° FUGA °

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Hámmon

Tudo fugiu ao meu controle. A fêmea diante de mim parece muito disposta a me fazer perder a razão e baixa as vestes até a cintura, exibindo dois montinhos perfeitos que até já vi antes, enquanto ela estava sobre aquela mesa no laboratório, mas que no momento, isso não teve qualquer efeito sobre mim, diferente de agora.
Termino desviando o olhar

— Ora, recomponha-se! – Exijo.

— Não enquanto não me responder! acaso não me acha atraente?

No intuito de acabar com essa situação, vou até ela e puxo sua roupa para cima, mas ela me surpreende ao puxar minha mão e pôr em seu seio.
No momento em que a toco, sinto um estremecimento e não consigo me desviar disso.
Acaricio cada um deles. Sua textura é delicada e quente, detenho-me nos bicos um pouco mais rígidos, aperto-os levemente.

— Isso está indo longe demais ! – digo recuperando a razão e me afastando dela, sento-me na cama — Saia daqui imediatamente!– Ordeno.

Ela fica quieta, posso ver que a amedrontei. Mas ela não desiste.

— Não me mande ir embora, meu senhor! não assim, tão desejosa de tê-lo.

A agarro pelo braço e puxo de forma violenta para mim.

— Será que não entende, fêmea? Eu exijo que me deixe sozinho.

— É isso mesmo que desejas?

Na minha hesitação de falar ela se senta no meu colo e o contato do seu corpo com minha intimidade me faz responder de forma instintiva.
Sinto o pulsar dentro da minha calça e meu membro se avolumando.
E ela também percebe o efeito que tem em mim.

— Posso sentir o quanto o meu senhor me deseja!–  Ela sussurra em meu ouvido e morde meu lóbulo, enviando uma sensação de prazer por todo o meu corpo.

Minhas mãos vão possessivamente para sua cintura e suas mãozinhas ágeis descem minha roupa de banho, desnudando meu tórax, onde ela se esfrega de uma forma que faz meus músculos retesarem.
A essa altura, estou num caminho sem volta e quando ela ataca minha boca novamente, dou-lhe passagem.
Como pode uma criaturinha tão pequena exercer esse poder sobre mim?
O modo como sua língua invade minha boca me deixa em êxtase e me deixo levar quando sou empurrado na cama e o pequeno corpo da fêmea pressiona o meu.

Meus olhos estão cerrados e quando ela se ergue abruptamente, já estava pronto a protestar, mas então, sinto algo frio atravessar meu peito.
Não posso acreditar que me deixei levar. A fêmea mais uma vez está me atacando e quando abro os olhos, vejo a fúria em seu olhar e o modo como ela joga seu peso na espada para afundá-la ainda mais em minha carne, só mostra o quanto ela me odeia.
Vou deixar que pense que me aniquilou.
Fecho os olhos e espero.

— Eu te odeio! – ela grita se afastando de mim – Nunca sentiria desejo por um ser tão repulsivo! Morre desgraçado!

Ela pressiona levemente meu braço. Não me movo. Sinto o tecido ser deslizado por meu corpo e o peso dela voltando a subir na cama. A espada é puxada do meu peito  e o tecido volta a me cobrir até o ombro.

— Adeus, imbecil!

Nesse instante, abro os olhos e a vejo ir na direção da porta.

Movo-me rápido e a alcanço com minha espada em mãos. Ela não perde por esperar.

— Aonde vais com tanta pressa?

— Não pode ser...

— Achou mesmo que me mataria com um golpe tão insignificante?

— Monstro, me mata logo...

— Não, ainda não!  – Falo afastando uma mecha do seu cabelo do ombro e baixando sua veste ali. — Fêmea insolente, tu me despertaste para algo perigoso e agora temos um impasse.

—Que impasse?

— Desejo matá-la e também possuí-la. – Explico segurando seu queixo e puxando para cima para que ela me encare.

— Por favor, me deixe ir! Sou inútil pra você...

— Deixá-la ir? Já me decidi: primeiro a possuirei e depois a matarei.

Agarro-a pelo braço e a arrasto para a cama. Ela não sabe a fera que despertou, mas vou lhe mostrar.

—Me mate, me mate! prefiro morrer a me deitar com um monstro.

Sua recusa só me atiça ainda mais.

— Tu vais morrer, mas não agora.

Depois de jogá-la na cama, tiro minha roupa de banho. Há uma parte de mim muito sensível e necessitada de estar dentro dessa fêmea.
Contudo, ela ainda resiste e pula do outro lado.

— Prefiro morrer!– Ela grita.

— Não há como fugir de mim!

Não tenho tempo de detê-la quando ela corre e se joga na proteção da sacada. Não acredito que ela conseguiu transpor com tanta facilidade uma tecnologia que deveria proteger meus aposentos contra um ataque bélico.
Ela cai e seu corpo está muito ferido, mesmo assim ela se ergue e sobe no parapeito.

— Antes a morte!

Seu olhar para mim é desafiador, mesmo eu duvidando que ela possa tomar qualquer atitude drástica.

— O que pensa fazer?

— Faça bom proveito do meu corpo, canalha!

Há um leve sorriso no rosto dela e seu olhar é diferente.
Fico espantado quando ela se joga para a morte, porque não tem como ela sobreviver a queda.
Por não julgá-la capaz, não a alcancei à tempo.
Só que mais uma vez fui surpreendido. Ela cai de pé, como eu mesmo teria feito, e corre pela área aberta.
Já vi que seus genes guerreiro foram despertos.

— Guardas! – grito chamando a atenção de alguns e apontando para a pequena fêmea fujona — Capturem-na!

Aproveitei para me vestir e corri para fora, eu só não contava que meus soldados fossem tão incompetentes e a deixassem escapar.
Agora sim, eu estava com problemas e queria descontar minha fúria em alguém.

— Como uma fêmea consegue escapar de um esquadrão armado?

— Perdão, meu senhor! – o líder do grupo pede — Vamos encontrá-la, não tem como ela ter ido muito longe!

— Não irei tolerar mais falhas ou cabeças irão rolar...

— Sim, senhor!

Nisso, Hórus chegou. Provavelmente, deve ter visto a confusão que se formou.
Ele me arrastou para meus aposentos e não tive como esconder dele tudo que havia acontecido. Eu sabia o que isso significava e ele também.
Vejo-o passar a mão nos cabelos, ele sempre faz isso quando fica nervoso.

— Como pôde, Hámmon? Ficastes louco? Essa fêmea te fez despertar para algo primitivo e tu sabes o que isso significa...— ele começa a andar pelo quarto — Essa fêmea é descendente de guerreiros milenares, tu estás em sérios apuros. – Ele riu — Ao menos, agora não sou só eu que já fez algo estúpido!

— Eu vou achá-la...

— Sim, não tens escolha quanto a isso. – ele afirma visivelmente mais calmo — Mas como é ser despertado para o primitivo?

O sorriso curioso dele me faz querer socá-lo.

— Prazeroso!

— Hummm... Quer dividir a fêmea comigo?

Num segundo ele falou isso, no segundo seguinte eu estava em seu pescoço, pronto para esganá-lo.
Ele arfa e dá uma batidinha em meu ombro.

— Acalme-se, não quero sua fêmea! Só queria testar se o que nossas escrituras dizem é verdade e pelo visto, é. Tu és um macho vinculado, possessivo e violento! Ah, pobre fêmea!

O riso dele é genuíno.
Sim, ele estava apenas me testando e falhei miseravelmente.
Solto-o e é minha vez de andar pelo quarto.
Eu preciso achá-la, não há possibilidade de deixá-la ir sem que minha sanidade vá junto.
A questão era: a fêmea viveria ou morreria?

Outro Mundo: Contos AlienígenasOnde histórias criam vida. Descubra agora