Capítulo Quarenta e Dois

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Onde eu aperto e revivo o que me aconteceu?
Parece loucura, querer passar por tudo, mas se não fosse a forma ríspida da minha genitora, com certeza teria mudado o meu destino.

Hoje sou uma mulher completa, meus primogênitos, Duan e Gael, são a fonte de vida, transbordo de felicidade a cada " mama" que ouço. Eles foram diagnosticadas com TEA, foi um alvoroço, logo após o aniversário de dois anos, ambos estavam debaixo da mesa, quando batiamos parabéns, uma amiga da Cecília, esposa da Dada, passou o cartão de uma especialista em atendimento, com crianças e seis meses depois passado por dois médicos de cada área, os laudos eram os mesmos.

O começo me deu medo, de não saber agir com eles, mas fui surpreendida e sou a cada segundo.

O Duan fala tudo que ouve e repete da forma mais fofa e gostosa, Gael fala com os olhos, mas ama um drama quando algo não sai como quer, igual ao Pai. Esse por sua vez, ficou louco, começou a fazer tratamento psicológico, a Melzinha falou que ele era um péssimo pai, porque o Gael machucou o joelho.

Até hoje chora. O menino começa a rir quando o ver chorando.

Meus pais são os melhores avós, os três netos são bem mimados. Não exagerados como as tias, que Jajá, fica no controle de tanto mimo e esquisitisse, depois do parque de diversão, papai começou a olhar o que elas andam gastando, coisa que nunca foi feita, mas, três mulheres possessivas, insanas, com três sobrinhos para duas e para a outra mãe e tia, é bem psicopata.

Os meus algozes estão cada qual em suas vidas, a Germana desapareceu, a Sônia tentou pegar o Marcelo, se  passando por mim, a Andréa foi transferida para um manicômio, chegou o ápice da loucura, o Queno, é o pai do meu afilhado, mas não somos mais amigos, a Jujuba está trabalhando com papai, que quase foi adotada também, seu Armando é um anjo nessa terra e ensina ser altruísta sem olhar aquém.

Sabe o meu vizinho, que era veterinário? Foi encontrado morto, pelo que fiquei sabendo, ele se envolveu com coisas ilícitas, por isso que agia de forma estranha, eu o julguei, não serei hipócrita, mas do nada, ele parou de ser amigo, fica tudo estranho.

O casamento da Nonoca e Ari, foi inesquecível, ambos se emocionaram com a decoração, sugerir alguns entulhos em forma de mesa e a lembrança foi uma pecinha de madeira, que a Nonoca tinha que era cheia de quinquilharias. A festa rompeu a madrugada.

Estou me especializando na área da inclusão, depois de ouvir alguns relatos negativos, quero me respaldar em relação aos meninos, evitar algum dissabor. Acredito, se alguém atrever a desfazê-los, chega me deu calafrio, eu vou na guela.

- Sel.

- Oi, maninha.

- Porque está só aí ? - pergunta Dada preocupada.

- Agradecendo por tudo que está acontecendo em minha vida.

- Imagino.  Os seus pais estão discutindo...

- De novo? - Não acredito.

- Seu José, disse que vai levar você e os meninos para uma viagem, pai Armando perguntou se você já sabia e o outro revidou: "eu sou o pai dela, onde eu for, ela irá". 

Começamos a gargalhar. Juntar essas famílias é um verdadeiro grande encontro.

- Oh! Desculpa dona Sellena, achei que estava só, mas o Gael não quer vestir roupa e o Duan tirou a roupa também.- fala a Simoni, que me ajuda com os meninos. 

Meu mundo azul e competitivo.

Quando abrimos  a porta do quarto.

- Marcelo. - grito de susto.

O pai sem juízo, perdido, estava nu junto com os meninos e os três fazendo uma dancinha.

- É, Sellena, você tem três crianças. -fala a irmã que não para de rir. A Simoni, saiu correndo.

- Marcelo, Marcelo ..

- Sellena tira a roupa também, o Duan está protestando, não sei o quê e o Gael também.

Aparece os avós e começam a tirar roupa tambem e para a festa ficar melhor, sobe Paulo, Kalleb e Zé ... O que deram neles hoje?

Vou para cozinha, ajudar no almoço, foi o que me restou.

- Estão todos nus? - pergunta minha mãe.

- Não fiquei para ver meus pais nus.

- Homem não cresce minha filha, seu pai até hoje, vai para praça jogar, se não for parece que perdeu o ano, deixa eles assim.

- Pode ter certeza que deixo.

Começamos a falar sobre a loja de empreendimento que abrimos, esqueci de falar, está sendo top das tops, o espaço atende a mulherada de toda a parte e condição financeira, a parte da Jujuba sobre maquiagem é a mais disputada, além de proporcionar os cursos ainda, ela selecionou as três melhores para repassar o que aprendeu, minha amiga evoluiu, tem seu canto, sua vida restaurada financeiramente, mas sempre com o coração vagabundo.

- Quero falar algo importante, para vocês quatro.

- Eita! O Marcelo aprontou o quê? - pergunta Mel.

- O que ele fez? - fala as outras duas juntos.

- Meninas, deixem a Sellena falar.

- Quero muito agradecer a vocês. Eu nunca tive amor de mãe e não tinha irmãs, fui acolhida por todos com muito amor. Sem esquecer as controvérsias que salientou mais ainda nossa união, eu oro e peço aos céus, por cada uma de vocês, sou grata até meu último suspirar. E podem acreditar que eu as amo, amo demais.

- E a gente ama você minha filha.

Na verdade eu já falava chorando e abraça-las juntamente reforçou meu amor, minha gratidão.

- Um bando de besta, chorando.

- A gente também te ama, Sel, você é um presente, é meiga, determinada, única, uma mãe excelente, uma irmã impecável e uma filha dedicada, nós também agradecemos, pelo seu olhar com essa família, meia desengonçada, porém, feliz. - Fala Dandara. 

- O que foi meninas? - pergunta Marcelo.

- Acabaram o streptease? - Pergunta Jajá.

- Não foi streptease, foi um protesto. Porque estão chorando?

-  Chorando? O que esse panaca do Marcelo fez, Sellena?!

- Como se atreve José, chamar meu filho de panaca? - Eles não param.

- Porque a minha filha , só chora por causa dele, então, não há argumentos.

- Papai, por favor, seu Armando, se controlem. Elas estão só emocionadas entre elas. - Fala meu maninho lindo.

- Obrigada, Zé. Vou proibir vocês dois juntos, quero ver os netos crescendo e essas picuinhas sendo pertinente.

A sua família também é assim?

- Vamos almoçar, estou morta de fome.

- E quando a Jajá, não está com fome? - fala Paulo.

- Meu genro, comida é vida.

E nesse clima de amor, pairando no ar, é que vamos seguindo, nossas limitações, deixando claro, que o que faz a vida ser vida é estar junto de quem amamos.

Final.

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