♥︎03.

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03 — Lívia, narrando.

 
Eu claramente apaguei no sofá retratil da sala de Ana Júlia. Me remexo ao ouvir o barulho alto da televisão. Seja quem for que esteja assistindo, deve estar com algum problema de audição ou apenas querendo me acordar do meu intenso sono da beleza.

Abro devagar os olhos, tendo meia visão da barriga desenhada de Andreas e logo após a sua face risonha por conta de mais um episódio de “todo mundo odeia o Chris”.

— Bom dia! – resmungo me remexendo. Reviro-me no sofá, ele está do meu lado, por pouco minhas pernas não estão no seu colo. Como ele se atreve a sentar ao meu lado quando estou dormindo, eu ronco pra cacete.

— Bom. – ele está com a mão na cabeça, deve estar sentindo dor ou de ressaca.

— Ronquei alto demais? – sento no sofá, me ajeitando melhor para conversar com ele.

— Porque acha que minha cabeça está doendo? – dou risada e deixo um “tapinha” em seu braço.

— Ah vá se foder Andreas! – digo em tom de brincadeira.

— Claramente, está de ressaca, uh? – pergunto, mas já sabia muito bem a resposta.

— Já tomei um aspirina mas não melhorou. – diz manhoso fazendo um biquinho.

— Você viu a Anaju e o Jesus? – limpo os olhos.

— Saíram faz uma hora, foram tomar café. – eu assenti. Estávamos sozinhos.

Eu limpo a garganta querendo questionar sobre o que ele me disse pela madrugada. Mas estávamos tão perto e eu não sabia qual seria ao certo sua reação. Então, deixo pra lá.

— Ficou com alguém ontem? – ele pergunta se deitando no sofá, colocando os pés quase em meu colo.

— Fiquei. Ah se fiquei. – respondo ironicamente. E em um ato totalmente de impulso arrumo bem os pés dele sobre meu colo, deixando um carinho no peito de seus pés. O vejo fechar os olhos e sorrir. 

— Com quem? – ele me encara.

— Com a cerveja. – sorrio. Ele reprova totalmente a minha resposta. – e você? Como foi lá?

O “lá” que eu me referia. Era a ruiva que ele se envolveu ontem. E ele sabia muito bem, pois abriu um sorrisinho cínico na cara.

— Ela me reconheceu. – ele colocou a mão na cabeça. – me fez um suborno. Quis a camisa e a corrente. – começo a dar risada. A rir muito da cara que ele fez. – e nem transamos acredita.

— Você é um palhaço! – me acabo de tanto rir. – como assim você paga o suborno e nem se quer é recompensado.

— Se eu soubesse tinha ouvido a minha intuição. – ele se senta ao meu lado. E discretamente passa o braço pelo meu ombro.

— uh? Seria melhor? – questiono sem graça ao sentir seu toque.

— Eu seria bem recompensado, eu acho. – ele sorri e me olha profundamente nos olhos. Impressão minha ou estamos flertando?

𝐇𝐢𝐥𝐥𝐢𝐠𝐡𝐭 • 𝐀𝐧𝐝𝐫𝐞𝐚𝐬 𝐏𝐞𝐫𝐞𝐢𝐫𝐚Onde histórias criam vida. Descubra agora