♥︎26.

1.3K 78 46
                                    

28 — Andreas, narrando.

Lívia estava chateada, eu senti assim que chegamos e ela se enfiou para dentro do quarto.  Na real, eu ainda estou espantado com o que aconteceu horas atrás. Eu não consegui nem disfarçar o transe.

Ouço a porta do banheiro se bater com força. Como sempre, a comunicação não é o forte da nossa relação.

Abro a porta do banheiro devagar consigo ver pelo esboço do box o seu corpo molhado. Ela me olha e em seguida volta a atenção para o banho. Por mais que não houvesse necessidade, eu havia tirado minha roupa e iria tomar um banho com ela.

Agarro seu corpo embaixo da água morna.

— O que foi? – pergunto mesmo sabendo do que se tratava.

— Me poupe. – ela resmunga. Dou risada da forma marrenta que ela ficou.

— Eu lá ia saber que essa doida iria estar por aqui? – olho nos olhos dela.

— Eu vi como você reagiu. Ficou todo sem jeito.

— Óbvio! Ficou um clima chato pra você,  por isso fiquei tenso.

— Você gosta de loiras. – a baixinha retruca virando de costas. – já percebi. E que sejam magrelas também.

Dou risada. Ela me dá um tapa no peito.

— Não vejo graça alguma. – revira os olhos.

— Ah meu Deus, que culpa eu tive? – nego com a cabeça. – mulher, para de ser louca.

— É melhor ficar bem quietinho ou então vai dormir no sofá. – Lívia tem um enorme bico. Sorrio, acaricio sua bochecha e a beijo.

— Puta que pariu. – resmungo. – eu sou azarado demais viu.

(...)

Na hora de dormir, Lívia está de costas para mim, e distante. Ela havia levado a sério o lance com Amanda. Ela estava desapontada comigo. Me ignorou desde que chegamos e se fala qualquer coisa, é uma patada. Mas eu estava disposto a cutucar a onça com vara curta. Então me aproximo agarrando seu corpo. Sua respiração aumenta, sinto que ela quer se mexer, mas por puro orgulho continua na mesma posição.

— Amor? – falo próximo do seu ouvido. Ela se arrepia.

— O que foi? – ela se vira e seus olhos estão vermelhos, entregando que a mesma estava chorando.

— O que foi meu bem? – acaricio sua bochecha.

— Nada, eu só... estou nervosa. – ela limpa as lágrimas. – não é culpa sua.

— Quer falar o que é? – aconchego seu corpo no meu. Ela fica em silêncio por alguns segundos.

— Lembra do estágio que te falei?

— Sim, claro que lembro.

— Então, sobre eu viajar..

— Sim, o que tem? – olho atento pra ela.

— Eu não vou apenas viajar pra lá.. – ela tem o semblante triste.

— Explica melhor. – peço.

— Eu vou ter que me mudar pra África.

Engulo a seco. Paro por alguns segundos até cogitar as palavras que Lívia acabou de dizer. Um filme se passa por minha cabeça, parece que estou vivendo a mesma coisa mais uma vez.

— Bom – passo a mão no cabelo. Tento disfarçar a insatisfação. – É o que você quer?

— No momento... sim. – passo a língua nos lábios. Eu estava nervoso e acabei desanimando.

— Eu não serei um idiota de te impedir. – afirmo. – é seu sonho. Mas já parou pra pensar em como ficaremos?

— Não. – ela responde.

— Se é que você pensou em mim. – deixo essas palavras escaparem.

— Pensei, claro que pensei Andreas. Você é o meu maior pensamento. – desvio o meu olhar.

— E como vamos ficar? Porque na boa, eu fico uns dois, três dias longe de você e já sinto sua falta, fico louco querendo te ver. Imagina com você do outro lado do mundo? – Os olhos de Lívia continuam marejados.

— Eu sinto muito.. – ela desaba. O choro se torna alto e angustiante. E eu não consigo se quer consolar. Abaixo a minha cabeça, pensando em tudo.

O silêncio se estabelece naquele enorme quarto. Um misto de cansaço com tristeza toma conta de todo o meu ser. Sempre que pensamos que vamos ficar bem, algo ruim acontece. É como se o destino fizesse de propósito. 

Não vou mentir, posso estar sendo egoísta em minha reação, mas não vou ser feliz em um relacionamento a distância, nunca. Não consigo me imaginar em um. Eu sei, é uma escolha difícil, e mais difícil ainda é passar por cima do ego e dar o braço a torcer, eu estava perdido. Mas por outro lado, sinto que ela não merece incompreensão quando me compreendeu várias vezes, quando abriu mão de todo seu orgulho por mim. É o sonho dela, o que eu esperava? Lívia é sinônimo de força e personalidade. Ela tem seus próprios princípios, é destemida. Não posso prender ela, não posso colocar seus ideais em uma caixa e faze-la viver apenas a minha vida. Eu já cometi esse erro uma vez, e não quero cometer de novo, ainda mais com uma pessoa tão especial como ela. Então mesmo que doa em mim, mesmo que eu esteja blefando, mesmo que apoiar tudo isso seja uma sentença de término e de grande frustração a mim mesmo, eu a incentivarei, eu darei o meu melhor, e não vai ser por mim e sim por ela. Vou tentar até aonde eu posso.

— Lívia? – aperto seu ombro. Preciso saber se ela ainda está acordada.

— Hum? – resmunga ainda de costas.

— Pensando bem não é tão longe. – suspiro. – companhias aéreas estão aí pra isso e outra.. posso ir te visitar no natal e no ano novo. – a mesma se vira e tem um sorriso bobo nos lábios.

— Mesmo? – ela está surpresa.

— Sim, mesmo. – sorrio, embora ainda, esteja triste por dentro.

— Não posso prender você a mim dessa forma. Sabe, você não pode carregar esse fardo, conheço sua rotina, vejo seu Instagram, a sua ex, enfim, quantas queriam estar com você e eu, como posso ter a certeza que vou suprir todas as suas necessidades estando tão longe.

— Está duvidando do meu amor?

— Você é homem Andreas. – ela suspira. – você sabe muito bem do que estou falando.

— Está duvidando, eu não acredito. – dou risada. – eu te amo mulher.

— E daí? – ela insiste em reverter a conversa. – amor e tesão são coisas bem opostas.

— Amor também é sacrifício. – seguro em sua mão. – eu prometi a mim mesmo que iria ser o melhor pra você.

Os lábios dela entram em sincronia com os meus, e logo estou por cima dela, acariciando seu corpo, deixando mordidas em sua pele enquanto ela se empenha em tirar minha roupa. Na cama a gente se entende muito bem. Ela vem por cima de mim, se encaixando perfeitamente em meu membro. Desse ângulo, tenho a visão perfeita da mulher que tenho. Seu cabelo curto jogado em um só lado a deixam sexy. Ela geme roucamente enquanto vai e vem em cima do meu colo durante minutos, estamos em uma eternidade. Minhas mãos se posicionam bem em sua cintura enquanto abocanho seus seios, que encostam em minha face. O meu corpo relaxa enquanto a minha respiração ofega, podia notar o desejo em seu olhar enquanto senta delicadamente em mim até que eu esteja satisfeito e ela também após isso ela se deita por cima de mim, encostando sua cabeça em meu peito. Nunca senti o que sinto por ela, terminar uma transa e querer de novo e de novo. Era um ciclo vicioso.







𝐇𝐢𝐥𝐥𝐢𝐠𝐡𝐭 • 𝐀𝐧𝐝𝐫𝐞𝐚𝐬 𝐏𝐞𝐫𝐞𝐢𝐫𝐚Onde histórias criam vida. Descubra agora