CAPÍTULO 6

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𝐀𝐌𝐄𝐋𝐈𝐄'𝐒 𝐏𝐎𝐈𝐍𝐓 𝐎𝐅 𝐕𝐈𝐄𝐖

Sou guiada para casa pelo meu pai e paro abruptamente no caminho olhando para trás, estico minha mão para meus irmãos ainda como lobos e os três nos seguem de longe.

Ao chegarmos na porta da cabana os três voltam para trás, Thyeri segura minha mão com carinho e sorri.

— Entendo perfeitamente a conversa que está querendo, Amelie, mas para isso teremos que esperar os seus irmãos entrarem em condições favoráveis para lhe responder todas as perguntas - ele sorri mostrando os pés de galinha em seus olhos que foram causados pela idade avançada.

— E quando vai ser isso? - pergunto apreensiva.

— Apenas amanhã, quando os primeiros raios de sol iluminarem a terra, eles estarão em casa, como humanos - ele diz abrindo a porta de casa.

— Ótimo, então vou os esperar, temos muita coisa para esclarecer, e levando em consideração que apenas o senhor veio me buscar, creio que todos da família já saibam - digo rude de certa forma, sinto algumas gotas grossas de chuva pingarem no meu braço com força e engulo em seco me lembrando do plano ancestral.

— Desculpe pela grosseria - desvio o olhar entrando em casa.

— Está tudo bem, querida... Bom, troque suas roupas, estão muito molhadas, podem lhe causar um resfriado - ele aponta para minhas roupas que chegavam a pingar e sorrio e envergonhada sem mostrar os dentes.

Caminho para o quarto para pegar roupas secas, e vejo Arthur e Frederick acordados em suas respectivas camas.

— Mamãe separou uma roupa seca para você se trocar quando chegasse - Frederick me entrega uma peça de roupa branca, não era uma camisola que usava sempre pois ela estava começando a ficar apertada em meus braços, mas como não tínhamos dinheiro para roupas novas eu teria que usar o que tinha.

— Vamos nos retirar para você conseguir se vestir - os dois saem do quarto me deixando sozinha.

Retiro as roupas molhadas trocando por peças secas, tento tirar o excesso de água em meus cabelos com uma toalha e me sento em minha cama penteando meus fios.

— Podem entrar rapazes - digo audível para eles escutarem do lado de fora.

Ambos entram receosos e percebo Edward entrando junto com os mais novos.

— Papai me disse que você parecia chateada, gostaria de conversar, Lie? - o moreno diz acariciando minhas mãos e sorrio sem mostrar os dentes.

— Não obrigada, Ed... Mas agradeço sua preocupação - guardo minha escova de cabelo enquanto olhava Frederick e Arthur se deitando.

— Posso dormir aqui com você? Ou estou velho de mais para esse quarto? Sabe, lá é bem solitário sem os meninos - ele sorri tentando amenizar o clima e dou um espaço para ele na cama.

Quando o mesmo se deita eu repouso minha cabeça em seu peito e ele acaricia meus cabelos ainda molhados.

— Quando você era menor sempre corria para minha cama em noites de chuva, dizia que tinha medo de algo acontecer e não queria ficar sozinha, ou as vezes inventava desculpas de algum pesadelo - rio anasalado escutando o garoto.

— Eu realmente odeio noites de chuva, por isso inventava os pesadelos, não queria que soubessem o meu medo de trovões.

— Lie, você é o milagre da família, te amamos, e aliás...Você nunca soube disfarçar seu medo, sua transparência com seus sentimentos é algo incrível, mesmo que tente se esconder, é expressiva de mais, seus olhos revelam o que sente, não esconda isso, é a parte em que mais amamos em você - ele deposita um beijo carinhoso em minha testa e sorrio fechando meus olhos.

𝐎𝐑𝐈𝐆𝐄𝐌 𝐃𝐀 𝐌𝐀𝐋𝐃𝐈𝐂𝐀𝐎 ✵ 𝐍𝐈𝐊𝐋𝐀𝐔𝐒 𝐅𝐀𝐍𝐅𝐈𝐂𝐓𝐈𝐎𝐍Onde histórias criam vida. Descubra agora