CAPITULO 2

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𝐍𝐀𝐑𝐑𝐀𝐃𝐎𝐑

7 anos depois

Amelie se encontrava com seus 10 anos de idade, com o tempo a sua personalidade havia se tornado cada vez mais forte, ainda era uma menina doce, carinhosa, amável e pura, mas acabou por se tornar muito ambiciosa, quando algo entrava em sua cabeça ninguém poderia tirar, uma delas foi aprender a lutar, sua mãe achava inadmissível a ideia de sua única filha mulher aprender a manusear uma espada do que algum bordado ao algo do tipo. Tal assunto acabou se tornando uma discussão generalizada pela casa.

Amelie ainda se lembrava dos gritos de raiva de sua mãe ao tomar conhecimento de que Grannus havia colocado um arco e flecha na mão da menina.

— Já disse que minha filha não aprenderá a lutar, ela é uma dama, deve ter modos, deve aprender a bordar, cozinhar, cuidar da casa e servir o marido, não a andar por ai desarrumada com uma espada na cintura e um arco e flecha na mão - gritava Louise em meio a mesa de jantar para qualquer um da família que quisesse ouvir.

— Ora Louise, mas que mal faria pra garota? A menina já está com 10 anos, ela pode aprender tudo o que você quer mais tarde, eu acho uma boa ideia Amelie lutando, temos seis homens na família que poderão a proteger muito eu garanto, mas nem sempre ela poderá depender de um dos irmãos - dizia Thyeri com a caçula no colo enquanto acariciava seus cabelos, seu afeto por Amelie sempre foi muito grande, ela era a princesinha do papai.

Na manhã seguinte a menina de cachos castanhos e que sempre caminhava com seus lindos vestidos brancos sai correndo da cabana, ao encontrar seus irmãos ela sabia que havia ganhado o que queria.

— Tem certeza que está pronta, Lie? Arcos são pesados, tente começar com algo mais leve, não queremos que você se machuque - Letholdus se ajoelha em frente a menina enquanto acariciava suas bochechas rosadas.

— Tenho sim, eu sou forte, aguento um arco, Le, confie em mim - ela caminha determinada até Grannus tentando pegar seu arco grande e todo entalhado ao gosto dele.

— O que pensa que está pegando, pequena macaquinha? Esse arco é meu, temos um arco melhor para você - o homem de cabelos negros como a noite levanta o braço para que Amelie não pegue seu arco.

Atrás da garotinha emburrada por não conseguir pegar a arma estava Frederick ajoelhado com um pequeno arco que fora feito a sua medida, na noite anterior Edward buscou toda a madeira necessária enquanto Hawise afiava as lâminas onde os seis irmãos trabalhariam no presente da caçula.

A garota ja ia saindo batendo os pequenos pés em busca do pai para convencer seus irmãos quando vê Frederick sorrindo de orelha a orelha, ela leva seu olhar as mãos dele vendo o instrumento que fora feito com muito amor.

— É para mim? - Amelie pergunta receosa mas sem conseguir esconder um sorriso.

— Todo seu, pequenina - o loiro entrega a arma nas mãos delicadas da menina e deposita um selar manso em sua testa.

Era possível identificar cada um dos desenhos que haviam sido feitos na madeira, mas o que mais chamava sua atenção era uma estrela seguida pelo número sete em baixo.

— Muitos acreditam que o número sete é algo sagrado, um número perfeito, mas nossa família acredita que é o número do pequeno milagre. Sabe como ele se chama? - Arthur coloca sua mão no ombro da irmã e sorri para ela. A menina pensa por alguns segundos e então faz um sinal de negativo com a cabeça.

— Nosso milagre se chama, Amelie Gwendolyn - diz Edward sorridente.

O crepúsculo já recaía sobre a Virgínia, mas todos os irmãos ainda se divertiam ensinando Amelie a lutar, chegava a ser engraçada a cena de vários homens a rodeando e cada vez deixando a pobrezinha mais confusa sobre como lutar, já que nenhum deles entrava em acordo sobre de que maneira ensinar.

— Rapazes, entrem em casa, já está de noite e sabem muito bem o quanto é perigoso. O jantar está pronto e quero todas essas armas guardadas, inclusive a sua, Amelie - Thyeri diz interrompendo os irmãos.

Todos estavam na mesa esperando Louise servir o jantar que os meninos haviam caçado junto com a ajuda do pai.

— Eu queria ter ido caçar junto com vocês, por que não posso ir junto? - Amelie diz emburrada enquanto esperava sua comida.

— Lhe disse que é perigoso para uma dama, querida - Louise diz enquanto termina de servir a todos da família.

— Poderíamos levar Amelie na próxima caça, ora mamãe, você sabe costurar, apenas fazer uma roupa de corça para a Amelie e fingimos que ela é um filhote, garanto que iriam atrair algum animal - Arthur diz enquanto segurava a risada e cutucava sua irmã mais nova que não possuía tanta diferença de idade, ja que os dois eram os caçulas da família.

— Se tudo der errado temos uma corça reserva aqui - Frederick diz enquanto apontava pra Arthur que o encara ofendido fazendo todos da família rirem.

Após o jantar, todos da família caminham para seus respectivos quartos, não eram muitos, apenas três na casa e um deles era reservado apenas para o casal, então os dormitórios dos irmãos foi dividido entre mais velhos e mais novos, possuindo Letholdus, Grannus, Hawise e Edward com o maior e Frederick, Arthur e Amelie com o menor.

Enquanto todos se recolhiam Thyeri e Louise conversavam baixinho com medo de acordar algum dos filhos, principalmente Amelie, já que não poderia ouvir aquela conversa.

— Tenho tanto medo de nossa pequenina mexendo com aquelas armas, querido, ela é nossa herdeira, acabou de completar 10 anos, daqui a pouco irá se tornar uma mulher, terá responsabilidades com sua casa e seu futuro marido, não podemos permitir isto - Louise se lamenta aos braços do marido que acariciava seus cabelos cor de mel.

— Eu entendo querida, também não gosto da ideia da minha garotinha se envolvendo com algo tão bruto e concordo que ela uma hora terá que aprender sobre suas responsabilidades domésticas, mas sua magia não está aflorando, ela não vai saber se defender no futuro, minha família tem inimigos covardes o suficiente que não se importariam em lhe matar, mesmo sendo uma criança, não vou permitir que tirem ela de nossos braços.

Algumas horas após a conversa dos matriarcas, uma chuva forte começa, raios e relâmpagos iluminavam o céu negro, não demorou muito oara acordar a pequena Amelie. A menina se senta acoada em sua cama, ela precisava dos irmãos, especialmente de Edward que era quem mais a protegia, mas seu medo era maior do que sua vontade de levantar e correr aos braços dele.

Como se suas lamentações fossem ouvidas, um pequeno feixe de luz aparece em sua janela, aquela mesma calmaria de anos atrás voltam ao seu corpo, a menina se levanta e pendura seu corpo para empurrar a pequena madeira que dificultava a visão para dentro dos quartos para quem estivesse fora da casa. Ao abrir por completo, Amelie descobre que não era apenas uma luz, sim sua amiga que a acompanhava de longe quase todos os dias, a borboletinha.

O espectro bate suas asas e pousa novamente no nariz da garota, aos olhos puros da menina aquilo era a maneira que se saudavam.

Ela apelidou a borboletinha de amiguinha secreta, já que dá última vez que tentou mostrar para um de seus irmãos ela sumiu, então seriam amigas exclusivas uma da outra.

— Oi amiguinha, estava sozinha na chuva? Está frio, venha dormir aqui, cuido de ti. - Amelie volta a fechar a janela e deita novamente em sua cama.

A aparição voa de seu nariz repousando ao seu lado em seu travesseiro.

— Sabe amiguinha, eu estava com medo da chuva, papai me diz que chuvas fortes como a de hoje significa que o céu está em guerra, mas vai ficar tudo bem, não vão nos machucar - a pequena diz entre alguns bocejos e se vira querendo voltar a dormir. - Eu te amo amiguinha, nunca me deixe.

A borboleta responde mexendo suas pequenas asinhas. Após aquela declaração de Amelie não demorou para que ela voltasse a adormecer com a calmaria que o espectro sempre a trazia.

Naquela noite Amelie dormiu ao lado de sua maior amiguinha e que ocupava um grande espaço em seu coração.

CAPÍTULOS TODAS SEGUNDAS, QUARTA E SEXTA <3

𝐎𝐑𝐈𝐆𝐄𝐌 𝐃𝐀 𝐌𝐀𝐋𝐃𝐈𝐂𝐀𝐎 ✵ 𝐍𝐈𝐊𝐋𝐀𝐔𝐒 𝐅𝐀𝐍𝐅𝐈𝐂𝐓𝐈𝐎𝐍Onde histórias criam vida. Descubra agora