♥︎20.

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21 — Andreas, narrando.

A grande final: FLAMENGO X PALMEIRAS.

Sinto meu coração bombardear ao pisar os pés no gramado. A energia, a euforia da torcida, o vento gelado cortando minha face confirmando que tudo era real. Faço uma pequena oração em silêncio antes de ouvir o apito dando início a partida.

A posse de bola é mais da nossa equipe do que da rival porém não estamos conseguindo obter sucesso nas finalizações. Nosso adversário é forte na defesa.

Em um descuido, trinta e cinco minutos de jogo, o Palmeiras dispara na frente com um gol de falta de Gustavo Scarpa.

Os gritos da torcida são angustiantes, levar um gol em uma final como essa é algo muito delicado. Olho para a arquibancada, milhares de pessoas esperando por um final feliz. Confesso, eu também espero por um.

21 — Lívia, narrando.

Estou rouca por tanto gritar, de longe consigo observar certinho a tensão de Andreas e de todo o time. O flamengo já estava em desvantagem com o Palmeiras com um gol de vantagem. No estádio, só se ouvia a torcida do tipo rival. A torcida do flamengo está tensa, silenciosa e atenta a cada passe.

Em uma jogada estática, Andreas acaba se machucando, resultando assim, uma falta. Felipe Melo do Palmeiras havia cometido a falta. O camisa 18 está caído no gramado, ele sente dor. A minha vontade é de pular naquele gramado e cuidar dele. Mas tenho que ter um autocontrole maior.

Gabigol cobra a falta que acaba resultando em escanteio para o flamengo. Precisamos de um gol para pelo menos tentarmos virar o jogo na prorrogação ou em pênaltis.

Aos 26 minutos do segundo tempo, o Rubro-negro chegou ao empate com um gol maravilhoso de Gabigol. Minha única reação é esbanjar gritos de euforia.

— VAMOS FLAMENGOOOOOO! – grito.

Fim de jogo. E há dez minutos se iniciaria a prorrogação. Estou nervosa, Andreas havia se machucado. Tomo um gole de minha água tentando manter a calma. Sei o quanto esse jogo é importante para os meninos.

Não consigo expressar o sentimento ao ver a rede do flamengo balançar. Meu coração acelera, fecho os olhos querendo não enxergar a cena que acabou de acontecer. O gol de Deyverson foi anotado aos quatro minutos do primeiro tempo da prorrogação da final. Após falha de Andreas, o atacante pressionou o jogador rubro-negro, roubou a bola e bateu na saída de Diego Alves para marcar o segundo gol para o Palmeiras. Andreas está no chão com as mãos no rosto. Ouço os gritos da torcida. Embora ele tenha errado de forma feia, eu me coloco na pele dele, ele está arrasado. Consigo notar em seus olhos assim que se levanta. Meus olhos estão enxercados, e se eu pudesse não ouvir o que a torcida defere contra ele nesse momento.

Na pausa para o segundo tempo da prorrogação saio de onde estou, vou passando pelo vip até chegar próximo ao banco aonde ficam os reservas. Ele está cabisbaixo, me encosto na grade, meu coração está apertado.

Mas você nunca ficará sozinho

Ficarei com você do anoitecer até o amanhecer

Ficarei com você do anoitecer até o amanhecer

Amor, estou bem aqui

(Dusk till dawn)

— Estou com você Andreas! – grito para que ele possa ouvir. O Belga vem em minha direção, tocando na grade. Seus olhos estão marejados. Talvez ele estivesse carregando toda a culpa nas costas, e isso é totalmente injusto mas ele é o jogador, é um fardo pesado de carregar. “Eu amo você” digo apenas movendo os lábios sem emitir som algum. Ele assenti e me deixa um sorriso fraco. Logo voltando ao gramado.

Faltando apenas oito minutos para o fim do jogo. Já estou pendurada na grade, a minha voz já se encontrava falha. Em um contra ataque rápido, o Belga sai disparado a frente, metendo o peito do pé na bola que entra com velocidade na rede do Palmeiras. O camisa 18 havia feito um golaço.

O verdadeiro golaço. Ele corre em direção de onde estou na arquibancada, em frente as câmeras e a toda a torcida do mengo, Andreas gesticula um “L” com a mão. Meu sorriso está quase saltando do rosto. Faço um coração com as mãos. Esse menino ainda me mata do coração.

Estava tudo igual, um empate angustiante. Penalidade é algo vulnerável e complicado, só mais um gol e seriamos campeões.  O ataque do Palmeiras vem cada vez mais para cima da área do flamengo. Em um descuido o Felipe Melo perde a posse de bola para Andreas, que muda o sentido do jogo, criando um contra ataque perfeito. Ele avança a bola para Gabigol que está sozinho a frente. É apenas ele e o goleiro.

“Vai acabar, vai acabar”

Ouço a narração, em um piscar de olhos Gabriel chuta para o gol recebendo o rebate do goleiro, Michelzinho aproveita a sobra e mete a bola pelo meio das pernas do goleiro do Palmeiras.

“Gooooooooooooooooool, é do flamengo”

“Apita o árbitro, fim de jogo, o flamengo é o mais novo campeão da libertadores da América”

A festa é da torcida, é dos jogadores, é de todos. Foi sufoco, mas somos campeões. Dou um jeito de pular a grade e correr para o gramado. Os seguranças estranham a minha atitude, mas eu preciso abraçar ele agora. Eu preciso comemorar isso com ele.

— Andreas – grito, ele se vira, pulo em seu colo, beijando seu rosto. – você merece, você merece muito.

— Você é louca! – ele sorri. – Eu te amo, mulher. – sussurra beijando meus lábios.

Foi com muita emoção a conquista do Flamengo, que venceu o Palmeiras de virada por 3 a 2, em Montevidéu e se sagrou campeão da Libertadores 2021. O clube levanta a taça com muito merecimento. Andreas Pereira, que marcou o gol de empate e deu assistência ao gol de decisão, foi o herói da partida. O meu Andreas. Vê-lo feliz, conquistando tudo o que almejou, levantando a taça junto dos seus colegas, estou com as lágrimas no rosto, todo o esforço valeu a pena.

— Se eu pudesse iria agora com você. – ele sussurra. – comemorar a noite toda do seu lado.

— Estou orgulhosa de você.  – seguro seu rosto. – muito mesmo.

Os meninos chamam Andreas para ir com eles no meio da muvuca, eles iriam comemorar muito ainda hoje.

— Vou deixar você aproveitar a festa com eles. - solto de suas mãos.

— Promete que quando eu voltar pro Rio você vai estar me esperando? – ele pergunta e se envergonha ao ver alguns jogadores perto.

— Vou sim meu bem. – meu coração está grato.

— Amo você. – diz colocando os braços em volta da minha cintura, colando nossas testas.

O sorriso de Andreas já era o suficiente para eu entender tudo.






E ai garotas? Meio morocoxo porque sou péssima em narrar acontecimentos. HAHAHA
Me perdoem.

𝐇𝐢𝐥𝐥𝐢𝐠𝐡𝐭 • 𝐀𝐧𝐝𝐫𝐞𝐚𝐬 𝐏𝐞𝐫𝐞𝐢𝐫𝐚Onde histórias criam vida. Descubra agora