Capítulo Quatro

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Não consegui falar com a July hoje, mas deixei recados, fotos e o meu novo endereço, chego em casa tão feliz que nem ouço que a Germana fala.

Entro no meu quarto, pego uma mala e ponho minhas roupas, tomate começa a latir, como se soubesse da novidade.

- O que faz cedo em casa?

- Estou de mudança de hoje. Vou morar perto do trabalho, vir buscar minhas coisas.

- Já está sendo sustentada pelo homem que a trouxe ontem?

- De certa maneira sim, pois é ele que paga meu salário.

- Mas...

- Fui promovida, receberei mais e agora posso te dar o que sempre que me pediu, que eu desaparecesse da sua vida.

- Mas, e o que gastei com você esse tempo? Vai precisar ressarcir  o gasto...

- Procure um advogado Germana e me diga o quanto eu a devo.

Ela fica em choque com o que eu digo.

O tomate rosna pra ela.

Ouço mais barbaridades mais a minha felicidade é tamanha que começo a cantarolar algo improvisado e pego o tomate pra dançar comigo, que parece entender meu entusiasmo e começa a uivar.

Meu cachorro é top.

Não vou sentir falta daqui, tristemente tudo que aqui tem levará o preço dessa cobrança, para o resto da minha vida.

Antes de sair, fui me despedir de Aristides e Nonoca, meus "véin", ela ficam tão felizes com a notícia, que cada me dá algo para a casa nova.

Nonoca tem coisas da época que Jesus estava no ventre de Maria e Aristides quando Moisés nasceu, não sei como os dois vivem com tanta coisa em casa.

Teve uma época que achei que eles tinham compulsão pôr velharia, mas eles doam, arrumam a casa, não pegam nada na rua, eles compram mesmo, ambos não tiveram filhos, já sugerir que casassem.

Ambos ficaram envergonhados.

Saio daquele abraço quentinho, eles foram os tios que nunca tive.

O carro do aplicativo chega, coloco o tomate atrás na casinha dele, bem protegida, não vai sujar nada, porque ele é um gentlaman, coloco um plástico no banco de trás e pronto podemos partir.

A Germana não me disse nada, nem soltou piadas, mas reforcei que procurasse o advogado para sanar suas necessidades.

Meu coração tá livre, a alma leve, o corpo trêmulo e os olhos lacrimejando. Deve ser assim, a felicidade.

Peço o moço que parasse em algum lugar para comprar comida, pois não ia dar tempo hoje de ir em supermercado.

Minha felicidade é só ficar curtindo meu "pardiê" vou poder andar nua, falar alto, dançar, colocar o terror na tv de assinatura, horas e horas maratonando tudo que eu desejar.

Chegamos.

Chamo o tomate e mostro sua nova casa, ele de novo começa a uivar.

Deve ser de felicidade. 

Já descubro de cara que tenho um vizinho veterinário, quando viu o tomate, começou a conversar como se entendesse a língua do quatro patas estava emitindo.

O moço do aplicativo, ajudou com as malas, na verdade tem três malas e quatro caixas, precisava trazer meus bibelôs, para enfeitar as paredes.

Senhor Armando manda um áudio perguntando se está tudo ao meu agrado, meu coração fica quentinho.

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