♥︎14.

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14 — Andreas, narrando.

Alguns dias depois.

Estávamos treinando a risca para a final da libertadores, e isso me impedia de ir visitar minha namorada. Desde que Lívia perdeu a mãe tem ficado um pouco mais carente, um pouco mais vulnerável.

Esse final de semana estaríamos liberados, então pretendo fazer algo com ela. Começo a planejar em mente mas não tenho nenhuma ideia legal. Só sei que quero vê-la.

Ela está na casa de Ana por enquanto, e isso me preocupa menos. Uma pessoa que está passando por um luto não tem condições de ficar sozinha.

(...)

Após chegar em Copacabana, ligo para a Ana avisando que irei passar por lá mais tarde.

Quando chego no prédio, já sinto meu peito ansioso. Eu estava com saudades de Lívia, da minha Lívia.

— Oi Andrinho. – Ana diz ao abrir a porta.

— E aí, como estão as coisas? – a cumprimento. Sua expressão é séria.

— Não sei mais o que fazer, ela não quer comer, há dias que só dorme. – Ana diz cansada. Vejo o quão triste está.

— Vou conversar com ela sobre isso. – digo jogando a mochila no sofá. – posso ir lá?

— Pode, claro que pode. – Ana confirma. – mas antes preciso te contar uma coisa.

— Hum, pode falar? – a encaro com atenção.

— Sabe a casinha da mãe da Lívia, lá no Cantagalo? – faço positivo com cabeça. – invadiram e levaram tudo. E quando eu digo que é tudo, é tudo mesmo.

— E ela já sabe disso? – digo entristecido. Lívia estava passando por uma barra e tanto.

— Sabe, e isso a deixou mais triste ainda. – Ana limpa uma lágrima que cai de seus olhos.

— Em questão material, eu posso ajudar, não vai faltar nada pra ela. – afirmo.

— Sim, eu digo o mesmo, por mim esse apartamento é dela também, minhas coisas e tudo mais. Mas estou pensando em fazer algo melhor, para que ela possa se sentir um pouco feliz, sei lá. – Ana me chama para mais perto. – estou pensando em comprar um apê pra ela, por aqui mesmo, do jeito dela, com as cores que ela gosta, enfim. Preciso muito fazer isso por ela.

— Ótimo, podemos fazer isso juntos. – concordo. – te ajudo no que você precisar ok? – aperto a mão de Ana.

— Obrigada Andrinho, mesmo!

A medida que vou caminhando até o quarto sinto um aperto no peito. Eu não sei exatamente como irei consolar Lívia. Abro a porta e a vejo mexer no celular. Quieta. As olheiras fundas e o cabelo desarrumado me fazem entender muitas coisas. Não estava sendo fácil pra ela.

— Lívia? – a chamo e fecho a porta, me encostando atrás dela.

— Andreas! – ela sorri fraco.

Me aproximo da cama, sentando de frente a ela.

— Você veio cedo.. – comentou.

— Vim cuidar de você. – vejo um lindo sorriso brotar dos seus lábios.

— Eu estou bem. – ela insisti. – não se preocupe.

— Que tal pedirmos comida chinesa hoje? – dou iniciativa a vendo sem emoção alguma.

𝐇𝐢𝐥𝐥𝐢𝐠𝐡𝐭 • 𝐀𝐧𝐝𝐫𝐞𝐚𝐬 𝐏𝐞𝐫𝐞𝐢𝐫𝐚Onde histórias criam vida. Descubra agora