♥︎10.

2.4K 143 68
                                    

10 — Lívia, narrando.

 
Acordo com a vista maravilhosa do mar pela janela do hotel. Tomo um banho gelado retirando todos os vestígios da festa passada.

Como prometido, fiquei até amanhecer e depois vim dormir.

Andreas estava distante ontem, parecia estar me evitando. Eu até entendo, do nada eu soltei um “eu te amo” por puro impulso. Talvez, isso tenha assustado ele.

Coloco um biquíni e visto um shorts. O lado bom de lugares como esse é que você pode ir em todo canto de havaianas e está tudo bem.
 
Decido ir até o quarto de Andreas chama-lo para tomar café. Ele era o único que ainda não havia descido. Aperto o botão próximo da porta em seguida ouço passos apressados.

Meu peito fica retraído ao ver a mulher ruiva na porta. Ela estava com uma toalha nos cabelos. Sinal de que havia acabado de tomar banho.
Sinto meus olhos se encherem de lágrimas. 

— Lívia? – ele parece surpreso. Estava apenas de bermuda com alguns respingos de água no corpo, fazendo tudo se encaixar perfeitamente. – Lívia não é nada disso que você está pensando! – ele grita ao me ver virar as costas o ignorando.

Idiota, burra, palhaça..

Esbarro em alguém, é o Gabriel. Ele havia acabado de sair do quarto.

— Lív? – ele me chama, mas antes que eu pudesse falar qualquer coisa, eu abraço forte, e o choro que estava engasgado saí livre e alto. Minha visão está embaçada e a  audição pior ainda, eu havia entrado em colapso comigo mesma.

— Lívia? – Pedro corre em direção a nós. – o que aconteceu?

— Me ajuda aqui com ela mano. – Gabriel diz abrindo novamente a porta do quarto.

Eu quero ir embora daqui. Eu preciso ir embora.

Eles me colocam sentada na cama e imediatamente Pedro aparece com uma garrafa de água mineral. Gab segura minha mão forte, me fazendo se acalmar. Tomo aos poucos goles de água, voltando a compassar minha respiração.

— Quer que eu chame a Ana? – Pedro questiona. Nego com a cabeça, eu não queria atrapalhar minha amiga.

— O Andreas talvez? – Gab diz, e eu permaneço em silêncio. Olho pra ele deixando toda a minha dor transparecer, e ele entende o recado.

O silêncio se reina por alguns minutos, eles não me deixam sozinha, até que me sinto recuperada. Limpo meu rosto e suspiro pesadamente.

— Você fica bem de amarelo. – Pedro comenta me mostrando minha própria foto em seu celular. Nos três damos risada.

— Obrigada meninos. – suspiro. – mesmo.

— De boa Lívia, mas cuidado, você acabou de ter uma crise, essas coisas adoecem rápido, você sabe. – Gabriel me diz e eu concordo com ele.

— Você vem pro café? – Pedro pergunta.

— Acho que preciso de um segundo banho. – sorrio timidamente. Mas vejo vocês depois?

— Beleza, fica bem viu baixinha? – Gab me abraça e Pedro também.

(...)

 
Quando chego no meu quarto me jogo na cama e deixo que as lágrimas falem por mim.

Entro rapidamente no meu Instagram e bloqueio o Andreas e assim faço em todas as outras plataformas. Foi bom todos os momentos, eu estava me esforçando para não ama-lo mas cometi esse erro, deixando de lado toda a minha razão. Vou lembrar de tudo, desde o começo até agora, mas não quero mais me submeter a qualquer tipo de sentimento por esse idiota. Por mais que seja difícil, eu não quero que minha felicidade dependa de alguém, eu estava tão bem, tão minha, antes dele chegar eu era a pessoa que sempre sonhava em ser. Não posso deixar que ele tire isso de mim.

𝐇𝐢𝐥𝐥𝐢𝐠𝐡𝐭 • 𝐀𝐧𝐝𝐫𝐞𝐚𝐬 𝐏𝐞𝐫𝐞𝐢𝐫𝐚Onde histórias criam vida. Descubra agora