° EMBOSCADA °

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Lívia/Haaliyah

— Não precisava!

— Teimosa! Acabei de salvar seu pescoço, literalmente!– ele enfatiza.

— Estava tudo sob controle! Sei me defender sozinha!– resmungo, mesmo sabendo que não é de todo verdade.

— Aposto que sim! – ele desdenha.

Aborrecida, dou-lhe as costas pra sair.

— Tome cuidado princesa Haaliyah, há muitos monstros como aquele por aí...

— De fato! – digo me virando para encará-lo — Acaso não tem um aqui na minha frente?– fulmino — Mas devo confessar que uma coisa me deixou bem curiosa: por que o príncipe disse que você o estava interrompendo novamente?

— Naquela noite na qual conversamos os três na sacada, ele invadiu seus aposentos enquanto dormias. Eu o detive.

— Que canalha!

Falo isso e saio. O imperador me acompanha, mesmo sob meus protestos. Por fim, ele me convence de que é melhor ficar por perto, pelo menos aquela noite, pois o príncipe poderia não ter desistido assim tão facilmente.
E pior que ele não se enganou.
Hyank passou a noite nos observando.
Aguentei a situação o quanto pude, já que ter aquele alien por perto era extremamente desagradável e lembrar de tudo que ele me fez passar me fazia querer esganá-lo.

Bem mais tarde, fui para o meu quarto e tomei um banho gelado. Havia uma sensação estranha em mim por ter dançado com aquele infeliz. Achei que conseguiria dormir, mas quem disse?
Lembrar continuamente de Maressa me fez perder o sono.
Levantei e fui até a sacada e é então que vejo a porta da sacada do imperador aberta.
Ele, com certeza, ainda está na festa e essa era a minha chance de tentar arranjar algo para usar contra ele.

Subi no parapeito, tomei distância e saltei para o lado dele. Quase perdi o equilíbrio. Se eu fosse só uma humana, jamais teria feito isso ou sim?
Eu esperava vasculhar os pertences dele, mas o que encontro? Ele dormindo!
E o que vejo do lado da sua cabeceira? Seu punhal! E olha que é uma arma bem interessante, digna de ser posta na tumba de um faraó. Não tem como olhar o objeto e não lembrar das palavras do meu avô me dizendo que ele só morre se decaptá-lo.

Peguei a arma num impulso e subindo na cama, encosto a lâmina em seu pescoço. Para meu espanto, ele abre os olhos e segura meu braço me fazendo pressionar a arma contra sua pele.

— Faça! É a única forma de te livrares de mim...

Senti a lâmina o cortar e recuo.

— Não sou um monstro como você...

— Então o que faz aqui? Acaso não estás armada contra mim?

— Sim! Sabe que o quero morto, mas é uma pena não ter sangue frio pra fazer isso...

Pior que já enfiei uma espada no peito dele, então o que mudou?

— E como será então? Porque vivo, não a deixarei em paz.

— Voltarei com você pra Alzihah e você deixará minha amiga em paz.

— Que seja!

Ele diz com um sorriso satisfeito.

— Ótimo!– digo indo no rumo da sacada.

— Não prefere ir pela porta! – ele diz indo até lá e abrindo.

Volto contrariada.

— Cretino!– resmungo.

— E minha adaga?– ele questiona estendendo a mão.

Outro Mundo: Contos AlienígenasOnde histórias criam vida. Descubra agora