34 — Lívia, narrando.
— Sabe, eu acho que você deveria aceitar. – Ana me propõe enquanto entravamos no carro. Iriamos ir pra uma festa, na casa do Matheusinho. Quando eu digo que esse povo rico faz comemoração por tudo, vocês não acreditam né? – iria lacrar sua carreira.
— Eu não quero fama pelas costas de ninguém. – rebato. Me olho no espelho, ajeitando meu batom.
— Você é orgulhosa. – Ana suspira. – sei o quanto quer ficar.
— Sim, mas não deveria. – bufo. – ele vai pensar que faço tudo por ele.
— Não deveria sentir vergonha por amar. Ele sim deveria sentir vergonha de não retribuir.
— Pois é, mas estamos falando de homem. E você sabe, eles são difíceis de assumir os próprios erros.
— É você quem sabe, mas se caso ficar, vou fazer questão de realizar meu casamento fora do civil. – sorrio nervosamente.
— Eu não posso prometer nada. – ergo as mãos como redenção.
(...)
— Uma cerveja por favor. – digo ao barman.
A iluminação me cega. Gostaria muito de saber aonde está Ana e Gabriel Jesus. Mas desisto.
Acabo me sentando no bar da piscina mesmo, e tomando, cinco ou seis longnecks.
Decido levantar e tomar um ar, sentia minha cabeça girar, desde quando me tornei uma fraca por bebida?
Subo até a sacada que estava vazia. Acabo tirando os saltos e me encostando na grade. Estou suando frio. Levo um susto ao sentir minha pele sendo tocada.
— Gab? Que susto. – coloco a mão no peito.
— Lívia? – ele liga a lanterna para me olhar melhor. – Uh, pensei que eu estivesse sozinho aqui.
— Se quiser posso sair. – digo com a voz embargada. Ele da risada.
— Me admiro ao te ver sem a Ana. – ele sorri se encostando ao meu lado.
— Pois é, o Jesus também veio. – digo.
— Preparada com a mudança? – ele pergunta, bebe um gole da sua cerveja. – fiquei sabendo pelo Andreas.
— Sério? O que ele anda falando de mim?
— Nada que seja mentira. – dou risada.
— Pois é, eu – pauso ao ver ele me olhar nos olhos. – eu não sei se vou.
— Sério? Pensei que já estivesse decidida. – ele comenta e eu nego.
— Nada decidido, na verdade, eu sou uma bagunça. – bufo.
Ele da risada e me encara por alguns segundos, sinto meu corpo rejeitar o contato. Eu não sabia como agir. Gabriel Barbosa tinha um olhar diferente.
— Então.. não sou muito diferente. – aproximo meu rosto do seu, percebo que ele está com os olhos em meus lábios.
E parece loucura, mas, estamos flertando?
— Aquele dia, obrigado por ter me defendido. – me refiro ao dia do elevador.
— Aquele dia eu te achei uma maluca. – eu dou risada. – destemida, corajosa.. – ele diz tão perto dos meus lábios. Eu estou presa nesse contato visual que estamos tendo. E em impulso, agarro sua cintura.
— Parece loucura – digo soluçando – estou louca para beijar você.
— Talvez esteja bêbada demais. – ele da risada mas não se afasta. – eu não sou o Andreas.
— Sim – digo fracamente, roçando os lábios nos dele. – não faça como ele.
Gabriel sela nossos lábios urgentemente, me prensando contra a grade da sacada, suas mãos passeiam pelo meio das minhas costas nuas por conta do corte do vestido. Sinto meu corpo gelar e uma onda de adrenalina me invadir.
Ele tenta se afastar mas eu acabo puxando ele para mais perto. Fico na ponta dos pés para beija-lo. E foi loucamente gostoso. Por um momento perco a sanidade. Apenas priorizo o toque dele em mim.
Ouço a porta atrás de nós dois se bater. Me afasto de Gabriel ainda sorrindo e levo um choque ao ver Andreas nos encarando. Ele parecia.. parecia despontado e ao mesmo tempo surpreso. Gabriel está mais nervoso do que eu.
— O jeito que você sofre é diferente. – um sorriso maldoso surge dos lábios de Andreas.
— Na verdade, eu beijei ela cara. – Gabriel entra em minha frente.
— E eu quis também. – me coloco a frente. – e isso não é sobre você. Ou você pensa que tudo é sobre você? – aponto o dedo em seu peito.
— Cala boca Lívia. – Andreas diz enfurecido. – sempre soube que você é maria chuteira.
— Não me faça estapear sua cara. – grito avançando nele, mas ele continua parado com os braços cruzados.
— Então bate. – diz perto do meu rosto. – garanto que dói bem menos.
— Desde quando você sente? – o ataco novamente. – me fala, desde quando?
— Não tenho que provar qualquer merda pra você. – ele rebate. – aliás, vocês formam um belo casal.
Andreas volta pela porta, batendo ela com força. Sinto meu corpo enfraquecer. Olho com certa vergonha para Gabriel, que está nervoso.
— Ele nunca vai me entender – Gab nega com a cabeça. – o que eu estava pensando?
— Relaxa, ele é assim. – me aproximo. – eu, eu não sou propriedade dele.
— O que fizemos foi errado. – o tom de voz do Barbosa é de preocupado.
— Por mim, terminaríamos o que começamos. – olho pra ele. Ele sorri nervoso, mas nega.
— Eu faria e com gosto, mas Andreas é meu amigo ou melhor era.
Me sinto perdida.
Descanso meu corpo na espreguiçadeira. A adrenalina passou e então a vergonha toma conta do meu corpo.
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𝐇𝐢𝐥𝐥𝐢𝐠𝐡𝐭 • 𝐀𝐧𝐝𝐫𝐞𝐚𝐬 𝐏𝐞𝐫𝐞𝐢𝐫𝐚
Fanfiction𝚀𝚞𝚊𝚗𝚍𝚘 𝚍𝚘𝚒𝚜 𝚌𝚊𝚖𝚒𝚗𝚑𝚘𝚜 𝚍𝚒𝚏𝚎𝚛𝚎𝚗𝚝𝚎𝚜 𝚜𝚎 𝚌𝚛𝚞𝚣𝚊𝚖 𝚙𝚘𝚛 𝚊𝚌𝚊𝚜𝚘, 𝚘𝚗𝚍𝚎 𝚗ã𝚘 𝚑á 𝚌𝚒𝚛𝚌𝚞𝚗𝚜𝚝â𝚗𝚌𝚒𝚊 𝚊𝚕𝚐𝚞𝚖𝚊 𝚙𝚊𝚛𝚊 𝚏𝚒𝚌𝚊𝚛 𝚓𝚞𝚗𝚝𝚘𝚜 𝚎 𝚖𝚎𝚜𝚖𝚘 𝚊𝚜𝚜𝚒𝚖 𝚗𝚎𝚗𝚑𝚞𝚖 𝚍𝚘𝚜 𝚍𝚘𝚒𝚜 𝚌𝚘𝚗�...