Capítulo X

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Deixo Mia em casa, que não mora tão longe da escola, em um bairro tranquilo, e depois sigo com Dominic para a biblioteca. É bom tê-lo como companhia e fácil mantê-lo falando. Difícil é fazer com que meus pensamentos não se desviem para outro lugar.

Por um momento, me permito fazer uma ponte mais sólida entre Benjamin e meu sonho. A semelhança é quase assustadora. No sonho, seu toque cálido e sua voz abrasadora foram substituídos subitamente por algo frio e incerto. Exatamente como ele faz no mundo real.

─ E, então, você vai? - Dominic chama minha atenção, estalando os dedos no meio do meu rosto.

─ Desculpe. Não estava prestando atenção. - Na verdade eu não escutei uma só palavra do que Mia ou Dominic haviam dito desde que entrara no carro.

─ Eu sei que sim. Sua cara de paisagem já diz tudo. - Denuncia.

─ Tudo bem, sobre o que você estava falando? - Tento outra vez.

Ele suspirou alto, mas logo depois seus olhos se tornam mais suaves novamente.

─ Eu estava perguntando se você vai à festa de sábado.

─ Ah, sim. A festa... - Quando cheguei ao encontro de Mia e Dominic mais cedo no estacionamento, alguém estava distribuindo folders de uma grande festa que iria acontecer no píer, e fizeram o favor de colocar alguns pendurados no para-brisa do meu carro. Mas Mia nos disse que já tinha sua própria entrada. - Eu não sei... Eu não sou muito do tipo de que vai a festas.

─ Ah, qual é? Não vai me dizer que você só ficava em casa na Flórida?

─ Não. - Eu rio de sua exasperação. - Eu costumava ir a algumas, mas só por causa de alguns amigos. Não faz muito meu estilo.

─ Então o "x" da equação está aí! - Ele fala, como se tivesse descoberto o grande mistério da minha vida.

─ E qual é o "x"? - O olho quando paramos em um sinal.

─ Você disse que ia por causa de alguns amigos. Eu, você, Mia... - Ele faz um gesto apontando para si e depois para mim. - Somos amigos. Então isso tudo é igual à festa.

─ E se Mia tiver outra coisa para fazer? - Sugiro.

─ Mia nunca perde uma festa. - Diz, convicto, pensando no assunto e depois sorrindo consigo mesmo, enquanto se recorda de algo. - Deus, aquela garota é uma porra louca em uma festa.

Eu rio.

─ Ah, vamos, Maddie. - Ele persuade de novo. - Vai ser legal. Todo mundo vai estar lá. Encare isso como uma porta se abrindo para você fazer novas amizades. - Ele imita as portas imaginárias se abrindo fazendo um gesto engraçado. Não consigo ficar séria.

─ Tudo bem. - Cedo. - Eu vou ver se Holly pode cuidar de Sky no sábado à noite. Mas não prometo nada. - Acrescento quando vejo seus olhos brilharem para mim.

─ Já é um começo, Pistache. - Ele sorri um sorriso do tamanho de Júpiter. - E não se preocupe. Se Holly não puder, Sky pode ficar em minha casa. Você não é a única que tem pestes soltas pela casa.

─ Você também tem irmãos?

─ Sim. Duas irmãs mais novas. Dahlia, de quatro, e Daisy, de nove. - Conta. - Acredite, não existe coisa pior do que deixar as duas demônias em um mesmo cômodo por mais de cinco minutos.

─ Eu acredito. - Rio. - Sky às vezes acha que é a abelha rainha da casa. Na verdade, constantemente.

─ Eu sei! - Ele fala, como se me entendesse muito bem. - As duas às vezes me deixam louco.

Entre Lobos & Flores - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora