio com sua forma de falar, ao menos seu apetite não foi afetado, o que não posso dizer do seu humor. E passar uma noite naquelas condições, com uma fêmea que me odeia, não ia ser nada fácil.
Começo a me questionar se não cometi um erro de julgamento ao deixá-la viver durante o torneio. Agora, eu já não poderia fazer nada a esse respeito, a menos que quisesse sofrer retaliação caso aconteça algo com ela.
Naturalmente eu poderia tê-la deixado morrer nesse frio intenso ou na queda da nave, mas isso também despertaria suspeitas.

A noite caiu implacável e um frio avassalador tomou conta de tudo. A fêmea tremia convulsivamente, mesmo com o calor da fogueira. Tirei meu manto e o coloquei em volta de seu corpo.

— Eu não entendo, abomino você, ainda assim se dispõe a me ajudar? Imaginei que seu único desejo era se livrar do elo que o une a mim. Por que não me deixou morrer?

— Por vingança? Um capricho doentio? Não sei ao certo. Por que tu me intrigas e me impele violentamente para uma sensação que não consigo explicar? São tantas as opções que ainda não decidi.

— Hum...essas opções não me parecem boas.– ela balbucia com certa dificuldade por conta dos tremores causados pelo frio — Você não sente frio?

— Não como os humanos! Tens sorte de ser híbrida, do contrário já teria morrido. – Explico— Venha, deite-se comigo!

— Nem morta!

Que fêmea teimosa. Ela já está quase inconsciente e mesmo assim não baixa a guarda.
Decidido a por um fim em sua resistência, sento-me junto dela e a puxo contra meu corpo e a abraço.

— Me larga!– ela protesta batendo em meu peito e lutando para se soltar.

— Fique quieta!– mando apertando-a para que parasse de se debater.

— Cretino!

Não me incomoda seus xingamentos ou protestos, não estou disposto a deixá-la morrer. Ao menos, não agora.

— Existe outra forma mais eficiente de te aquecer.

— Qual?

— Eu dentro de ti...

— Arg...eu te mato seu canalha...– ela esbraveja e vejo suas faces corarem.

— Qual é o problema? Acaso não me convidou a vir até Heneida reclamar o que era meu?

A fêmea fica muito brava e tenta me bater, então rolo com ela no chão e fico por cima, mantendo um dos joelhos entre suas pernas, mantendo-as abertas.

— Sai de cima de mim...

— Não! Aqui não tem ninguém para nos atrapalhar...– falo e deposito um beijo em seu pescoço, ao que ela tenta acertar meu rosto com um soco.

Seguro seus braços e sigo com uma trilha de de beijos até próximo ao decote de seu vestido.
Por que estou fazendo isso? Simples, essa fêmea me tira do controle, ainda mais quando está tão próxima do meu corpo.
Sigo o percurso de volta e passo a língua levemente em sua orelha, mordiscando seu lóbulo.
Observo sua expressão e a vejo morder o lábio inferior e ouço um gemido baixinho.
É certo que essa fêmea me odeia, mas seu corpo não é indiferente à mim; posso sentir o cheiro de sua excitação impregnando o ar, e isso me deixa num limiar perigoso de sanidade e loucura.
Minha vontade é rasgar sua roupa e reclamar o que é meu; desejo desesperadamente estar dentro dela...

Outro Mundo: Contos AlienígenasOnde histórias criam vida. Descubra agora