° INVASÃO °

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Lívia/Haaliyah

Não posso acreditar que proferi aquelas palavras horríveis para Hámmon, mas foi mais forte que eu.
Merda! Eu estava frustrada, com raiva; agora era tarde, já fiz a besteira. Devo me dar por satisfeita pelo fato dele não ter me degolado.
Ainda o esperei para pedir desculpas, mas terminei adormecendo.
Ao acordar no dia seguinte me deparo com ele me olhando; imagino que não deve ter dormido nada, porque seu semblante aparenta cansaço.

O silêncio entre nós é constrangedor e não tenho mais coragem de pedir desculpas. No fim das contas, eu que sou covarde.
Não demorou muito e já estávamos viajando para Alzihah.
Fico quieta em meu assento e vez outra percebo seu olhar direcionado a mim.

— Ainda tenho a sua palavra?

Ah, meu Deus! Ele mudou de ideia.

— Sempre!

Vejo ele teclar na tela acoplada à sua poltrona e a imagem de Heneida aparece na tela à nossa frente.
Não consigo evitar um suspiro de alívio. Serei eternamente grata a ele, mesmo sem conseguir proferir isso em voz alta.

— Espero que essa coisa aguente a velocidade de dobra...– ele diz tranquilamente.

Não consigo disfarçar o sorriso de contentamento.
Algumas horas depois, chegamos no limite do espaço em que a tecnologia da nave permitia enviar uma mensagem de aviso antes da nossa chegada e Hámmon contactou meu avô e anunciou para ele o que estava por vir.

— Temos pouco tempo e essa sucata que estamos viajando não me permite contactar meu irmão em Alzihah. Avise-o que estou solicitando remanejamento de metade do meu exército para Heneida, para ajudá-los na batalha.

— Agradeço, majestade! – meu avô fala, obviamente preocupado.

Quando sua imagem desaparece da tela, me viro para o imperador e pergunto:

— Temos alguma chance?

— O príncipe nem saberá o que o atingiu! – ele responde com sua natural prepotência — Ainda demoraremos algumas horas para chegar, vá descansar!

Acho que eu precisava mesmo disso; aqui eu não o ajudaria em nada, além disso, minha bunda estava dormente, apesar do conforto do assento.
Eu já sabia onde ficava o alojamento e me direciono para lá.
Ao passar perto dele, ele segura meu braço e me detém.

— Não haverá retorno para a palavra que me destes...

— Estou ciente disso!

Ele me solta e sigo adiante. Bom, agora as cartas estavam na mesa.

***

Estávamos correndo contra o tempo agora.
Yillaweh conseguiu reunir os soldados que estavam à pouca distância de Heneida, mas as tropas de Alzihah não chegariam antes que tivéssemos sido invadidos; estávamos cientes de que o inimigo chegaria primeiro, o que não demorou acontecer.
Apesar do meu avô querer me enfiar num porão qualquer para me proteger, recusei terminantemente e fui para a frente de batalha.

Pelo que entendi, as naves de Hyank atacaram por todas as frentes, danificando nosso sistema de proteção. Havíamos descoberto que durante sua estadia, seus homens haviam aproveitado a trégua para invadir nosso sistema de segurança e o ranqueado. Estávamos indefesos para ataques externos.
Ver gente morrendo não estava nos meus planos, mas foi justamente o que aconteceu.
Os arredores havia se tornado uma zona de guerra e imagino que nos outros reinos de Heneida não estava sendo diferente.
O príncipe tinha vindo para conquistar e em sua soberba, desceu para a linha de frente.

Outro Mundo: Contos AlienígenasOnde histórias criam vida. Descubra agora