♥︎33.

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34 — Lívia, narrando.

 

Depois do episódio de minutos antes, eu estava ao lado de Ana ouvindo uma de suas piadas. Gab está de frente pra mim. Nossa troca de olhares é intensa, mas eu não consigo me concentrar em flertar com ele. Estou perdendo o foco ao ver Andreas sozinho em um canto. Não vou negar, ele pode ser um poço de vacilos, mas não consigo odiá-lo tanto. Fico agoniada em ver ele assim.

Mas agora, já era, estava tudo feito. Eu já havia beijado o Barbosa. Talvez, isso tenha mudado exatamente tudo.

— Está com pena? – Ana murmura se referindo a ele.

— Culpa talvez? – sorrio fraco. Tento não demonstrar que minha noite havia acabado. Por trás da armadura, meu coração chora, por mais cansada que eu estivesse, por mais que eu tente esconder e fugir, o que eu sinto por ele transparece em minha face.

— Deveria ir lá – Ana propõe.

— O quê? – a olho perplexa. – nem fodendo.

— Ele já está vindo mesmo. – ela da de ombros.

Andreas logo se enturma aonde estamos. Ele conversa com o Barbosa normalmente. Olho para os dois que no mesmo momento olham para mim. Sinto o gosto amargo de amar alguém que não sabe medir as palavras. Quando na frente de todos, em uma brincadeira de mal gosto, Andreas solta um. “vamos tirar par ou ímpar, quem ganhar leva pra cama”.

Tento inalar o ar puro e me concentrar em não surtar ou me doer. Eu simplesmente dou risada. E decido entrar no seu joguinho imbecil. Se antes eu estava sentindo pena dele e culpada. Agora estou me sentindo adorável.

— Falando de mim? – agarro o braço direito de Gab. Me aconchego mais perto do seu corpo, olhando divertida para Andreas.

— Você falou? – Andreas pergunta para Gabriel Barbosa. – porque se falou eu nem prestei atenção.

— Não, não falei. – Barbosa me olha atento. Ele parecia sem graça com toda situação.

— Sabe que sempre achei a Lívia muito esperta? – Andreas tem um tom frio e debochado. – é uma comparação e tanto, mas o coração dela cabe a torcida do flamengo inteira.

— Cala a boca. – retruco. – cala a porra da boca. – repito indo pra cima dele.

— Lív, eu falo com você depois? – Gab me olha me fazendo entender o quanto aquela situação o desgastava.

Me viro para Andreas, sinto meu corpo fraquejar por vê-lo tão vulnerável e com os nervos a flor da pele.

— Satisfeito? – pergunto, ele não responde, apenas se joga no sofá.

— Você já foi mais suportável. – resmunga esticando os braços no sofá.

— Cadê o projeto de quenga? – pergunto me referindo a Amanda.

Ele da risada. Sinto minhas bochechas esquentarem ao vê-lo debochando.

— É incrível como você tenta colocar tudo de uma vez nas minhas costas. – ele diz. – tudo é culpa minha.

—  E não é? – arqueio as sobrancelhas.

— Não deveria me culpar pelo jeito que amo você. Pela forma que eu sinto as coisas. – fico em silêncio cogitando as palavras. As atitudes de Andreas poderiam demonstrar tudo, menos amor.

— Olha só pra nós – ergo as braços nervosa. – não conseguimos ficar no mesmo lugar sem ao menos discutir. Quando me lembro que conversar com você era a única coisa que alegrava meu dia.. – seguro as lágrimas. Voltamos a estaca zero. – em um dia eu era o amor da sua vida e no outro você estava com Amanda pendurada em seu pescoço. Que merda de amor é esse? Por favor Andreas, me diga, quantas vezes vou precisar questionar que tipo de amor é esse? Que droga você pensa que eu sou?

— Tudo bem, a culpa é minha. – ele se rende.

Fico em silêncio.

Todos estavam entretidos aproveitando o momento, enquanto nós dois estávamos como sempre, em pé de guerra.

— Esses dias sonhei com você. – decido quebrar o silêncio. – com nós. Me deu uma baita vontade de viver aquele sonho. Mas aí, eu lembro de Patrícia, lembro de Amanda.. lembro de todas as mulheres que dariam tudo para uma noite com você e eu me sinto uma em um milhão. Porque você não me dá o mínimo, você não me faz se sentir segura.

— Você me deixou sem ao menos me ouvir. Você deu brecha para Amanda se aproximar, você podia ter ficado. Você beijou meu amigo em minha frente, acha que sinto vontade de sumir da sua vida? – ele passa a mão no rosto nervosamente. – Sou um idiota por dizer isso, mas só sinto vontade de ficar perto de você, que você não descubra como é bom estar com outro alguém. Não quero te perder. Não quero que tenha um fim, não quero ver você sumindo, não quero que seja só isso. ‐ engulo a seco, ouvindo todas as suas palavras, sentindo ao mesmo tempo mil sensações diferentes. –  não posso perder você.

𝐇𝐢𝐥𝐥𝐢𝐠𝐡𝐭 • 𝐀𝐧𝐝𝐫𝐞𝐚𝐬 𝐏𝐞𝐫𝐞𝐢𝐫𝐚Onde histórias criam vida. Descubra agora