Capítulo Vinte e Cinco

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- Que dias infernais, estamos loucos desesperados atrás da Sellena, ela simplesmente desapareceu e tudo que estava em volto de acusa-la também. Então a gente encerra essa coletiva, para não desagradar mais meu pai que está muito abalado e espero que respeitam nossa intimidade.

- Gostou papai?

- Deveria ser ator, Marcelo. Quase me convenceu.

- Maninho, foi perfeito. Agora vamos esperar o que eles vão querer de nós.

- Amanhã, vamos trabalhar, normalmente, as meninas vão voltar para suas casas ou ficarão conosco?

- Vamos para casa.

- Certo. Se acaso, algum especulador dizer algo a resposta é a mesma que o Marcelo, deu. Essa conversa já deu pra mim.

Sigo para o meu quarto, arrumo as coisas, vamos fazer tudo como papai ordenou, é muita coisa negativa que as pessoas trazem consigo e querem espalhar no meio onde se vive.

- Amigo.

- Oi, Zé.

- Preciso te perguntar uma coisa.

- O que foi?

- A Jamile.

Começo a gargalhar.

- Rapaz, você tá querendo o que com a minha irmã?

- O mesmo que você tinha com a bolotinha.

- Você sabe que papai tem um pé atrás com você, ele não registrou as meninas, porém cuida delas a ferro e fogo.

- Seu Armando é pai. Mas você é meu amigo, não vou prometer casar com ela, mas estou...

- Então, fale comigo.

Eita! Que eu vi o Zé ficar transparente.

- Oi, Jamile.

- Oi, Zé droguinha.

- Não, não. Esse Zé não existe mais.

- Pronto, agora seu José Pedro, qualquer coisa eu acerto com você.

- Com certeza. Me deixe com a perna quebrada, os braços não que preciso cuidar dos meus pacientes.

Rimos.

- Maninho, estava vindo me despedir e ouvir a conversa.

- Tranquilo, Melzinha.

- Outra coisa Zé, não chame Jamile de Melzinha.

- Por que?

- Porque eu não aceito esse apelido em sua boca, Zé.

Eita, papai ouviu.

- Seu Armando.

- Jamile, esse é tão igual ao seu irmão, perdeu a Juliana pela falta de escrúpulos dele.

- Seu Armando. - falo junto com Zé.

- Pode deixar, tio. Qualquer coisa, o acerto nas bolas. Só vamos conversar.

Tive que parar a velha raposa, senão, viraria uma discussão.  Desde do dia que ele viu, Zé soltando uma piadinha para Jajá, pronto. Nunca mais teve o respeito dele.

E nessa brincadeira fui acusado de ser alcoviteiro, no entanto, na época , eu queria era a Carla, uma amiga das meninas que estava aqui em casa dando sopa... Quando me lembro do canalha que fui, me envergonho.

Pego as malas, organizo tudo, dou mais uma buscada no que devo levar, imagina esquecer as cuecas?

Recebo mensagem de Jajá.

Ela é perfeita.

- Marcelo, filho. Não quero o José Pedro com saliência com a Melzinha.

- A Melzinha alguma vez mostrou que não sabe se cuidar?

- Minha filha é maravilhosa, o problema está no seu amigo, que é igual a você.

- Armando.

- Eu te conheço desde do ventre da Antônia.

Ficamos falando coisas para renovar a nova cara da S.O.S Empregos. Um escândalo é sempre um escândalo. E o que importa para os doentes por notícias é ver a tristeza de todos, porém papai nos obrigou a viver a vida, ninguém mais vai tocar no assunto Sellena.

E assim estamos fazendo.

Em menos de quarenta oito do desaparecimento da Sellena, todas as provas que a incriminaram desapareceram, nenhum vestígio.

Até o policial que sugeriu que a mesma havia levado as rosas, foi encontrado morto em casa, por overdose,ele estava nu, como se tivesse transando com alguém, foi o que foi relatado por alguns jornais.

Também fui questionado, me deram o cargo de cúmplice, relembraram o maldito vídeo, e a fala que digo que meu pau só serve pra expelir urina, passou praticamente o dia todo, sem esquecer de mencionar que organizaram uma quadrinha comigo e as meninas, elas foram importunadas aonde ia, chamadas de interesseiras.

Às três juntas, fizeram um vídeo relatando que papai, não as registraram. É somente uma relação de respeito mútuo, pois a tia delas a Jandira que as registraram, sozinha, mantém um relacionamento de anos com Armando fazendo que todas o chamem da forma que mais agrada a ambos.

E está sendo difícil manter a serenidade, só a velha raposa, que tem esse dom.

Saímos de carro, ele me leva até o aeroporto, não sei quantos dias ficarei distante, óbvio com a liberação da polícia, não quero empecilhos diante esse meu descanso.

Senhor André de Cavalcante o advogado que está nos norteando com toda essa situação, ele foi categórico em dizer, que essa história não acabou, a quem interessa a destruir os Ferreiras e torcem  também pela disseminação da família inteira.

Papai se mostra um touro, mas eu sei o quanto isso tudo o abalou, reviver anos atrás da incerteza que o põe, como um fraco, frouxo e mole de coração.

- Trouxe tudo? Tem certeza filho que quer se ausentar?

- Sim. Com tudo da forma que está acontecendo acredito que me afastando, pode aparecer ou não mais motivos para a gente nunca ter errado.

- Sim, meu filho. E sou grandemente grato, ao homem que se tornou, mesmo errando, porém é meu orgulho, meu filho da alma.

- Não me faz chorar, tito.

- Ohhh, quanto tempo não me chamas assim. Deus te proteja da maldade do mundo.

- E o senhor fique com Ele.




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