11 – Lívia, narrando.
O dia se passou tão rápido e amanhã seria o nosso último dia aqui em Angra. Por mais que eu tivesse regalias e tudo do bom e do melhor aqui, eu sinto saudades de casa. De mamãe, de ouvir a voz dela, do seu café. E do jeito que estou, só queria o abraço dela. A maioria do pessoal voltou hoje aos seus compromissos, sobrou apenas Jesus, Ana, Andreas, Gabigol e eu.Eu e o Belga estamos nos evitando, tanto que ele passou praticamente o dia trancado, e eu fiquei mais próxima da Aninha.
Estou deitada de barriga pra cima pensando em tudo encarando esse teto branco. Estou quase formada, daqui uns dias posso exercer minha tão sonhada profissão. Me alivia pensar que pelo menos nisso eu acertei.
E pensar que Andreas já está no seu segundo filho. E eu sei que ele torce para vim um menino dessa vez, até imagino uma miniatura dele andando por aí. Todas as palavras de Jesus não saem da minha mente, talvez eu pudesse encarar tudo ao invés de se vitimizar. Passar por cima do orgulho, tentar. Eu poderia muito bem. Mas ao mesmo tempo começo a pensar e desisto.
Mas pra que pensar?
Pego meu celular e desbloqueio o número dele. De imediato apareceu um “online”. Talvez ele estivesse conversando com a Paty. Fazendo planos, e talvez eu não devesse mandar mensagem. Desligo o celular o colocando em cima da barriga. Fecho os olhos para que eu possa me concentrar melhor e voltar aos pensamentos para não agir por impulso.
Barulho de celular vibrando.
Andreas: 🤔
Lív: kkkkk
Andreas: Insônia?
Lív: talvez.
Ele notou tão rápido meu desbloqueio. Parecia estar como eu, cuidando.
Andreas: Bora pra piscina?
Pense como uma garota má.
Lív: te espero lá.
Falhei.
Pego um cardigã fino e jogo por cima da minha camisola. Saio com cuidado para não fazer barulho no andar. Acabo levando um susto ao ver Andreas com a lanterna do celular no fim do corredor.— Você me assustou. – sussurro com a mão no peito.
— Foi mal. – disse baixo. Enquanto saímos para fora.
Ao chegar na piscina, sentamos na borda molhando apenas os pés. Um silêncio se estabilizou entre nós dois. Aproveito para observar bem o homem ao meu lado. Cavanhaque e barba a fazer, os fios loiros bagunçados, a boquinha pequena se formava tão perfeitamente.
— Ta tudo bem? – ele quebra o silêncio me olhando sem jeito.
— Na medida do possível sim e você? – sorrio.
— Estou ótimo. – diz ironicamente.
— Bom, muito bom. – minhas mãos soavam, eu não tinha noção do que falar.
Ele morde os lábios entortando o sorriso, evitando olhar nos meus olhos.
— Eu sinto muito mano. – a voz rouca dispara.
— Pelo o que exatamente? – me permito olhar dentro dos seus olhos, eu acredito muito nesse lance de linguagem com o olhar..
— Por ter estragado o seu fim de semana...e talvez sua vida. – suspiro. Que bom que você sabe.
Fico em silêncio. Eu não queria me desgastar entrando em discussões que não me favoreciam.
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𝐇𝐢𝐥𝐥𝐢𝐠𝐡𝐭 • 𝐀𝐧𝐝𝐫𝐞𝐚𝐬 𝐏𝐞𝐫𝐞𝐢𝐫𝐚
Fanfiction𝚀𝚞𝚊𝚗𝚍𝚘 𝚍𝚘𝚒𝚜 𝚌𝚊𝚖𝚒𝚗𝚑𝚘𝚜 𝚍𝚒𝚏𝚎𝚛𝚎𝚗𝚝𝚎𝚜 𝚜𝚎 𝚌𝚛𝚞𝚣𝚊𝚖 𝚙𝚘𝚛 𝚊𝚌𝚊𝚜𝚘, 𝚘𝚗𝚍𝚎 𝚗ã𝚘 𝚑á 𝚌𝚒𝚛𝚌𝚞𝚗𝚜𝚝â𝚗𝚌𝚒𝚊 𝚊𝚕𝚐𝚞𝚖𝚊 𝚙𝚊𝚛𝚊 𝚏𝚒𝚌𝚊𝚛 𝚓𝚞𝚗𝚝𝚘𝚜 𝚎 𝚖𝚎𝚜𝚖𝚘 𝚊𝚜𝚜𝚒𝚖 𝚗𝚎𝚗𝚑𝚞𝚖 𝚍𝚘𝚜 𝚍𝚘𝚒𝚜 𝚌𝚘𝚗�...