♥︎28.

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30 — Lívia, narrando.

Dois dias se passaram voando, e hoje seria festa de confraternização dos meninos. Eu já estou praticamente pronta  havia ido ao salão e sem contar que. Andreas escolheu um vestido perfeito pra mim, ele pediu para entregarem, com chocolates, espumante e muitas flores. Ele havia ficado chateado depois do episódio do camisa 7 do Palmeiras.

Chegamos juntos e todos os meninos já estávamos nos esperando. A maioria com suas esposas. Me emociono ao vê-lo no palco. Todos sabem o quanto ele se desempenhou na final, chorou muito, se doou, era digno de todo o merecimento.

De longe, na mesma mesa que os acompanhantes de Gabigol e David Luiz, eu consigo observar o meu homem perfeito em seu smoking preto. Ele havia caprichado. Algo me tira o sorriso logo em seguida, quando vejo o reflexo da loira, ela se aproxima dele o abraçando. Observo que Andreas tenta se afastar, mas ela insiste em abraça-lo. Sei que deveria fazer a plena e continuar abstrata como uma mulher fina. Mas a minha vontade é de rasgar aquela mulher no meio. Tomo um pouco do espumante, respirando fundo. A expressão dele é inocente, ele havia percebido que eu vi. Antes que ele pudesse dizer qualquer coisa, eu agarro em seu braço pedindo para que fossemos ao banheiro. Quando na verdade, eu queria mesmo é discutir.

— Espero que você não tenha ficado com o cheiro daquela vagabunda. – disparo as palavras. Ele segura em minha mão.

— Ela é maluca. – é a única coisa que ele diz. – nem sei o que ela ta fazendo aqui. – ele suspira nervoso.

— Você da bola, aí ela se sente em casa – resmungo.

— Estão todos olhando pra cá, para com isso. – ele sussurra.

— É exatamente isso que ela quer, quer que eu banque a maluca. – reviro os olhos.

Voltamos para a mesa, tudo havia se normalizado. Conversávamos sobre a carreira de Andreas enquanto a maioria do pessoal estava na pista de dança. Tiramos uma foto com a taça, depois algumas fotos sozinhos e Andreas deu um entrevista também. Tudo corria perfeitamente bem, até o momento que perdi ele de meus olhos. Comecei a soar frio, igual como estava em casa e passei mal. Peço licença a todos da mesa e me levanto indo atrás do meu namorado que havia sumido. Sentia um enorme frio na barriga juntamente de náuseas. Vou em direção ao banheiro masculino afim de encontra-lo.

O corpo do meu homem estava junto ao corpo dela. A loira o beijava e ele estava com as mãos em sua cintura.

O choro chega acompanhado de um grande aperto no peito. Mas seguro as lágrimas, ele não merecia.

— Lívia! – ele grita. Eu continuo caminhando em direção a saída. A essas horas todas as câmeras flagram o desespero de Andreas. Disfarço me virando esperando que ele venha até a mim. Apenas para preservar a minha imagem e não a dele.

— O que foi? – me viro bruscamente.

— Eu.. e ... eu.. – ele gagueja e eu rio sem humor.

— Não precisa explicar. Eu já ví o suficiente. – tenho a resposta na ponta da língua.

— Ela me agarrou. Ela é maluca. – ele tenta se defender.

— Você não tem vergonha de dizer isso. Quando suas mãos nem se quer impedem ela de te beijar pelo contrário você parecia estar gostando. – sinto o gosto salgado das lágrimas em meus lábios.

— Tá todo mundo olhando. – ele diz baixo. – vamos sair daqui. – ele puxa meu braço mas eu o impeço.

— Eu nunca pensei que iria dizer isso, mas, eu não quero conversar com você e muito menos ouvir sua voz. – controlo as lágrimas, normalizando meu tom de voz. – quem sabe amanhã ou depois. – digo firme.

Ele está estático, viro de costas. Ele vem atrás de mim, mas eu novamente o impeço.

— Aproveita, a festa é sua hoje. – caminho até a saída.

Pego um aplicativo para chegar até em casa. Sinto meu corpo pedir um banho bem gelado. Ligo a televisão, tiro o vestido apertado e depois os saltos.

Quantos sinais eu vou precisar receber para entender que esse não é o nosso momento?

Na verdade, parece que nunca é o momento.

Meu celular toca desesperadamente. Mas eu não estou afim de atender e escutar suas desculpas. Eu já havia visto.

Isso era o suficiente.

Abro o guarda roupas, tem coisas dele por toda a parte. Ele já havia tomado conta de tudo. Desisto de vestir qualquer coisa, eu apenas queria me desfazer da dor.

Queria esquecer a cena. Queria conversar com alguém e ao mesmo tempo ficar sozinha, isolada. O quão inferior estou me sentindo? Sem entender nada, procurando um porquê. 

Andreas havia desapontado grande parte de mim.

𝐇𝐢𝐥𝐥𝐢𝐠𝐡𝐭 • 𝐀𝐧𝐝𝐫𝐞𝐚𝐬 𝐏𝐞𝐫𝐞𝐢𝐫𝐚Onde histórias criam vida. Descubra agora