° ELA É MINHA °

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Hámmon

Kailyn conseguiu me convencer a partir sem minha fêmea, sob o pretexto de que o pai dela estava vindo da Terra e que ela ficaria contente em revê-lo. Não quis tirar isso dela e concordei, contudo, estipulei um prazo para que ela estivesse em Alzihah.
Eu só não contava que a fêmea faltaria com a sua palavra, mesmo depois de eu ter sido benevolente e pedido que a humana por quem ela tem apreço fosse visitá-la, já que a fêmea não queria partir daqui e tampouco o general estava disposto a abrir mão dela.

Passado o prazo final, tive de conter o impulso de entrar em contato com Heneida reivindicando que ela cumprisse sua palavra, mas me detive. Jamais iria passar por mais essa humilhação.
Estava muito claro para mim que aquela fêmea tinha o humor instável e não queria nenhum vínculo comigo. Provavelmente, havia apenas me enredado em sua teia para me convencer a ajudá-la.

Fiquei extremamente surpreso ao vê-la adentrar à sala do trono quando eu beijava a mão da noiva do meu ministro, felicitando-a por sua união.
Ao que parece, ela entendeu tudo errado e quando tentei explicar, meu irmão não permitiu.
Mais tarde, ele me convenceu a levar a farsa adiante, para descobrir o que Haaliyah pretendia de verdade.
Fui áspero com ela durante nossa conversa de esclarecimento. Finalmente entendi que ela havia sido enganada, mesmo assim mantive a farsa.

Ela não apareceu  na sala de refeições e mandei servi-la nos seus aposentos. Percebi que ela estava me evitando.
Só que não me contive e fui vê-la.
Pelos deuses, ela estava tão linda naquele vestido transparente que acentuava suas belas curvas; quase não me contive. Só que novamente, a conversa não flui como eu esperava e sai de lá frustado.

Da minha sacada, vejo quando ela pula para o jardim e minha vontade é ir lá e arrastá-la de volta para dentro. Odeio a ideia de outro macho vê-la naqueles trajes, mesmo assim faço sinal para um guarda seguí-la de perto e protegê-la. Eu mesmo queria fazer isso, mas simplesmente tinha que me conter.
Passei um bom tempo andando de um lado para o outro feito uma fera enjaulada e de repente, lá está ela invadindo meus aposentos, toda molhada e com o corpo todo à mostra.
Maldição!
Por pouco mantive o controle dos meus atos.

— Mas o quê?  Por que está molhada assim?

— Ah, peguei chuva! Perdoe-me, não era minha intenção alagar seu quarto.

— Imagino que não! então o que faz aqui?

— Nem eu mesma sei!

Ela fala e me dá as costas para sair. Não desta vez, ela não sairá daqui sem me dá uma resposta.

— Tu me confundes sabia?

— Lamento!

—Vens a alzihah, invade meus aposentos e é só isso que tens para me dizer, princesa Haaliyah?

Percebo sua respiração pesada e então, ela se volta para mim.

— Quer saber a verdade? Eu vim porque nada aconteceu como previ. Tudo que aconteceu de ruim aqui comigo foi afetado por seus atos de nobreza. Se antes te odiei, hoje te odeio mais, mas não pelo mesmo motivo. Eu te odeio por não me obrigar a ficar contigo e me odeio mais ainda por querer algo assim, mesmo sabendo que você está comprometido com outra mulher.
Mas o que é mais humilhante é o desejo que me move agora...

Ela para de falar, mas não deixarei que ela me deixe com meias palavras.

— Que desejo?

— Esqueça isso! Já falei demais.

Ela dá passos rápidos para sair, mas não permitirei que saia, então a seguro, fazendo-a  se virar para mim, quase colando nossos corpos.

— Eu não pedi que viesse aos meus aposentos, mas estais aqui, então, eu fiz uma pergunta e exijo a resposta.

Outro Mundo: Contos AlienígenasOnde histórias criam vida. Descubra agora